segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Aspectos sociais da obesidade

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A obesidade configura-se hoje como uma problemática social, podendo ainda ser entendida como uma expressão das mudanças ocorridas no mundo, exigindo das pessoas maior rapidez e flexibilidade inclusive nos horários e nos modos de se alimentar, das apelações exacerbadas ao consumo que leva os indivíduos a comerem e não necessariamente a se alimentarem devidamente.


A indústria alimentícia se aproveita desta ofensiva que instaura, não apenas pelo modo de vida, mas pela maneira de consumir e de alimentar em consonância com os interesses do mundo industrializado (DOMINGOS et al., 2005).



A comida está sendo percebida como uma forma de obter status social. O alimento em nossa sociedade é uma mercadoria, e como tal, é explorada pela mídia. A sociedade de consumo revela a estratégia da sedução.



Esta lógica torna-se cada vez mais fortalecida, à medida que as tecnologias e o mercado colocam à disposição do público uma diversificação, cada vez mais vasta, de bens e de serviços (FELIPPE, 2004). Os fast-foods tornaram-se uma alternativa de refeição rápida, porém na maior parte das vezes carecendo de aporte nutritivo. Em busca de solucionar o problema do tempo, passou a satisfazer as exigências do paladar. De modismo passou a ser a opção para um número crescente de consumidores.



Os adolescentes, jovens e adultos estão mais sensíveis e permeáveis às mudanças e, portanto, mais vulneráveis à propaganda, sem a preocupação com os danos que isso poderá acarretar a sua saúde e qualidade vida. Como consequência há um crescente aumento de pessoas com sobrepeso ou obesidade.



De acordo com Lowen (1979, p. 19): “A pessoa experimenta a realidade do mundo somente por meio do seu corpo. O meio ambiente lhe provoca impressões porque se manifesta sobre seu corpo e afeta seus sentidos”.



Desta forma, o ato de comer, além de ser instrumento para “matar a fome”, pode conter significados das mais diversas ordens, funcionando, por exemplo, como alívio de ansiedade, de irritabilidade, como sedativo, motivo de celebração e euforia ou até mesmo, como veículo na busca de aceitação social.



Sob um viés semelhante, Coulon (1995) retrata que as pessoas constroem seu mundo social por meio dos sentidos que atribuem as suas experiências, objetos e situações em geral. E parece que o mundo do sujeito obeso está sendo cimentado sob o preconceito, a discriminação e o isolamento. Tudo isto revelando um contexto sociocultural de forma que os padrões em voga se referem ao corpo perfeito, bonito, “malhado”, fisicamente bem delineado.



Problemas psicológicos, sociais e comportamentais podem ocorrer em indivíduos obesos. Muitas vezes, eles sofrem discriminação e estigmatização social, prejudicando seu funcionamento físico e psíquico, podendo causar um impacto negativo em sua qualidade de vida (KHAODHIAR; McCOWEN e BLACKBURN, 1999 apud DOMINGOS, et al.,2005).



O aspecto psicológico não está relacionado unicamente ao impulso à ingestão de comida. Com efeito, a representação social da obesidade é responsável por estigmatizar o obeso como alguém feio e relaxado. Essa imagem desencadeia sentimentos de solidão, insatisfação e reclusão, caracterizando-se como novas formas de não inclusão.


Os sentimentos negativos impulsionam o agravamento de problemas emocionais, fazendo aumentar a ansiedade que leva os indivíduos a ingerir ainda mais alimentos, reforçando, assim, o ciclo vicioso da obesidade (DOMINGOS et al., 2005).



No dizer de Martins (1998, p. 18): “A exclusão é apenas um momento da percepção que cada um e todos podem ter daquilo que corretamente se traduz em privação”.



Diante disso, ressaltamos as privações vivenciadas cotidianamente pelos obesos, seja no mercado de trabalho onde os portadores de obesidade têm dificuldades de inserção devido aos padrões estéticos, seja na participação no mercado de consumo, que propõe majoritariamente roupas e objetos fabricados de acordo com os padrões vigentes, que priorizam a estética do magro, esbelto, oferecendo tamanhos pequenos e/ou inadequados a pessoas que não correspondem a este padrão.



A privação do bem-estar também é muito comum, tendo em vista que em geral, o estigma da obesidade favorece uma compreensão do fenômeno como “algo não estético”, fora dos padrões de beleza, de responsabilidade individual e não como uma doença. Para Martins (1998), a privação hoje é mais do que privação econômica, nela se incluem também todas as formas de preconceito e discriminação.
Resultado de imagem para GARFIELD COM RAIVAAo longo da vida, o excesso de peso traz outras dificuldades, como menor índice de emprego, timidez e problemas de relacionamento afetivo. Devido a tais dificuldades, muitas vezes os indivíduos obesos sofrem ou impõem-se restrições diante de atividades rotineiras como ir à escola, comprar roupas, namorar e divertir-se (DAMIANI; CARVALHO e OLIVEIRA, 2002).


As discriminações são formas de exercício de poder para excluir pessoas do acesso a certos benefícios ou vantagens ou do próprio convívio social que ocorrem por meio da rotulação ou etiquetagem de estereótipos socialmente fabricados.



Esses rótulos perpassam as relações cotidianas de dominação produzindo a identificação social das pessoas (FALEIROS, 1995). Segundo Felippe (2003) o nosso cotidiano se constituiu de valores e crenças, nesse momento social que favorecem a obesidade. Social por se tratar da relação entre as pessoas, por envolver estigmas, discriminação, preconceitos e a rede de relações do indivíduo em relação ao mundo e aos outros.



As pessoas obesas são vistas de forma mais negativa do que pessoas não obesas nos aspectos de inteligência e sucesso e, portanto, socialmente evitadas ou até mesmo rejeitadas para certas funções de trabalho (MILLER; ROTHBLUM; BRAND; BARBOUR e FELÍCIO, 1990).



A obesidade e consequentemente a discriminação atinge também as crianças. Na sociedade contemporânea atividades lúdicas estão sendo substituídas pelo videogame, computador e pela programação da TV que na maioria das vezes transmite programas que induzem à imitação e ao consumo e que acabam por definir um padrão estético.



As crianças obesas são frequentemente importunadas pelos colegas e menos aceitas do que as crianças com peso normal. Bracco et al.,(2002), afirmam que a criança obesa está sob forte estresse emocional promovido por uma sociedade que cultua o corpo perfeito.


Essa criança sente-se desestimulada a realizar qualquer tipo de atividade física em que tenha que expor seu corpo que, quase sempre, é motivo de zombaria de outras crianças e até, de adultos que atribuem a obesidade a uma falta de vontade desta criança em comer menos e ser menos sedentária. A essa situação somam-se discriminação social, afastamento das atividades em grupo, isolamento, dificuldades em expressar sentimentos, baixa autoestima e problemas escolares.


ATIVIDADE PROPOSTA

Proposta de Redação 

A partir da leitura dos Textos Motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Entre a saúde e o preconceito o problema da obesidade e do sobrepeso no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 

ATIVIDADE AVALIATIVA


https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/aspectos-sociais-da-obesidade/30923
https://projetoredacao.com.br/temas-de-redacao/obesidade-problema-de-saude-ou-problema-social

Tatuagem: modismo ou formação de identidade?

Resultado de imagem para Tatuagem- tattoo- escritaVocê certamente conhece alguém que tem um desenho gravado na pele. Ou é você que tem uma tattoo? Usadas para marcar um momento importante, fazer uma homenagem ou simplesmente para embelezar o corpo, as tatuagens têm suas origens muito antes de Cristo.

Com o passar do tempo e dos acontecimentos históricos, os estilos de tatuagem foram mudando, assim como o público adepto a carregar esse tipo de arte na pele. Para entender melhor a história da tatuagem, suas influências e suas origens, confira o artigo:

Os primeiros registros

O registro mais antigo de uma tatuagem foi descoberto em 1991 no cadáver congelado de um homem da Idade do Cobre. Os restos mortais do homem, que foi apelidado pelos cientistas de “Ötzi”, datam de 3.300 anos antes de Cristo. Em seu corpo foram encontradas diversas linhas na região das costas, tornozelos, punhos, joelhos e pés. Supõe-se que os desenhos tenham sido criados a partir da fricção de carvão em cortes verticais feitos na pele.
Depois de estudar o corpo, exames de raio X revelaram degenerações ósseas ao lado de cada uma das tatuagens. Isso levou os cientistas a acreditar que o povo de Ötzi – que são os ancestrais de parte dos europeus – utilizasse os desenhos como uma espécie de tratamento médico para diminuir a dor.

Com o desenvolvimento das civilizações, as tatuagens ganharam outros significados. De acordo com o National Geographic, as mulheres que dançavam nos funerais egípcios por volta de 2000 antes de Cristo tinham os mesmos desenhos abstratos de traços e pontos encontrados em múmias do sexo feminino desse período. Mais tarde, nota-se também o surgimento de tatuagens que representavam Bes, a deusa egípcia da fertilidade e da proteção dos lares.

Os romanos e as cruzadas

Enquanto algumas civilizações costumavam adornar seus corpos com desenhos e técnicas variadas, os antigos romanos não faziam tatuagens por acreditarem na pureza da forma humana. Por esse motivo, as tatuagens eram banidas e reservadas apenas para os criminosos e os condenados.

Com o passar do tempo, os romanos começaram a mudar sua visão com relação à tatuagem, motivados principalmente pelos guerreiros bretões, que usavam insígnias de honra tatuadas na pele. Assim, eles passaram a admirar a bravura dos guerreiros e os símbolos que eles carregavam. Em pouco tempo, soldados romanos também gravaram suas próprias marcas. Outro fato interessante é que os médicos romanos desenvolveram excelentes técnicas para aplicar e remover os desenhos.

Já durante as cruzadas dos séculos 11 e 12, as tatuagens foram usada para identificar os soldados de Jerusalém. Todos aqueles que tivessem o desenho da cruz em seus corpos receberiam um enterro propriamente cristão se fossem mortos em batalhas. O National Geographic ressalta que após as cruzadas a tradição da arte gravada na pele caiu em desuso no Ocidente por um período, mas continuou a crescer em outras partes do mundo.

A origem do nome

No começo do século 18, marinheiros europeus tiveram seu primeiro contato com povos que viviam em ilhas na região sul e central do Oceano Pacífico e tinham as tatuagens como um importante aspecto cultural.

No Havaí, por exemplo, quando as pessoas estavam de luto, elas tinham três pontos tatuados na língua. Já em Borneo, os nativos costumavam gravar a imagem de um olho na palma da mão do falecido para que servisse como um guia espiritual que o levaria à próxima vida. Na Nova Zelândia, os Maoris – um povo nativo da região – tatuam o rosto como uma forma de expressão e uma maneira de identificar a família a que se pertence.

Em 1769, o capitão britânico James Cook desembarcou no Taiti, onde a palavra “tatau” era usada para designar a maneira com que a tatuagem era feita – fazendo a tinta penetrar no corpo. Um dos instrumentos utilizados pelos habitantes das ilhas do Pacífico para realizar os desenhos consistia em uma concha afiada presa a uma vareta de madeira. Acredita-se que a palavra “tatau” tenha dado origem ao termo “tattoo”, um dos nomes mais usados para os desenhos gravados na pele.

A tradição oriental

A tatuagem é uma prática vastamente difundida no Japão desde o século 5 antes de Cristo. Usada para o embelezamento do corpo ou para marcar criminosos, a arte chegou a ser proibida em 1870. Isso fez com que os tatuadores passassem a atender ilegalmente e deu origem a desenhos únicos, que são reconhecidos como tipicamente japoneses na atualidade.

A Yakuza – também conhecida como a máfia japonesa – é uma das principais referências em tatuagem no Japão. Usando uma técnica chamada “tebori”, que é mais rudimentar, demorada e dolorida do que a tatuagem feita com máquina, os membros da Yakuza cobrem seus corpos do pescoço aos tornozelos com desenhos cheios de significados, como o dragão, a carpa, o tigre, os lutadores e alguns tipos de flores.

A tatuagem nos dias de hoje

Em 1891, o inventor americano Samuel O’Reilly patenteou a primeira máquina elétrica de tatuagem do mundo, deixando para trás as ferramentas tradicionalmente utilizadas no Ocidente. Nos anos seguintes, a tatuagem ficou marcada como uma forma de expressão de grupos de contracultura, marinheiros e veteranos da Segunda Guerra Mundial.

Ao longo de toda a história da tatuagem, os desenhos gravados no corpo sempre geraram polêmica e, em alguns casos foram recebidos com preconceito. Atualmente, as pessoas que carregam imagens na pele não pertencem mais a um determinado grupo. Os desenhos são os mais variados e servem como uma forma de expressão individual.

A popularização da prática da tatuagem pode ser vista em feiras e convenções que são regularmente organizadas em diversos países e reúnem um público bastante eclético que tem como único ponto em comum o interesse pelos desenhos gravados na pele.

ATIVIDADE PROPOSTA:

ATIVIDADE AVALIATIVA

ATIVIDADE EXTRA:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema  Tatuagem: modismo ou formação de identidade?, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Textos motivadores
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Texto 1

tatuagem é o resultado de um depósito de pigmentos coloridos (ou não) insolúveis na pele. Esses pigmentos formam um desenho e permanecem definitivamente na camada subcutânea.
Hoje em dia, a técnica mais comum introduz esses pigmentos com o uso de agulhas especiais na segunda camada do tecido epitelial (pele), na região da derme. Mas há outras técnicas utilizadas, como a sumi, que usa o bambu em lugar de agulhas.
A tatuagem surgiu primeiramente entre tribos e clãs, como fator distintivo de grupo. Estima-se que isso ocorreu há pelo menos 3500 anos atrás. Inclusive, foi comprovada uma tatuagem em uma múmia do século VII dos nossos tempos   – e há ainda quem diga que é um sintoma da modernidade. Depois, com as evoluções sociais e da própria tatuagem passou a ser o que é hoje, ou seja, mais uma expressão da personalidade, uma marca particular do indivíduo.
Segundo o jornalista João do Rio: “primeiro homem, ao perder o pelo, descobriu a tatuagem”.
Outra forma de uso da tatuagem era para marcar os fatos que marcavam fases da vida, dentre eles o nascimento, a puberdade, a reprodução e a morte. Em tempos modernos, a tatuagem se disseminou primeiro entre marinheiros para, décadas depois se tornar comum entre presidiários. Foi por conta disso que, por um longo tempo tatuados foram marginalizados.
O crescimento das tattoos em peles femininas é algo recente. Sendo hoje visto como algo normal, foi outrora visto como bizarrice tamanha ao ponto de mulheres tatuadas se tornarem atrações em circo. Mas nem sempre foi motivo de entretenimento, houve ainda momentos de utilização de tatuagens para fins terríveis, como para marcação de prisioneiros judeus, que foram numerados durante a Segunda Guerra Mundial.
Com o tempo ela passou a ser utilizada para relatar os fatos da vida social, como:
  • transformar-se em guerreiro;
  • tornar-se sacerdote;
  • tornar-se rei;
  • casar-se;
  • celebrar a vida;
  • identificar os prisioneiros;
  • pedir proteção ao imponderável;
  • garantir a vida do espírito durante e depois do corpo.
Fonte: Disponível em: <https://www.mundodastatuagens.com.br/historia-da-tatuagem/>. Acesso em: 19 mar. 2016. (texto adaptado)

Texto 2

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Texto 3

A arte virou moda e deixou de ser um reduto de jovens e marginais.
Há quem goste e quem não goste, mas é difícil ficar-lhes indiferente. As tatuagens tornaram-se uma moda nos últimos anos e é com a chegada do Verão que este facto ganha peso. O corpo menos tapado revela o que anda escondido no tempo frio.
Ana Paula Castela apercebeu-se disso numa ida ao Rio de Janeiro. Nas praias da cidade maravilhosa não faltavam tatuados a exibirem-se e tatuadores a fazerem o mesmo. “Enquanto estive na praia devem-se ter aparecido aí uns 15 a quererem-me fazer tatuagens”.
De regresso a Portugal esta lisboeta, que é professora da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova e vive em Castelo Branco há quase 30 anos, deitou mãos à obra e iniciou uma investigação que resultou na tese de doutoramento “O Corpo Escrito- As Tatuagens na Pós-Modernidade”, pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Salamanca.
Neste trabalho as tatuagens são um veículo para estudar a sociedade contemporânea, novos valores e maneiras de ver o corpo.
Para Ana Paula Castela o bilhete de identidade deixou de ser a única marca do indivíduo. “As pessoas hoje em dia identificam-se pelos seus gostos musicais, estilos de vida”, agrupando-se em tribos. E isto não é propriamente uma novidade já que as tatuagens existem desde os tempos mais remotos da humanidade. O homem do gelo do Neolítico tinha 57 tatuagens.
“Algumas tribos tinham a ver com o sublinhar da linhagem da família (…) há outro caso em que tem a ver com os rituais de passagem e marcar acontecimentos da tribo”. Algumas destas razões continuam atuais, como a investigadora verificou ao longo das quase quatro dezenas de entrevistas que fez para a tese.
Um dos homens com quem falou, de 23 anos, estava a tatuar na zona da barriga a frase “don´t trust”, em português “não confies”. Ele disse-lhe que o fez porque tinha de deixar marcado na pele este aviso permanente.
Os homens que fazem tatuagens usam o corpo para marcar um acontecimento da vida, como uma espécie de biografia. As mulheres “consideram a tatuagem uma jóia que vai tornar o seu corpo mais atraente”.
Para alguns o corpo é uma verdadeira galeria de arte e não se inibem de fazer centenas ou milhares de quilómetros para serem tatuados. É aqui que entra o vício, que muitos assumem e provam com a pele.
Nem jovens, nem marginais
No mundo das tatuagens há também ideias feitas que o estudo de Ana Paula Castela clarifica. A primeira tem a ver com a idade de quem as faz. A generalidade dos tatuados tem entre 25 e 40 ou mais anos, não só porque os menores precisam de autorização parental, mas também porque não têm poder de compra. A tatuagem é mesmo um meio de afirmação da juventude. “Há 30 anos os jovens queriam ter um ar adulto e hoje é exatamente ao contrário, os pais querem parecer-se com os filhos”, diz Ana Paula Castela.
Este também deixou de ser um reduto de marginais e hoje “há advogados, juízes e professores com tatuagens”. Impunha-se por isso a pergunta a Ana Paula Castela: tem tatuagens? A resposta é afirmativa e conta que durante as entrevistas fez duas. “E vou fazer outra, porque não há dúvida que isto é um vício”.