Zygmunt Bauman nasceu em Poznan, Polônia em 1925. Filho de família judia, diante do crescimento do nazismo, Bauman e os familiares fugiram para a União Soviética em 1939. Após a guerra retorna à Varsóvia, onde inicia sua vida acadêmica e envolve-se com o Partido Comunista local,.
Por divergências, perseguições políticas e a proibição de suas obras deixa a Polônia em 1968 e segue para Israel para trabalhar como docente na Universidade de Tel Aviv. Em seguida, vai lecionar na Universidade de Leeds, onde desenvolveu suas principais ideias, como a teoria da modernidade líquida, as conceções sobre a modernidade e o mundo capitalista. Bauman faleceu na Inglaterra em 9 de Janeiro de 2017.
Modernidade Sólida
Na obra O Mal-estar da pós modernidade, publicada pela primeira vez em 1997, Bauman retoma a teoria freudiana de que ao longo da modernidade os cidadãos trocaram a liberdade pela segurança. Tal mudança gerou no mundo comportamentos de ordem, repressão, regulação das vontades e prazeres.
A sociedade tornou-se cada vez mais dura, mais sólida, repressiva e autoritária. A busca era por estabilidade e segurança relacionadas tanto a questões políticas e ligadas ao Estado quanto das questões de trabalho, relacionamentos e vida cotidiana. Na obra de 1997, Bauman afirma: “a modernidade sólida tinha um aspecto medonho: o espectro das botas dos soldados esmagando as faces humanas”.
Na modernidade sólida citada por Bauman as estruturas, relações, emoções, sentimentos e ações sociais eram mais rígidas e inflexíveis, um certo grau de certeza pairava. No entanto, toda rigidez aos poucos deu lugar a uma nova estrutura e relações sociais, que Bauman chamou de “modernidade líquida”.
Modernidade Líquida
Em suas reflexões sobre a pós-modernidade e as relações sociais, Bauman cunha o termo Modernidade Líquida para definir os acontecimentos, fatos e relações estabelecidas no tempo presente.
Bauman explica que o termo líquido foi escolhido como metáfora para explicar as constantes mudanças e transformações que ocorrem na sociedade, já que o mesmo acontece com o líquido, que não tem forma própria, é fluido e se esvai pelas mãos com facilidade.
Bauman explica as relações contemporâneas como sendo vulneráveis, fluidas e incapazes de manterem a mesma forma por muito tempo. As relações na atualidade, de acordo com Bauman, são frágeis, fluidas, temporárias e se alteram rápida e intensamente, sem a necessidade de muitas análises. Simplesmente mudam, porque são frágeis e incapazes de se sustentar de forma rígida e segura.
Nas relações e atividades modernas, a incerteza, fluidez e insustentabilidade é que pairam diante das relações e ações humanas.
Com relação à modernidade sólida, Bauman estabelece que a maior diferença para a modernidade líquida é o grau de liberdade e emancipação que foram atingidos.
Atualmente, as relações e ações sociais são pautadas pelas emoções individuais, pelos desejos e satisfações pessoais acima do coletivo. No entanto, esse novo modelo social observado por Bauman também estabelece que cada ser social torna-se responsável por seus atos e ações.
Relações Líquidas
Em seus estudos sobre os relacionamento humanos, inclusive os amorosos, Bauman aponta a escolha racional pela solidão, uma certa disposição ao isolamento social. O afastamento entre as pessoas estimula, segundo Bauman, um sentimento de insensibilidade e menor empatia em relação aos sentimentos do outro indivíduo.
A rapidez das relações e o novo modelo de conexões em redes, e não mais em comunidades, geram, de acordo com o polonês, altos níveis de insegurança. As pessoas buscam relacionamentos, mas a fluidez das relações as impede de aprofundar e estabelecer conexões duradouras.
Ainda de acordo com Bauman, a crescente atividade em redes sociais estabelece que as escolhas sejam feitas baseadas em conceitos superficiais e na semelhança. A sociedade procura cada vez mais pares iguais para estabelecer relações, com isso, é possível evitar, em grande parte, conflitos e relações profundas.
A teoria da modernidade líquida pode ser ponto de partida para a observação das relações sociais, da forma como a sociedade conduz os relacionamentos amorosos e pessoais e como a solidão, relacionamentos e falta de empatia estão ligados e definem a forma como a sociedade está se comportando.
Texto Complementar 2
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fonte: https://studymaps.com.br/zygmunt-bauman/
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