Ao longo da vida, é comum sentirmos o desejo de ficar sozinho. É importante as pessoas terem algum momento apenas para si, para que possam curtir a si mesmas, além de também pensar na vida, nas escolhas e decidir sobre questões que vão impactar o dia a dia e também o futuro.
Além disso, quando ficamos tristes, temos o costume de nos isolar por algum tempo, a fim de absorver o ocorrido, seja por conta da morte de alguém próximo, ou o fim de um relacionamento ou por causa de outras coisas.
O problema é quando o indivíduo se isola de forma indefinida e se afasta de qualquer tipo de contato social. Quando isso ocorre, é preciso ter atenção com essa pessoa, que pode estar passando por um processo chamado isolamento social, o qual trataremos mais a fundo, a partir de agora.
O que é isolamento social?
O isolamento social é registrado quando a pessoa se afasta, de maneira involuntária, dos que estão à sua volta, sem um motivo aparente. É comum, nesses casos, que o sujeito nem perceba e ache que está tudo bem. Mas, não está.
Esse problema pode acometer seres humanos de qualquer idade, estando atrelado a algum episódio traumático, como ter sofrido bullying durante muito tempo ou ainda se a pessoa tiver com alguma enfermidade, como depressão, fobia social, síndrome do pânico, entre outros.
No artigo Isolamento social e sentimento de solidão em jovens adolescentes, uma série de especialistas do Instituto Universitário de Portugal, e da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, explicam que o isolamento social pode ser caracterizado de suas formas: passivo e ativo.
No caso do isolamento social passivo, ele ocorre quando o indivíduo se afasta passivamente do seu grupo de pessoas. Já o isolamento social ativo decorre “quando os sujeitos se isolam do seu grupo de pares como consequência de comportamentos de rejeição e de vitimização por parte dos outros. Neste caso, o sujeito não se isola ele próprio, mas é isolado pelo seu grupo de pares”.
Como surgiu?
Desde o final da década de 1980, o isolamento social tem sido cada vez mais estudado por psicólogos e demais especialistas da área, na tentativa de encontrar explicações que ajudem a entender e a resolver esse tipo de problema. A evolução dos estudos tem procurado localizar as causas, as consequências e os tipos de isolamento social, possibilitando um maior detalhamento do problema.
Porém, como trata-se de uma doença bem complexa e variada, cada caso em particular pode ter uma causa própria, dificultando a análise. Há situações em que o indivíduo sofreu problemas além do normal durante a infância, que gerou um cidadão com muita dificuldade para se relacionar com outros de sua faixa etária, o que pode gerar uma enorme falta de segurança para estabelecer relacionamentos no período adulto. Entre os motivos, pode ser casos sucessivos de bullying ou mesmo de a criança ter sido superprotegida durante a infância.
Outro exemplo é quando a pessoa, devido a alguma condição médica, fica impedida de sair de casa. Há exemplos de pessoas que, após algum tempo nessa situação, afastam-se do que ocorre fora do seu lar, mesmo se já tiverem melhorado. Transtornos mentais também podem produzir bloqueios psicológicos que impossibilitam que a pessoa queira sair do conforto de casa.
Entre as consequências do isolamento social, podemos citar a própria depressão, já mencionada, que pode se tornar ainda mais grave.
Estudos indicam, ainda, que sujeitos que sofrem de isolamento social têm mais problemas de atenção e aprendizagem e até mesmo sofrem para tomar decisões. A falta de treinamento do cérebro no contato diário pode gerar sujeitos mais lentos na hora de raciocinar e decidir sobre algo no dia a dia.
Exemplos
Há várias formas de identificar se a pessoa tem problemas com isolamento social, a saber:
- Costuma trocar um bom passeio com os amigos por ficar em casa;
- Sai pouco ou nunca de casa após uma perda familiar ou alguma briga na escola;
- Não quer mais falar com os indivíduos com que se relaciona cotidianamente;
- Está sempre cansada e só quer saber de ficar na cama;
- Possui algum distúrbio psicológico atrelado à vontade de não falar com ninguém.
Caso o indivíduo esteja passando por alguns desses exemplos, o ideal é procurar ajuda médica. Além disso, pode-se tentar sair dessa condição frequentando círculos sociais onde o sujeito se sente confortável.
Ter um animal de estimação é uma boa saída, especialmente se levá-lo para passear, o que permitirá a socialização com donos de outros bichos. É importante se abrir a novas experiências e enfrentar sempre situações novas. Mas, se nada disso der certo, é fundamental um psicólogo.
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