quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Os Limites do Humor

Resultado de imagem para Os limites do humorO humor é a arte da disposição cômica de uma pessoa. Mais do que um “estado de espírito”, ele é considerado um talento para muitos, no qual, marcado pela espontaneidade e graça, é reconhecido como a arte de fazer rir.

O humor é fundamental para o convívio social, quem não acha bom rir? Quem não tem aquele amigo que tem uma facilidade incrível para tornar tudo engraçado? E, mais ainda, quem não ama a pessoa que torna o trágico o mais cômico possível? O humor é um dom sim, e como dom, poucos sabem fazê-lo com excelência.

Com a vida cada vez mais conturbada e com as pessoas mais compromissadas e responsáveis, o humor passa a significar uma válvula de escape para a seriedade que nos é exigida diariamente. A novela por muitos anos foi considerada a maior fonte de entretenimento, tornou-se habitual chegar em casa no fim do dia e permitir-se levar para um mundo fantasioso, que nos apreendia e envolvia. Com os variados personagens inseridos na ficção, de uns tempos pra cá, aqueles comprometidos com o humor são os que mais fizeram sucesso. Esses personagens marcaram as novelas, roubando a cena até dos personagens principais e tornando-se tema das conversas dos espectadores, como o famoso Crô, de Fina Estampa – que de tamanho sucesso teve até um filme dedicado ao seu personagem – Valdirene, Márcia, Félix e o “Palhaço”, de Amor à Vida.

Com a democratização da web, a facilidade de acesso e o surgimento dos canais pagos, séries, programas e filmes voltaram-se para a comédia e tornaram-se os grandes sucessos das redes. O humor saiu do anonimato da internet para fazer parte das programações diárias dos canais de televisão, sendo suas maiores apostas para conquistar os públicos. Com o gênero emergente, os humoristas foram invadindo as telas e teatros, apresentando programas, recebendo papéis de destaques em novelas e mini séries e protagonizando espetáculos do mais novo estilo: comédia stand up. Nota-se pela fama das séries Friends, The Big Bang Theory e Two and a Half Men (ambos comprados para serem exibidos em um canal aberto brasileiro), Porta dos Fundos, CQC, Pânico, É tudo improviso.

Com a ascensão do fazer rir como a mais nova modalidade de entretenimento, os textos humorísticos passaram a ter maior visibilidade, novos profissionais surgiram e, como uma atividade que se apoia na liberdade de expressão e na premissa de que tudo é válido na arte de causar o riso escrachado, críticas e consequências surgiram, juntamente com a questão: Qual o limite do humor?

O humor é o espelho social mais fidedigno que existe. Ele apenas acompanha as tendências socioculturais e reflete os padrões, pensamentos, atitudes e preconceitos que as pessoas têm e, por muitas vezes, ocultam. Rafinha Bastos é um exemplo impossível de não ser mencionado. Humorista polêmico, já teve que responder por muitos processos judiciais em resposta a suas piadas de mau gosto e infelizes, mas o fato é: tornou-se famoso por que se todos acham um absurdo que ele fale que: estuprar uma mulher feia devia ser encarado como favor? Ou quando alegou que “comeria até o bebê dela”, referindo-se ao filho de Wanessa Camargo?

Fonte: Site Espaço Acadêmico
Claro que não concordo, claro que condeno e acho desprezível esse tipo de humor pesado e desrespeitoso. Aliás, todo o tipo de humor que invade, ofende, fere, difama, satiriza, constrange, violenta a dignidade alheia e ultrapassa os limites do outro indivíduo não é válido, não é engraçado e não pode servir para o entretenimento. O erro está em individualizar, em personificar o alvo da comédia, da piada. Quando se trata de um grupo, classe ou de uma instituição – claro que também sem caluniar e infringir os direitos – o humor é válido e atinge seus objetivos.
É válido rir, fazer graça, denunciar o que está de errado, criar situações irreverentes. Mas o humor mais fiel vale quando é livre de qualquer amarra e limitação. Mas se deve estar liberto de censura e conceito, ao mesmo tempo que tenha algum compromisso ético e justo, quem haverá de deter o poder de lhe ditar o rumo e a forma, com completa isenção e preparo? O meu limite não é o seu limite. Uma pessoa tem tolerâncias diferentes em cada situação e diferentes de outras pessoas. Nossas visões, reações e gostos se diferenciam, misturam, conflitam e divergem, pois somos todos únicos. O que me fere e causa repulsa numa piada social, pode ser natural e bem assimilado por outra pessoa, o que para muitos indigna, para outros grupos pode ser vital como prova de notoriedade e existência.
É esse contexto múltiplo de gostos e desgostos que possibilita tornar um Rafinha Bastos famoso com milhares de seguidores em suas redes sociais, amado e odiado simultaneamente, suscetível à polêmica e ao julgo de cada um.
O errado é quem cria um programa que insinua que a mulher faz tudo pela fama, até mesmo ficar rebolando de biquíni durante um programa todo ou o público que se deixa ser comprado por isso? Será que quem vende o que o espectador quer comprar pode ser criticado ou será tudo isso tão somente uma grande piada?

ATIVIDADE PROPOSTA









ATIVIDADE EXTRA

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Os limites entre humor e ofensa, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1

“O humor está presente na civilização desde as sociedades mais primitivas – ele é uma capacidade que o ser humano tem de olhar a realidade e ressignificá-la, tornando-a algo engraçado e conferindo-lhe olhar crítico. No passado, ele era até uma forma de sobrevivência às adversidades e de união do grupo”, de acordo com o professor da Escola de Comunicações e Artes, Ricardo Alexino Ferreira.

Alexino conta que, a partir dos anos 40, os humoristas passaram a retratar frequentemente de forma pejorativa grupos minorizados da sociedade, como negros, mulheres, idosos e deficientes. Segundo ele, os comediantes consideraram esse humor fácil, pois muitas vezes se limitava a imitar essas pessoas. “Parte do humor se tornou sem repertório e um reforçador de estereótipos, uma caricatura do ‘outro’”, diz.

Daniel Nascimento, outro humorista da Cia. Barbixas de Humor, diz que para ele, na atualidade, existem três tipos de humor. O clown que ri de si mesmo e encontra saídas inusitadas para tomar atitudes, tendência que ele e os Barbixas seguem; o bufão, que gera o riso apontando para os outros, para o que acha errado ou ridículo, e consegue trazer isso para todos de forma engraçada; e o non sense. “Atacar alguém está longe de ser uma obrigação para quem faz humor. Porém nenhum desses estilos é menor que o outro. Os três têm funcionado mais ou menos dependendo do público e da época”, afirma o comediante.

Para Nascimento, o humor não deve ter limites. “Quem os determina é o humorista. Tem que saber equilibrar inteligência, criatividade e o seu tempo”, afirma. Sanna, diz que o humorista faz a piada, mas cabe ao público avaliá-la. “Se a piada não for boa, as pessoas não vão rir”.

Fonte: http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2011/10/quando-a-piada-perde-a-graca-e-vira-ofensa/

Texto 2

Até que ponto o humor pode ser protegido pela liberdade de expressão?

Ainda que a Constituição proteja amplamente a manifestação do pensamento, a criação e a expressão, não parece razoável que, sob o véu da liberdade de expressão, seja possível propagar discursos que, de alguma forma, incentivem o ódio e a violência contra uma pessoa, grupo ou instituição. O direito fundamental à liberdade de expressão deve ser protegido na exata medida que outros direitos fundamentais, como o direito de ser diferente (oriundo do direito à igualdade) e os direitos da personalidade, como a honra, a imagem e a intimidade. No caso concreto, deve o intérprete ponderar os direitos em conflito e, de forma fundamentada, determinar qual grupo de interesses deve prevalecer.

A liberdade de expressão é um princípio fundamental da democracia, mas precisa estar harmonizada com outros princípios da mesma grandeza. Não se pode, evidentemente, limitar de forma indevida a liberdade de expressão e a liberdade de fazer humor, sob pena de se silenciar discursos relevantes, como críticas sociais e políticas, mas também é inadmissível se admitir a expressão de discursos que incentivem o ódio e a discriminação de minorias.

Fonte: https://feed.itsrio.org/humor-e-liberdade-de-express%C3%A3o-vale-tudo-3f3e2177b0cc

Texto 3

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Fonte: https://www.facebook.com/tirasarmandinho/

Os desafios da EJA para incluir quem a escola abandonou

Resultado de imagem para EJA- desenhoA Educação de Jovens e Adultos (EJA) pode ser vista como o ápice do retrato das desigualdades sociais e econômicas do Brasil. Isto porque congrega em si duas faces: as fragilidades de uma escola excludente diante da diversidade e, no outro extremo, o direito de aprender independentemente da idade. Com isso, carrega também a responsabilidade de não excluir estas pessoas uma vez mais.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2017 deixam claro quem a escola abandonou: sete em cada dez brasileiros sem Ensino Fundamental completo têm renda familiar de até um salário mínimo. No Nordeste, 52,6% dos brasileiros sequer concluíram o Fundamental, enquanto no Sudeste, 51,1% têm pelo menos o Ensino Médio. As pessoas brancas têm 2 anos a mais de escolarização em relação às pretas e pardas e mais chances de chegar ao nível superior: 22,2% contra 8,8%.

As desigualdades também envolvem as questões de gênero e identidade. A proporção de mulheres jovens que não estudaram por conta da responsabilidade exclusiva de desempenhar os afazeres domésticos ou cuidar de pessoas é 32,6 vezes superior à dos homens envolvidos nessas atividades. Além disso, no Brasil, a evasão escolar de pessoas trans chega a 82%.

“A EJA não é só um problema educacional, mas político e social”, resume Sonia Couto, coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire, do instituto homônimo. “Para resolver um lado, tem que resolver os outros.”

Não é isso, contudo, que se vê na prática. A especialista explica que os alunos evadem ou migram para a EJA em razão das falhas presentes no Ensino Fundamental e Médio. O Estado, por sua vez, não assume sua responsabilidade de resolver as questões que levam ao abandono escolar, culpando estudantes e professores pelo fracasso escolar e fazendo com que a EJA tenha mais um caráter assistencialista do que de direito, como assegurado pela Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Maria Margarida Machado, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), concorda: “Usam a modalidade para transferir a responsabilidade, encobrindo a obrigação do Estado de garantir que esses adolescentes possam concluir a Educação Básica no tempo adequado.”

Com a crise econômica e os recentes cortes de investimento na Educação Básica, exacerbados na Emenda Constitucional 95, que limitou o teto de investimentos em Educação e Saúde por 20 anos, o cenário não é promissor.

Um levantamento de fevereiro de 2018 do Banco Mundial indica que jovens de 15 a 25 anos vivendo em lares afetados por quedas nos rendimentos têm 2,3% mais chances de abandonar os estudos.

“Há uma precarização total da educação. Agora, com os investimentos limitados, tende-se a baixar ainda mais a qualidade na Educação Básica e produzir cada vez mais alunos da EJA, analfabetos e analfabetos funcionais”, explica Sonia.

Migração para a EJA: causas e consequências

Resultado de imagem para EJA- desenhoNo Brasil, 30% dos alunos da EJA têm entre 15 e 19 anos, segundo o Censo Escolar de 2017. A presença de adolescentes neste espaço se dá porque muitos precisam trabalhar no período diurno, mas não querem abandonar os estudos. Também por causa da distorção idade-série resultante de uma cultura de fracasso escolar ou por serem induzidos a se preparar para o ENCCEJA e obter um certificado mais rapidamente.

Maria Margarida Machado explica que essa migração traz prejuízos, sobretudo, para os adolescentes, porque a EJA persiste em um modelo compensatório, com tempo e conteúdos reduzidos, mais distante de uma formação integral e emancipatória.

“A escola deve preparar os alunos para lidar com o mundo de hoje e para entender a si e aos outros enquanto seres humanos que vivem coletivamente, capazes de alterar o meio. Não é um certificado que garante isso”, diz a professora.

Para ela, a exclusão da EJA do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) colabora para a marginalização desta modalidade de ensino. “Se o SAEB existe para melhorar a qualidade da Educação Básica, ao retirar a EJA da avaliação, encobre-se a qualidade do sistema inteiro, inclusive, porque é do interesse de muitas escolas que os alunos migrem para a EJA para, com isso, elevar sua nota nas avaliações”, diz.

Políticas públicas e financiamento da EJA

A maior parte do dinheiro destinado à EJA vem do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, mas o repasse que a modalidade obtém é inferior às demais etapas. “Desde a implantação do Fundo, a matrícula na EJA tem o menor valor. Se um aluno do Fundamental vale entre 1 ou 1,2, o da EJA vale 0,8”, explica Maria Margarida.

Sonia Couto reforça que não há incentivos para que estados e municípios ofertem a EJA, delegando a obrigatoriedade para a sociedade civil. Os cursos de licenciatura e pedagogia tampouco oferecem uma formação de professores para a modalidade de maneira adequada.

“A EJA precisa ser vista como política pública, e não como programa ou caridade. Mas não é isso que acontece. No Plano Nacional de Educação (PNE), por exemplo, as quatro metas mais próximas de atender a modalidade se encontram em posições praticamente impossíveis de serem alcançadas”, lamenta.

Para Maria Margarida, esse conjunto de negligências mostra que não entendem o significado da modalidade. “Sem ofertar uma educação de qualidade, pensada para o aluno e suas vivências, com professores bem formados, as pessoas não vão voltar. E se voltarem, é provável que não permaneçam”, alerta.

O retorno à escola

Resultado de imagem para O retorno à escola adulto - desenhoSe parte do entrave da EJA está em garantir que estas pessoas tenham condições de dedicar tempo para os estudos, outra vem da dificuldade de ressignificar a escola. “Quando nossos alunos de EJA chegam aqui, temos que trabalhar com a autoestima deles, porque se sentem fracassados e incapazes. A escola não pode perder de vista todos esses sentimentos e a bagagem de vida que estes alunos trazem, porque tudo isso interfere na aprendizagem”, afirma Eva Chow, coordenadora de projetos do Centro Paula Souza.

Sonia Couto pontua, ainda, que é preciso fazê-los entender que foi a escola que fracassou, não eles, e que o ambiente onde estão agora é diferente daquele onde se sentiram humilhados ou jamais acessaram.

“Temos que mostrar que são pessoas de muita coragem para voltar e enfrentar esse desafio, ou para os que nunca estiveram em uma escola, que são capazes de aprender. Mais do que isso, que eles já têm muito conhecimento acumulado por meio de experiências ao longo da vida e que esses saberes são tão importantes quanto os curriculares. Depois de entender isso, eles deslancham”, diz Sonia Couto.

Foi assim para Ademildo Teixeira. A última vez que ele pisou em uma sala de aula foi aos 14 e só retornou 43 anos depois, aos 57, graças ao apoio que teve das filhas, ambas professoras, para que voltasse a estudar.

“Tive que sair da escola para sustentar a minha família”, conta. Assim como ele, a maioria dos que deixaram a escola, 41% segundo a PNAD de 2017, o fizeram porque precisavam trabalhar.

O que o atraiu de volta foi seu amor pelas palavras e a vontade de publicar um livro de poesias, bem como uma maior estabilidade financeira. Ao final deste ano, Ademildo concluirá o Ensino Médio na EJA do Instituto Federal de Goiás (IFG) e prestará vestibular para o curso de Letras.

Eva Chow explica que na EJA é fundamental trabalhar levando em consideração a história de vida dos alunos, respaldadas por muito diálogo e autonomia. “Temos que trabalhar com projetos, autoavaliação, trabalhos em grupo, porque provas não fazem muito sentido. Além disso, muitos vêm com trauma da avaliação, porque era o momento em que repetiam de ano”, lembra Eva.

Dona Eda Luiz, gestora do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) Campo Limpo, em São Paulo, deixa sua recomendação, fruto de mais de 20 anos de experiência ensinando e aprendendo com jovens e adultos excluídos da escola.

“Essas pessoas buscam a escola para pertencer a um mundo que cobra muito, mas não oferece oportunidades iguais. Então a escola tem que oferecer isso, além de respeito, escuta atenta, reconhecimento de diferentes culturas, protagonismo, aprendizagem significativa, e construção coletiva dos conhecimentos”, diz.

ENTREVISTA

Resultado de imagem para alguem com microfone- desenhoRealize uma entrevista informal com um colega que queira falar de sua trajetória de vida. Esta entrevista pode ser gravada ou transcrita.

1- Por qual motivo você precisou parar de estudar?
2- Quantos anos ficou fora da escola?
3- Ao longo de sua vida, você se sentiu discriminado por não ter concluído os estudos?
4- Qual o motivo que te fez retornar a escola?
5- Você acha que seus conhecimentos já adquiridos foram uteis e respeitados em sala de aula?
6- Quais as dificuldades encontradas em sala de aula?
7- Já pensou em desistir, em parar? Por que?
8- Quais as dificuldades para se manter em sala de aula?
9- Quais são seus sonhos ou expectativas a partir dos aprendizados na EJA?
10- Qual mensagem você deixaria para as pessoas que sonham vencer na vida da mesma forma que você?

ATIVIDADE AVALIATIVA


ATIVIDADE PROPOSTA

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios da modalidade de ensino EJA: Educação de Jovens e Adultos”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

O que é o EJA?

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade criada em pelo Governo Federal destinada a quem não teve acesso à educação na escola convencional. Especialmente voltada a adultos, permite que o aluno retome os estudos e os conclua em menos tempo, possibilitando sua qualificação para conseguir melhores posições no mercado de trabalho. Anteriormente, o EJA era conhecido como supletivo. Sua criação teve como objetivo principal a democratização do ensino no Brasil. Hoje, o EJA tem duas modalidades, a presencial e à distância. Mas, dentro de cada uma, é dividido em etapas, a partir do momento em que abrange desde o ensino fundamental até o médio. EJA Ensino Fundamental: jovens a partir de 15 anos que não conseguiram completar o Ensino Fundamental, isto é, a etapa entre 1º e 9° anos. Nesta etapa, são inseridos no processo de ensino-aprendizado e, nisso, imergem em novas formas de aprender e pensar. Tempo médio de conclusão: dois anos. EJA Ensino Médio: direcionado a alunos maiores de 18 anos que desejam retomar os estudos a partir do Ensino Médio. Completando a Educação Básica, prepara os estudantes para o ingresso em universidades, incluindo vestibular e Enem. Tempo médio de conclusão: 18 meses. Voltando às modalidades, o EJA permite que o aluno estude de forma presencial ou à distância. Na primeira, precisa ir até à escola onde o curso é ministrado para frequentar as aulas, normalmente, no período noturno. A segunda é mais flexível e, por ela, o curso é feito pela internet ou com livros e apostilas fornecidos pela instituição.


TEXTO II 

Na última década, o Brasil viu o número de escolas de educação básica aumentar 12%, de 255.445 para 286.014. No mesmo período, porém, o número dessas escolas que oferecem o ensino de jovens e adultos (EJA) do ensino fundamental recuou 34%, segundo um levantamento feito pelo G1 na série “Adultos sem diploma”.

Em 2009, 37.334 escolas tinham turmas do EJA fundamental. Já no ano passado, essa oferta só existia em 24.658 escolas, segundo os dados do Censo que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou no mês passado.

Especialistas ouvidos pelo G1 explicam que a queda na oferta não está apenas relacionada ao aumento da escolarização dos adultos, que provocaria menor demanda. Apesar dos avanços, eles estimam que o número de brasileiros sem diploma varia entre 30 e 40 milhões. O país tem hoje 3,5 milhões de alunos matriculados no EJA, sendo que 59% deles estão no nível fundamental.


TEXTO III