Ritos de Passagem
"...para os grupos, assim como para os indivíduos, viver é continuamente desagregar-se e reconstituir-se, mudar de estado e de forma, morrer e renascer." - Arnold van Gennep
Em 1909, o etnólogo francês Arnold van Gennep escreveu em seu livro, "Les Rites de Passage", que as sociedades indígenas são como uma casa, dividida em vários quartos e corredores. Pessoas e grupos circulam por esses quartos, que são isolados uns dos outros. Para se passar de um quarto para outro, são necessárias certas formalidades e cerimônias. Essa comparação da sociedade com uma casa, ajuda a entender a função dos "Ritos de Passagem".
Os ritos de passagem são cerimoniais que marcam a passagem de um indivíduo (ou de um grupo) de uma situação para outra.
Por exemplo: os rituais ligados ao nascimento, onde um índio que não era nascido, portanto não estava neste mundo, passa a existir e fazer parte de um grupo. Há ainda os ritos de iniciação, onde um índio pré-adolescente aprende os comportamentos necessários para que seja considerado um adulto dentro da tribo. Também são "ritos de passagem", as cerimônias matrimoniais, onde há uma radical mudança nas responsabilidades de um indivíduo. Por fim, os ritos funerários, que marcam a passagem da pessoa de um mundo para outro.
Esse boletim fala de alguns ritos de passagem de grupos indígenas do Brasil.
Ritual de Nominação - Batismo dos índios Urubu-Kaapor
Os índios Urubu-Kaapor vivem no Maranhão, entre os rios Gurupi e Turiaçu, próximos à fronteira com o estado do Pará. Sua população aproximada é de 800 pessoas.
Quando nasce uma criança Kaapor, seus pais devem cumprir um rigoroso resguardo e dieta. É um período longo que dura vários meses. Os índios acreditam que a saúde do bebê pode ser comprometida, se os pais quebram essas regras.
Quando o bebê completa aproximadamente um ano, é preparada uma festa de nominação. Esse é o ritual mais importante dos índios Urubu-Kaapor. É uma cerimônia coletiva, onde podem ser batizadas diversas crianças juntas. Até essa data, os bebês não são chamados por nome algum.
Para a festa, é preparada uma grande quantidade de uma bebida alcoólica feita a partir do caju. Todos os adultos e crianças mais velhas começam a beber no início da noite e continuam até a aurora. Ao amanhecer, enquanto os homens fumam longos cigarros, as mães das crianças sentam-se em esteiras, carregando seus bebês em tipóias emplumadas e tecidas com algodão.
A arte plumária dos Urubu-Kaapor é a mais bela e sofisticada entre os índios brasileiros. Todos se adornam com suas melhores peças, pois acreditam que elas ajudam a iluminar as nuvens escuras, talvez uma analogia ao destino das crianças.
Os padrinhos das crianças usam um colar-apito, feito com um osso de gavião. O padrinho toma o bebê do colo da mãe, e o levanta para o alto. O padrinho grita o nome que escolheu para a criança e em seguida todos os índios repetem esse nome em coro. O padrinho dança para frente e para trás, com a criança em seus braços e assopra o colar-apito no ouvido do bebê, que começa a chorar.
O nome da criança é repetido por todos até que ela pare de chorar e adormeça. Nessa ocasião, ela recebe um pequeno cocar, e o padrinho devolve o bebê para sua mãe. Foi anunciado ao mundo, que um novo Kaapor nasceu.
Colar-Apito "awá-tukaniwar" - índios Urubu-Kaapor
Passagem para a Vida Adulta
Os ritos de passagem se desenvolvem através de três fases: a separação, a transição e a incorporação.
Nos ritos de puberdade, onde o índio deixa de ser considerado uma "criança" por seu grupo, e passa a ser visto como um adulto, é possível observar essas três fases de forma mais clara. A criança é retirada do vida normal da aldeia, passa por um período em que aprende o comportamento adulto, e por fim volta à aldeia, agora com um novo status.
Nesses ritos de passagem, a criança é separada do convívio social com a aldeia, quando atinge determinada idade. Esse momento é considerado a primeira fase do rito. A idade em que a criança é "retirada" da sociedade varia conforme as diversas etnias.
No caso das meninas, na maioria das vezes essa fase acontece na época da primeira menstruação. As índias Tikuna; que vivem na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia; quando percebem a primeira menstruação, entram na mata, não sem antes deixarem um adorno marcando o local onde se esconderam. De lá passam a bater dois pedaços de madeira, um contra o outro, até que suas mães percebam o que está acontecendo e vão ao encontro de suas filhas, para levá-las para casa onde passarão longas semanas até que saiam de lá novamente.
Para os homens, não há uma idade tão clara. Por exemplo: os índios Xavante, que vivem no cerrado do Mato Grosso, realizam seus ritos de puberdade uma vez a cada cinco anos. Os meninos saem da casa de seus pais e passam a viver todos juntos em uma casa comunitária por todo esse tempo, até serem considerados adultos. Portanto no início da reclusão há desde meninos de 7 a 8 anos, que estarão muito velhos para esperarem o próximo ritual; até adolescentes de 12 a 13 anos, considerados muito novos no início do ritual anterior. Entre os índios Apinajé, do norte do Tocantins, a separação é feita quando o índio atinge 15 anos, mais ou menos. Já entre os Tupinambás, que habitavam a costa do Brasil na época em que os europeus chegaram aqui, os rituais aconteciam quando o índio contava mais ou menos com 25 anos.
A segunda fase dos ritos de passagem, chamada "transição", corresponde ao período em que o adolescente permanece afastado da sociedade aprendendo com os mais velhos, o comportamento adequado aos adultos de seu grupo. Entre as meninas das etnias do Alto Xingu - Mato Grosso- por exemplo, esse período é próximo a um ano. A menina não sai de um compartimento separado da casa, longe das vistas dos outros. As meninas Tikuna permanecem "escondidas" em suas casas por três meses, mas na maior parte do tempo em silêncio. Normalmente, para todos os grupos indígenas, essa fase é cercada por cuidados especiais e tabus alimentares. Acredita-se que as meninas encontram-se fragilizadas e expostas a ataques de espíritos maus.
Entre os homens esse período de transição é muito variado. Como já dito, ele dura até cinco anos para os Xavante. Já entre os índios Karajá, que habitam as margens do rio Araguaia, os preparativos para a festa de puberdade masculina duram cinco meses. Em todos os casos, durante esse período, os homens aprendem os ritos de sua comunidade, as responsabilidades para com suas futuras famílias, as atividades de caça, pesca e da guerra.
Por fim, terminado esse aprendizado da fase de transição, há um ritual de incorporação. O menino ou a menina já são considerados aptos a assumirem o papel de adultos. Eles são recebidos de volta à sociedade, mas agora é como se entrassem num outro "quarto da casa", seguindo a analogia de van Gennep.
O ritual de incorporação é geralmente bastante festivo, mas cada etnia tem sua própria forma de comemorar. Em alguns desses ritos, os "novos" adultos são obrigados a passar por momentos de dor.
Os índios Sateré-Mawé - que habitam a região entre os rios Madeira e Tapajós, na floresta amazônica - preparam uma luva cheia de grandes formigas chamadas tocandiras. Os jovens Sateré-Mawé vestem essas luvas e são picados pelas formigas, mas não podem demonstrar dor, ou serão considerados homens fracos.
Já as índias Tikuna são recebidas com uma grande festa, chamada "Festa da Moça Nova", onde homens vestidos com fantasias representando diversos espíritos da floresta, dançam e cantam por dias a fio. Ao fim da festa porém, as mulheres mais velhas arrancam os cabelos das mais novas.
Máscara de "Festa da Moça Nova", feita pelos índios Ticuna
Luva onde são colocadas formigas, dos índios Sateré-Mawé
Ritos Funerários
"...para os grupos, assim como para os indivíduos, viver é continuamente desagregar-se e reconstituir-se, mudar de estado e de forma, morrer e renascer." - Arnold van Gennep
Em 1909, o etnólogo francês Arnold van Gennep escreveu em seu livro, "Les Rites de Passage", que as sociedades indígenas são como uma casa, dividida em vários quartos e corredores. Pessoas e grupos circulam por esses quartos, que são isolados uns dos outros. Para se passar de um quarto para outro, são necessárias certas formalidades e cerimônias. Essa comparação da sociedade com uma casa, ajuda a entender a função dos "Ritos de Passagem".
Os ritos de passagem são cerimoniais que marcam a passagem de um indivíduo (ou de um grupo) de uma situação para outra.
Por exemplo: os rituais ligados ao nascimento, onde um índio que não era nascido, portanto não estava neste mundo, passa a existir e fazer parte de um grupo. Há ainda os ritos de iniciação, onde um índio pré-adolescente aprende os comportamentos necessários para que seja considerado um adulto dentro da tribo. Também são "ritos de passagem", as cerimônias matrimoniais, onde há uma radical mudança nas responsabilidades de um indivíduo. Por fim, os ritos funerários, que marcam a passagem da pessoa de um mundo para outro.
Esse boletim fala de alguns ritos de passagem de grupos indígenas do Brasil.
Ritual de Nominação - Batismo dos índios Urubu-Kaapor
Os índios Urubu-Kaapor vivem no Maranhão, entre os rios Gurupi e Turiaçu, próximos à fronteira com o estado do Pará. Sua população aproximada é de 800 pessoas.
Quando nasce uma criança Kaapor, seus pais devem cumprir um rigoroso resguardo e dieta. É um período longo que dura vários meses. Os índios acreditam que a saúde do bebê pode ser comprometida, se os pais quebram essas regras.
Quando o bebê completa aproximadamente um ano, é preparada uma festa de nominação. Esse é o ritual mais importante dos índios Urubu-Kaapor. É uma cerimônia coletiva, onde podem ser batizadas diversas crianças juntas. Até essa data, os bebês não são chamados por nome algum.
Para a festa, é preparada uma grande quantidade de uma bebida alcoólica feita a partir do caju. Todos os adultos e crianças mais velhas começam a beber no início da noite e continuam até a aurora. Ao amanhecer, enquanto os homens fumam longos cigarros, as mães das crianças sentam-se em esteiras, carregando seus bebês em tipóias emplumadas e tecidas com algodão.
A arte plumária dos Urubu-Kaapor é a mais bela e sofisticada entre os índios brasileiros. Todos se adornam com suas melhores peças, pois acreditam que elas ajudam a iluminar as nuvens escuras, talvez uma analogia ao destino das crianças.
Os padrinhos das crianças usam um colar-apito, feito com um osso de gavião. O padrinho toma o bebê do colo da mãe, e o levanta para o alto. O padrinho grita o nome que escolheu para a criança e em seguida todos os índios repetem esse nome em coro. O padrinho dança para frente e para trás, com a criança em seus braços e assopra o colar-apito no ouvido do bebê, que começa a chorar.
O nome da criança é repetido por todos até que ela pare de chorar e adormeça. Nessa ocasião, ela recebe um pequeno cocar, e o padrinho devolve o bebê para sua mãe. Foi anunciado ao mundo, que um novo Kaapor nasceu.
Colar-Apito "awá-tukaniwar" - índios Urubu-Kaapor
Passagem para a Vida Adulta
Os ritos de passagem se desenvolvem através de três fases: a separação, a transição e a incorporação.
Nos ritos de puberdade, onde o índio deixa de ser considerado uma "criança" por seu grupo, e passa a ser visto como um adulto, é possível observar essas três fases de forma mais clara. A criança é retirada do vida normal da aldeia, passa por um período em que aprende o comportamento adulto, e por fim volta à aldeia, agora com um novo status.
Nesses ritos de passagem, a criança é separada do convívio social com a aldeia, quando atinge determinada idade. Esse momento é considerado a primeira fase do rito. A idade em que a criança é "retirada" da sociedade varia conforme as diversas etnias.
No caso das meninas, na maioria das vezes essa fase acontece na época da primeira menstruação. As índias Tikuna; que vivem na fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia; quando percebem a primeira menstruação, entram na mata, não sem antes deixarem um adorno marcando o local onde se esconderam. De lá passam a bater dois pedaços de madeira, um contra o outro, até que suas mães percebam o que está acontecendo e vão ao encontro de suas filhas, para levá-las para casa onde passarão longas semanas até que saiam de lá novamente.
Para os homens, não há uma idade tão clara. Por exemplo: os índios Xavante, que vivem no cerrado do Mato Grosso, realizam seus ritos de puberdade uma vez a cada cinco anos. Os meninos saem da casa de seus pais e passam a viver todos juntos em uma casa comunitária por todo esse tempo, até serem considerados adultos. Portanto no início da reclusão há desde meninos de 7 a 8 anos, que estarão muito velhos para esperarem o próximo ritual; até adolescentes de 12 a 13 anos, considerados muito novos no início do ritual anterior. Entre os índios Apinajé, do norte do Tocantins, a separação é feita quando o índio atinge 15 anos, mais ou menos. Já entre os Tupinambás, que habitavam a costa do Brasil na época em que os europeus chegaram aqui, os rituais aconteciam quando o índio contava mais ou menos com 25 anos.
A segunda fase dos ritos de passagem, chamada "transição", corresponde ao período em que o adolescente permanece afastado da sociedade aprendendo com os mais velhos, o comportamento adequado aos adultos de seu grupo. Entre as meninas das etnias do Alto Xingu - Mato Grosso- por exemplo, esse período é próximo a um ano. A menina não sai de um compartimento separado da casa, longe das vistas dos outros. As meninas Tikuna permanecem "escondidas" em suas casas por três meses, mas na maior parte do tempo em silêncio. Normalmente, para todos os grupos indígenas, essa fase é cercada por cuidados especiais e tabus alimentares. Acredita-se que as meninas encontram-se fragilizadas e expostas a ataques de espíritos maus.
Entre os homens esse período de transição é muito variado. Como já dito, ele dura até cinco anos para os Xavante. Já entre os índios Karajá, que habitam as margens do rio Araguaia, os preparativos para a festa de puberdade masculina duram cinco meses. Em todos os casos, durante esse período, os homens aprendem os ritos de sua comunidade, as responsabilidades para com suas futuras famílias, as atividades de caça, pesca e da guerra.
Por fim, terminado esse aprendizado da fase de transição, há um ritual de incorporação. O menino ou a menina já são considerados aptos a assumirem o papel de adultos. Eles são recebidos de volta à sociedade, mas agora é como se entrassem num outro "quarto da casa", seguindo a analogia de van Gennep.
O ritual de incorporação é geralmente bastante festivo, mas cada etnia tem sua própria forma de comemorar. Em alguns desses ritos, os "novos" adultos são obrigados a passar por momentos de dor.
Os índios Sateré-Mawé - que habitam a região entre os rios Madeira e Tapajós, na floresta amazônica - preparam uma luva cheia de grandes formigas chamadas tocandiras. Os jovens Sateré-Mawé vestem essas luvas e são picados pelas formigas, mas não podem demonstrar dor, ou serão considerados homens fracos.
Já as índias Tikuna são recebidas com uma grande festa, chamada "Festa da Moça Nova", onde homens vestidos com fantasias representando diversos espíritos da floresta, dançam e cantam por dias a fio. Ao fim da festa porém, as mulheres mais velhas arrancam os cabelos das mais novas.
Máscara de "Festa da Moça Nova", feita pelos índios Ticuna
Luva onde são colocadas formigas, dos índios Sateré-Mawé
Ritos Funerários
A morte é encarada, na maioria das sociedades, como uma passagem desse mundo para um outro. Diversos grupos indígenas realizam elaborados ritos funerários, que além de cultuar o espírito do morto, servem como celebração da identidade do povo.
Os índios do Alto Xingu realizam, uma vez por ano, uma grande festa a que chamam Kuarup. Na festa, os índios relembram a lenda do primeiro herói que caminhou pela terra, Mavutsinin, que reviveu os mortos a partir de troncos de árvores. No Kuarup, além de chorar os mortos, os índios reúnem várias aldeias e realizam uma grande festa onde ocorrem disputas esportivas.
Para os índios Bororo, dos cerrados do Mato Grosso, os ritos funerários são os mais importantes de sua cultura. Os funerais duram meses, e durante esse tempo são realizados outros ritos de passagem, como a puberdade dos meninos. Os Bororo consideram que o mundo torna-se incompleto com a morte de uma pessoa e precisa ser "recriado" quando isso ocorre. É isso que acontece em seus funerais.
Os índios Kaingang, do sul do Brasil, também realizam uma complexa homenagem aos mortos recentes, que ocorre anualmente entre abril e junho: a festa do Kikikoi. São três noites - não seguidas - de festa. Após as homenagens aos mortos, os índios dançam por toda a noite, embalados por Kiki, uma bebida fermentada feita com água, mel e açucar.
Um dos mais complexos ritos funerários, que hoje deixou de ser realizado, é o que era feito pelos índios Wari (também chamados Pakaa-Novas), de Rondônia.
Eles comiam os próprios mortos. Além disso queimavam os cabelos e órgãos internos do morto, e mudavam o aspecto da casa onde ele vivia e dos lugares onde costumava ir. A explicação que davam para isso, é que o espírito sentia saudades desse mundo, e portanto os vivos tratavam de cortar todas as lembranças que pudessem fazer com que o espírito desejasse voltar à terra, inclusive seu próprio corpo.
Logo após o contato com os não-índios, na década de 60, os Wari abandonaram esse costume e hoje em dia enterram seus mortos. Mas os índios mais velhos consideram o enterro como uma falta de respeito.
Os índios do Alto Xingu realizam, uma vez por ano, uma grande festa a que chamam Kuarup. Na festa, os índios relembram a lenda do primeiro herói que caminhou pela terra, Mavutsinin, que reviveu os mortos a partir de troncos de árvores. No Kuarup, além de chorar os mortos, os índios reúnem várias aldeias e realizam uma grande festa onde ocorrem disputas esportivas.
Para os índios Bororo, dos cerrados do Mato Grosso, os ritos funerários são os mais importantes de sua cultura. Os funerais duram meses, e durante esse tempo são realizados outros ritos de passagem, como a puberdade dos meninos. Os Bororo consideram que o mundo torna-se incompleto com a morte de uma pessoa e precisa ser "recriado" quando isso ocorre. É isso que acontece em seus funerais.
Os índios Kaingang, do sul do Brasil, também realizam uma complexa homenagem aos mortos recentes, que ocorre anualmente entre abril e junho: a festa do Kikikoi. São três noites - não seguidas - de festa. Após as homenagens aos mortos, os índios dançam por toda a noite, embalados por Kiki, uma bebida fermentada feita com água, mel e açucar.
Um dos mais complexos ritos funerários, que hoje deixou de ser realizado, é o que era feito pelos índios Wari (também chamados Pakaa-Novas), de Rondônia.
Eles comiam os próprios mortos. Além disso queimavam os cabelos e órgãos internos do morto, e mudavam o aspecto da casa onde ele vivia e dos lugares onde costumava ir. A explicação que davam para isso, é que o espírito sentia saudades desse mundo, e portanto os vivos tratavam de cortar todas as lembranças que pudessem fazer com que o espírito desejasse voltar à terra, inclusive seu próprio corpo.
Logo após o contato com os não-índios, na década de 60, os Wari abandonaram esse costume e hoje em dia enterram seus mortos. Mas os índios mais velhos consideram o enterro como uma falta de respeito.
ATIVIDADE PROPOSTA
-1 Faça um mapa conceitual englobando também outros rituais indígenas. Acesse o site e utilize os dois texto para realizar a atividade proposta.
fonte: http://www.iande.art.br/boletim007.htm