A luta pela cidadania e direitos humanos se dá não só dentro dos padrões institucionalizados ou formais da participação política, como os partidos políticos, por exemplo, mas também fora desses. É, pois, na esfera da sociedade civil, e através dos movimentos sociais, que grande parte dessa luta se desenrola.
Os movimentos sociais são formas de ação coletiva, em que pessoas com identidade e interesses comuns se associam e mobilizam para reivindicar seus direitos. Em geral, os movimentos sociais surgem quando grupos da sociedade não recebem atenção às suas demandas por parte do poder público – do Estado, por exemplo – e se dão conta de que os mecanismos formais da representação política (como partidos políticos e eleições) são insuficientes ou ineficazes para tais fins. Formam-se assim para tratar de questões específicas, que podem ser efêmeras ou duradouras, como a redução das tarifas de ônibus urbanos, no primeiro, e a reforma agrária ou a defesa do meio ambiente, no segundo caso.
Os primeiros movimentos sociais surgiram no século XIX em diversos países da Europa (França, Inglaterra e Ale- manha, principalmente). A principal forma de movimento social da época foi o movimento operário ou trabalhista, que procurava organizar a classe operária na luta por vantagens e benefícios contra a classe patronal.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os movimentos sociais passaram a abranger também o movimento estudantil, o movimento pelos direitos civis dos negros (nos Estados Unidos, em especial), o movimento pacifista, entre outros. Nos últimos quarenta anos, os movimentos sociais se diversificaram consideravelmente, englobando questões como gênero, sexualidade e meio ambiente. Os movimentos feminista, ecologista e antirracistas são exemplos dos chamados “novos movimentos sociais”.
As mudanças provocadas pelos movimentos sociais não costumam ser violentas e radicais, como acontece com as revoluções, que sacodem as estruturas da sociedade e estabelecem novas formas de organização social. Leis e políticas são modificadas como resultado da ação dos movimentos sociais, sem que, contudo, ocorram grandes mudanças sociais, políticas e econômicas.
Os movimentos sociais podem tomar a forma de organizações internacionais, de caráter não governamental, baseadas em princípios humanitários, como Médicos Sem Fronteiras, Cruz Vermelha e Anistia Internacional.
No Brasil, os movimentos sociais ganharam força a partir dos anos 1980, com o fim do regime militar autoritário (1964-1985), que restringira duramente as liberdades de associação e de manifestação dos diferentes grupos sociais. As políticas de redução de gastos públicos nas áreas sociais (saúde, educação, moradia), adotadas pelo governo brasileiro na década de 1990, também contribuiu para a proliferação dos movimentos sociais no país, dado o aumento da demanda popular por serviços essenciais. Entre os principais movimentos sociais do Brasil estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).
Em junho de 2013, as ruas das principais cidades brasileiras foram tomadas por milhares de pessoas puxadas pelo Movimento Passe Livre, um dos mais recentes movimentos sociais do país. Os protestos de junho chamaram a atenção para o enfraquecimento dos partidos políticos na sua capacidade de mobilização popular e para os novos parâmetros da participação política no Brasil.
Novos movimentos sociais
O surgimento de uma grande variedade de movimentos sociais nos anos 1960 atraiu nova geração de sociólogos, que desenvolveu interessantes teorias sobre o assunto. Para esses estudiosos, as sociedades da época entravam em sua fase “pós-industrial”, em que as questões colocadas pelos movimentos sociais tradicionais já não eram mais as únicas relevantes. O estado do ambiente global e os direitos de minorias excluídas, como homossexuais e deficientes físicos, por exemplo, além de outras questões despontadas à época, eram de igual ou ainda maior importância para os “novos movimentos sociais”.
Os movimentos sociais do mundo contemporâneo se diferenciam dos tradicionais não só no repertório de questões, como também na maneira em que se organizam para defender seus programas de luta. As greves e as grandes ações sindicais do movimento operário já não são mais as principais formas de protesto, que desde as últimas décadas estão organizadas nos encontros e caminhadas, nos fóruns de debate e assembleias. Exemplo importante disto é o I Fórum Social Mundial (FSM), ocorrido em Porto Alegre (RS) em 2001. Tal evento fez parte do movimento antiglobalização, defensor da construção de uma sociedade sem exclusão social e discriminações. O grande tema do FSM foi a desigualdade nas relações comerciais entre os países, acentuada, segundo os organizadores do evento, pela globalização da economia.
Devemos destacar ainda outras características importantes dos novos movimentos sociais, como a participação maciça de jovens e o grande uso dos meios de comunicação de massa para gerar apoio e adesão. O movimento social mais importante do século XX foi, sem dúvida, o movimento estudantil, que mobilizou milhares de jovens em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, a participação da juventude se deu intensamente durante os anos 1960, sobretudo no movimento pelos direitos civis dos negros, que eram discriminados por leis racistas, e no movimento pacifista, cuja tônica foram os protestos contra a Guerra do Vietnã (1964-1975).
Nos países do Leste europeu, então sob domínio do comunismo soviético, a atuação dos jovens se destacou contra o regime na chamada Primavera de Praga (Tchecoslováquia, 1968), que consistiu na resistência passiva à in- vasão das tropas do Pacto de Varsóvia. O mais conhecido movimento estudantil da época foi, contudo, o “Maio de 1968”, na França, que não chegou a suplantar o movimento operário, mas agiu em seu nome, como elemento crítico da sociedade capitalista. Em todos os movimentos sociais dos anos 1960 não faltaram slogans ou frases criativas que refletissem o ponto de vista de seus militantes:“Faça amor, não faça guerra”;“Grande exposição de armas soviéticas na praça Venceslau: entrada franca, saída difícil”;“É proibido, proibir”;“Você está sendo intoxicado: rádio, televisão, jornal, mentira”, “Sejamos realistas, peçamos o impossível”.
A atuação dos jovens nos movimentos sociais de protesto é decisiva ainda hoje – a segunda edição do já citado Fórum Social Mundial (II FSM) contou com a participação de aproximadamente 15 mil jovens, na maioria brasileiros.
Já em relação aos modernos meios de comunicação, é correto afirmarmos que desde os anos 1990, com a internet, os movimentos sociais ganharam novos contornos. A internet passou a ser a principal ferramenta para a organização e mobilização coletivas. Por meio dela circulam vídeos e mensagens de textos, acessados por um número crescente de usuários, que são convidados e incitados a tomar parte nas grandes manifestações de rua da atualidade.
Os canais de comunicação online, como blogs, Facebook e Twitter, são hoje os substitutos tecnológicos dos gramofones, auto-falantes, carros de som e outras antigas estratégias empregadas para convocar manifestantes. O papel dessas novas tecnologias foi absolutamente imprescindível na chamada Primavera Árabe, a onda de revoltas populares que se alastrou pelo Oriente Médio e norte da África em 2011 e derrubou vários governos autoritários tradicionais da região, como o de Muammar Kadafi, na Líbia. De igual importância foram essas tecnologias para as manifestações de 2011 e 2012 contra a recessão e o desemprego em países europeus. Na Espanha, os jovens militantes, conhecidos como Indignados, divulgaram na internet fotos e vídeos da repressão policial, conclamando os cidadãos a resistir pacificamente. O mesmo se deu em outros países do continente. As redes sociais também tiveram forte presença nas manifestações de junho de 2013, no Brasil. A frase “Saímos do Facebook”, estampada em cartazes erguidos por jovens brasileiros, expressa claramente o papel da mídia online na organização dos atos de protesto deste novo século.
Agentes importantes de transformação social, os movimentos sociais preenchem vazios deixados pelo Estado e outras instituições. Reescrevem as regras institucionais do jogo democrático e possibilitam maior participação da sociedade civil na mobilização política. Movimentos como os que ganharam as ruas brasileiras em 2013 são importantes para a conquista de direitos e avanços na transformação social e na consolidação da democracia.
ATIVIDADES PROPOSTAS 1:
Realizar a leitura do texto em seguida deverão esquematizar os mapas conceituais (em dupla) no CMAP TOOLS
2º Momento
Os alunos serão divididos em grupo para realizarem a pesquisa dos temas propostos:
Os alunos serão divididos em grupo para realizarem a pesquisa dos temas propostos:
- Diretas Já
- Movimento pelo Impeachment- Caras Pintadas
- Movimento do Passe Livre
- Movimento Marcha das Vadias
- Movimento pelo Impeachment- Fora Dilma
- Movimento LGBT
3º Momento
- Realizar a leitura do texto escolhido pelo grupo em seguida devem esquematizar o mapa conceitual
- Utilizar o programa cmaptools e inserir os mapas previamente esquematizados.
- Apresentá-los para a turma.
4º Momento
5º MOMENTO
Vamos realizar a atividade abaixo. Para resolvê-la leia as orientações com atenção. Não esqueça de colocar seu nome completo na atividade. Ao terminar click em “Finish” (finalizar). Depois selecione “Enviar as minhas respostas ao professor” e mandar para o e-mail: angela.boscardin@gmail.com
Veja na foto abaixo como fazer:
Ciências Humanas- Movimentos Sociais Brasileiros, an interactive worksheet by angelasenatore
liveworksheets.com
liveworksheets.com