domingo, 15 de março de 2015

Educação alimentar e nutricional

Conteúdo: “Educação Alimentar e Nutricional”

Objetivos:
Ø Esclarecer dúvidas dos alunos sobre os mitos da alimentação.
Ø Investigar os tabus e crenças alimentares, relacionados aos aspectos culturais;
Ø Realizar levantamento de comunidades carentes nas proximidades da escola;
Ø Planejar ações que possam minimizar os problemas de pobreza em nossa localidade;


Mitos e verdades sobre a alimentação

Porque nem tudo o que se diz é verdade e porque muitas vezes se pensa que a verdade é mentira…
Mais uma vez, abordamos aqui os mitos e os factos, desta vez sobre a alimentação. Este é um tema polêmico, pois conceitos e ideias espalhados pela sociedade não faltam. Não podemos falar de verdades absolutas… No que toca a este tema, todos somos diferentes e o ideal para uma pessoa pode não ser o indicado para outra, mas hoje vamos avaliar, dentro do possível, alguns desses mitos aos olhos da ciência, com base nos estudos até hoje realizados e opiniões de especialistas.

Excesso de adoçante faz mal à saúde: mito

São muitas as pessoas que já substituem as colheres de açúcar por adoçante, mas já se ouviu dizer que o seu consumo pode causar diversas doenças, incluindo originar cancro.Fernanda Granja, nutricionista clínica especializada em nutrição funcional, explica que “Os adoçantes consumidos dentro do limite recomendado são seguros. Esse limite foi determinado em estudos com animais, correspondendo, para o ser humano, a 10% da dose mínima de toxicidade para os animais pesquisados. Sendo assim, a margem de segurança é grande”.De acordo com recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), um adulto com 60 kg, por exemplo, pode consumir seguramente um máximo diário de 2.400 mg, o que equivale, aproximadamente, ao consumo de 48 envelopes de 1 g de um adoçante dietético com 5% de aspartame.

A “barriga de cerveja” existe: verdade

Roseli de Moura Espíndola, nutricionista, avisa que o álcool presente em algumas bebidas, como a cerveja, fornece um elevado número de calorias e, se consumidas em exagero, pior ainda! A especialista explica que “Como é raro alguém que tome apenas um copinho de cerveja, a ingestão da bebida e, logo, o excesso de calorias, pode levar ao aumento da produção de gorduras” e essas são, normalmente, armazenadas na zona abdominal.A juntar a isto, muitas das vezes, a cerveja é consumida com petiscos (amendoins, azeitonas, etc.), favorecendo o aumento de peso.

Pessoas que sentem desejo de comer terra têm parasitas: verdade

A sabedoria popular diz-nos que quando uma pessoa sente desejo de comer terra ou tijolo de barro é sinal que contém parasitas.Roseli de Moura Espíndola, professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Senac, revela que, muitas vezes, as parasitoses originam perdas de sangue, acreditando-se que o desejo referido se deva a perdas de ferro e a uma necessidade inconsciente de repor o mineral, que é abundante no solo.Por exemplo, parasitas do tipo do Ancylostoma duodenal e Necatur americanus (que podem penetrar na pele ou ser adquiridos através de água contaminada), libertam nos intestinos uma substância que produz o sangramento, resultando, posteriormente, num défice de ferro e de glóbulos vermelhos no sangue.

Beber leite depois de comer alho ou cebola ajuda a tirar o mau hálito: verdade

É de acordo geral que o hálito com que ficamos depois de comer pratos com cebola ou alho não é nada agradável. No entanto, parece que o copo de leite, para aqueles que não conseguem resistir a estes alimentos, é a salvação!Fernanda Granja informa que, segundo testes realizados em Ohio, nos EUA, beber 200 ml de leite após o consumo de alho pode reduzir até 50% o consequente mau hálito, podendo-se obter melhores resultados se o leite for ingerido durante a refeição.A nutricionista explica que o efeito do mau hálito é reduzido devido à gordura do leite que inibe a ação das propriedades sulforosas do alimento e que o mesmo acontece com a cebola, pois esta também é composta por substâncias sulforosas (responsáveis pelo mau hálito).

Muito chocolate provoca acne: mito

Esta é uma questão já debatida. Vanessa de Carvalho Figueiredo, nutricionista, explica: “Sabe-se que o consumo de alimentos muito gordurosos pode promover maior oleosidade da pele, contribuindo para formação de borbulhas. O chocolate é um produto que possui grande concentração de gordura, advinda da manteiga de cacau e do leite, os seus principais ingredientes. Porém, não existe uma relação direta, cientificamente comprovada, entre o consumo de chocolate e o aparecimento de borbulhas”.

Pimenta do Reino faz mal ao estômago: verdade

Já muitas vezes se ouviu dizer que todos os tipos de pimenta fazem mal ao estômago, mas estudos já revelaram que apenas um tipo de pimenta pode realmente ser prejudicial: a Pimenta do Reino.Fernanda Granja esclarece que “a pimenta é uma ótima aliada para a gastrite, mesmo com alguns especialistas não concordando com isso”, explicando ainda por que razão a pimenta do reino pode causar problemas: “A origem do produto nunca é confiável. Deve-se moê-la na hora, comprando pimenta do reino em grãos. Comprando só o pó, corre-se o risco de o produto não ser puro, o que pode prejudicar o estômago e o intestino”.

Proteínas em excesso prejudicam os rins: verdade

Devido à existência de tantos suplementos alimentares com proteínas disponíveis para aumentar a massa muscular, os rumores sobre os impactos negativos do excesso de proteínas nos rins aumentou, mas a verdade é que…é verdade!O excesso de proteínas pode acarretar problemas renais, pois, tal como explica a nutricionista Fernanda Granja, “uma dieta rica em proteínas exige mais trabalho dos rins”, o que, em pessoas que possuam problemas renais, pode levar à insuficiência renal ou a lesões graves nos órgãos envolvidos.

Coca-Cola faz mal aos ossos: verdade

Este é um boato já com “barbas brancas”, mas existe uma razão para ser tão falado e divulgado: de acordo com Roseli de Moura Espíndola, não é apenas boato, é um facto. Roseli explica que “as bebidas à base de cola apresentam grande quantidade de fosfatos que, presentes no lúmen intestinal, podem formar cristais insolúveis com o cálcio, diminuindo a absorção intestinal do mineral”. Essa má absorção do cálcio prejudica os ossos, uma vez que este é fundamental para o seu fortalecimento. A ingestão deste tipo de bebidas deve, por isso, ser evitada ou moderada.

Suplementos vitamínicos fazem mal à saúde: verdade

O exagero nunca dá bom resultado e o mesmo se aplica às vitaminas. Segundo Roseli de Moura Espíndola, “os suplementos vitamínicos devem ser prescritos por um médico quando a ingestão alimentar habitual do indivíduo não atende às necessidades nutricionais”, sublinhando que “o uso indiscriminado desses suplementos pode ser prejudicial para a pessoa, causando alteração no metabolismo de outros nutrientes”. A nutricionista esclarece ainda que vitaminas lipossolúveis, como a A, D, E e K, são armazenadas no organismo e, quando em excesso, podem tornar-se tóxicas.Siga uma dieta equilibrada e, caso isso não lhe seja possível, consulte o seu médico. Este ajudá-lo-á a tomar as melhores decisões sobre que suplementos tomar.

Para emagrecer não podemos consumir hidratos de carbono à noite: mito

Parece que este é um daqueles boatos que, felizmente, não tem qualquer fundamento! A nutricionista Fernanda Granja explica que “O carboidrato é o macronutriente que mais fornece energia para o nosso organismo e é necessário em vários casos. O que acontece é que à noite nosso metabolismo fica mais lento, sendo ideal que sejam realizadas refeições mais leves”. A especialista recomenda que à noite se consumam alimentos integrais com hidratos de carbono complexos e que se evite gordura. Isto contribuirá para que a glicémia vá subindo aos poucos, para facilitar a digestão e para que não haja interferências a nível do sono.

Água com açúcar acalma: mito

Luciana Setaro, professora de nutrição da Universidade Anhembi Morumbi, explica que “quando o açúcar é metabolizado pelo organismo, transforma-se principalmente em glicose, fonte de energia, e pode provocar uma sensação de bem-estar por causa da produção de certos neurotransmissores, como a serotonina”. A especialista afirma que, na maioria das vezes, a sensação de alívio é confundida com um efeito relaxante, mas que a água com açúcar não tem qualquer propriedade de calmante ou de sedativo. A ingestão de água com açúcar pode ainda ter um efeito psicológico e funcionar como um placebo.

Fibras alimentares fazem bem ao intestino: verdade

Parece que este é verdade! Fernanda Granja, nutricionista, revela que “entre os benefícios das fibras, encontradas em frutas e verduras, está a melhora do hábito intestinal”, explicando que “elas atuam no organismo, auxiliando em casos de intestino preso, estimulando o movimento do intestino e a formação do bolo fecal, o que previne doenças intestinais” e afirma ainda que as fibras contribuem também para a perda de peso, uma vez que “geram maior saciedade pelo retardo do esvaziamento gástrico”, recomendando, nestes casos, o consumo diário de 25 a 30 gramas de fibras.

Tomate previne cancro da próstata: verdade

Este é o tipo de cancro mais presente nos homens e, felizmente, pode ser prevenido recorrendo a um alimento: o tomate.Roseli de Moura Espíndola atribui a importância deste facto ao licopeno, segundo a nutricionista, “substância que apresenta atividade antioxidante e por isso protege as células contra os radicais livres, prevenindo o cancro da próstata”. Contudo, a especialista alerta para o facto de que “o seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e a hábitos de vida saudáveis. Nenhum alimento isoladamente é capaz de prevenir doenças”.

Carne de porco é menos saudável que a carne de vaca: mito

A carne de porco tem mais gordura que a de vaca (principalmente, gorduras saturadas – as “menos boas” para a saúde), devendo, por isso, ser consumida com moderação. No entanto, também há coisas boas: as proteínas do porco são mais semelhantes às humanas que as de vaca, o que permite que pessoas com alergias a outras carnes a possam consumir.

Beber água às refeições causa barriga: mito

Beber água em excesso, durante as refeições, não é aconselhável, pois esta dilui os sucos digestivos que são produzidos no estômago e nos intestinos, o que torna a digestão mais lenta e pode também fazer com que o bolo alimentar aumente de volume (dando-se, assim, uma distensão da zona abdominal). Contudo, este efeito só permanece enquanto se dá a digestão, voltando a barriga, posteriormente, ao normal. A dilatação da zona abdominal apenas se mantém quando há um aumento da gordura abdominal e isso obtém-se através da ingestão excessiva de carboidratos simples (açúcar), especialmente quando conjugados com bebidas alcoólicas.

Brócolos e repolho fazem gases: verdade

Vegetais como os brócolos, repolho, couve-flor, couve mineira e couve de bruxelas possuem uma proteína muito rica em aminoácidos sulfurados. Esses aminoácidos são fermentados no tubo digestivo por bactérias intestinais a óxido de enxofre (gás). Esses gases podem interferir e atrapalhar a digestão, para além do desconforto provocado ao serem expulsos pelo organismo. Deve evitar quantidades excessivas destes alimentos e, de preferência, não os juntar à refeição, optando por combiná-los com outros que não causem gases

Café faz mal à saúde: mito

Durante muito tempo dizia-se que a cafeína era prejudicial à saúde. No entanto, estudos já revelaram haver vários benefícios, como combater a fadiga, estimular o desempenho cerebral, a memória e melhorar a concentração. 


Tabus Alimentares

Os livros sagrados das principais religiões incorporam muitos hábitos e costumes dos povos antigos de como abater, como preparar a sua carne e também sobre a qualidade de cada uma dessas carnes. Muitos desses hábitos e costumes terminaram virando preceitos religiosos.




Budismo.

No Budismo, o princípio básico é não maltratar os animais sejam eles grandes ou pequenos. Seria um pecado até beber a água que contivesse larvas, pois seria uma forma de vida. Ensinam aos monges que todos devem respeitar qualquer espécie de animal e amá-los. Esse sentimento é chamado de ‘Metta’. É por isso que os budistas são vegetarianos.
Na cosmologia budista os animais habitam um mundo diferente, separado dos humanos, não por espaço, mas por ‘estado de espírito’. Esse mundo é chamado ‘Tiryagyoni’.
Buda, porém não foi um vegetariano e conta-se a lenda que ele morreu por ter comido carne suína contaminada. E contradizendo o princípio básico, ele também observou nos seus ensinamentos que a carne só poderia ser consumida pelos outros fiéis quando não fosse proveniente de animais reservados para a alimentação dos monges.
No ‘Charak Samhita’ a carne de vaca é indicada como remédio para várias doenças, como também para preparar sopa. O sebo da vaca era recomendado para o tratamento de reumatismo.
Buda condenava o sacrifício de animais. Ele dizia que ‘ashwamedha ’, ‘purusa-medha ’ e ‘vajapeya ’ não produzia resultados.
Naquela época havia sacrifícios com grande número de animais. Está escrito no livro ‘Digha Nikaya’ que quando Buda estava visitando a cidade de Magadha, o brâmane Kutadanta estava preparando um sacrifício com 700 bois, 700 cabritos e 700 carneiros. Buda não concordou e ordenou que todos os animais fossem poupados.
O Budismo foi adotado como religião oficial do Japão no século VI. A proibição do consumo de carne determinou os hábitos dos japoneses durante 10 séculos. Somente no século XVI, com a chegada dos missionários portugueses e de outros europeus ao Japão, é que foi reintroduzido paulatinamente o hábito de comer carne. 

Bramanismo.

No Bramanismo, também conhecido como Hinduísmo, são venerados como animais sagrados, a serpente e a vaca. 
A serpente é consagrada a Vishnu e a vaca a Siva. A imagem de Siva, como divindade principal, está presente em todos os templos e na maioria dos lares. Siva protege a fecundidade da terra e a da Humanidade. 
As vacas são consideradas como símbolos de riqueza. Também podem representar a luz e o raio. Aditi é representada como uma vaca e o Deva ou Purusha (o ser supremo) é representado como um touro. Havia cultos orgíacos em sua homenagem.
Os praticantes do Bramanismo não podem comer carne de vaca e nem contrariar os hábitos deste animal. As vacas são animais intocáveis, todavia o consumo da carne de búfalo é permitido. 
No ‘Dharmasutras’, Vasishta, Gautama e Apastambha proibiram o consumo de carne bovina. Baudhya-yana por ter abatido uma vaca, se autocondenou em público. Ele era severo com qualquer pessoa que abatesse uma vaca leiteira ou um boi de carro.
Além de ser venerada, a proibição de sacrifícios de vaca nas cerimônias religiosas, ajudou a aumentar a repulsa da população para o consumo de todos os tipos de carne semelhantes à bovina. 
A vaca é venerada por que no princípio a maioria dos povos védicos eram camponeses e eles conheciam e conviviam com a vaca, que era dócil e amorosa com as crias, fornecia leite (que era consumido in natura e para o preparo do ‘ghee’) e o esterco importante combustível e insubstituível fertilizante na época. 
Assim era considerado um pecado gravíssimo matar uma vaca, participar ou colaborar de qualquer maneira para a sua morte, ou comer a sua carne. Tudo isso está escrito no Vedas em mais de 10 capítulos. Num dos trechos é dito ‘a vaca é minha mãe e o touro é meu senhor’.
Para algumas castas não era permitido consumir a carne dos animais selvagens que habitavam as matas, das aves carnívoras, dos animais de cinco unhas (elefante e tartaruga) e do camelo. 
Para os adeptos do Bramanismo, as mulheres quando menstruadas são proibidas de entrar na cozinha. A cozinha é o lugar mais sagrado da casa. As refeições são feitas solitariamente e deve-se comer em completo silêncio.

Jainismo. 

O Jainismo é uma religião criada pelas revelações recebidas por vários ‘tirthankaras ’ no decorrer dos tempos. Eles eram profetas que se comprometeram a salvar a humanidade. Houve 24 ‘tirthankaras’, sendo Vardhamana o último, chamado de Mahavira (‘o grande herói’) e de Jina (‘o vitorioso’. Foi ele quem disse: ‘ Não tem virtude maior do que a não violência e nem integridade de espírito maior do que o respeito pela vida.’
‘Ahimsa’, o mesmo preceito de não molestar nenhum animal dos praticantes do Hinduismo, também é doutrina básica do Jainismo. Os praticantes da religião são leais a esse preceito, praticando a não violência em todos os níveis. 
Eles acreditam que todos os animais, plantas, como os seres humanos têm almas e cada uma destas almas, sejam de qualquer espécie, deve ser respeitada e tratada com misericórdia.
A visão que o Jainismo tem do mundo é baseada nessa filosofia e em razão disso são vegetarianos, pois, como têm de se alimentar para continuar vivendo, consideram que as plantas quando consumidas, são as que não sofrem dor. 

Taoismo.




O Taoísmo baseado na filosofia de Confúcio (551-479 a.C), durante os séculos III e IV a.C. exerceu grande influência sobre o modo de viver dos chineses. Centrava os seus ensinamentos na perfeita higiene pessoal, na abstinência de comer qualquer tipo de carne e de não consumir bebidas alcoólicas. 




Judaísmo.

No Judaísmo o conceito de ‘tsa’ar ba’alei chaim’ é equivalente a ‘ahimsa’ dos indianos, isto é, a obrigação de não molestar animais. 
No ‘Código de Leis Judaicas’ está escrito: ‘É proibido de acordo com a lei do Torá, provocar dor em qualquer ser vivo. Pelo contrário, é dever de todos aliviar a dor de qualquer criatura, até mesmo se ela não tem dono ou pertença a um não-judeu’.
No Torá, o livro Levítico prescreve com detalhes o tipo de carne que podia ser consumida e a que não podia. Classifica os animais em duas categorias: os puros e os impuros. A principal característica do animal puro é ter órgãos de locomoção própria, ter o casco fendido e ser ruminante. 
Acredita-se, porém, que o verdadeiro motivo era o de proteger o povo judeu da contaminação com a triquinose, provocada pela Trichinella spiralis, conhecida popularmente como 'solitária'. 
Na linha de frente dos animais proscritos, a opinião corrente, mesmo no mundo judaico, coloca o porco. O porco deve ser proscrito ‘porque apesar de ter o casco fendido, partido em duas unhas, não rumina’ (Lev 11,7). 
Os peixes para serem considerados puros, deviam ter barbatanas e escamas. A carne bovina pode ser consumida e para isso deveria ser proveniente de um animal que fosse abatido pelo ritual ‘Kosher ’. O sangue deve ser totalmente eliminado. Com este objetivo os animais devem ser degolados pelo ‘schochet ’, sem insensibilização, com uma faca bem afiada (‘chalaf’), seccionando entre a cartilagem cricóide e laringe, cortando a pele, a traquéia, o esôfago, veias jugulares e artérias carótidas, para proporcionar o sangue esvair rapidamente e até a última gota. Para ter certeza que todo o sangue foi eliminado, muitas vezes exigem que a carne seja imersa em água por 30 minutos, seguida por salga a seco com sal grosso e depois ter mais três imersões em água, cada uma durante o período de uma hora, o que por osmose provocaria a expulsão de todo sangue que porventura restasse. Somente os quartos dianteiros, as costelas e a carne de cabeça dos animais podem ser consumidos. O pulmão de todo animal abatido deve ser inflado com ar comprimido para permitir a visualização de qualquer anormalidade. 
Nos primeiros tempos, só era permitido o abate de animais velhos que não podiam mais ser aproveitado nas lides da lavoura. 
Consumia-se muita carne de cordeiro entre os judeus. O patriarca Moisés exortava o povo para sacrificar um cordeiro na Páscoa. 
Para os judeus, é proibido comer os frutos de uma árvore até três anos após o seu plantio.

Cristianismo.

A grande maioria dos homens considera que todos os animais, na escala hierarquia dos seres vivos, ocupam um grau abaixo dele e, portanto estes seriam subordinados a ele que poderia dispô-los em seu benefício. Grande parte dos adeptos do Cristianismo não pensa assim, sejam católicos ou protestantes.
Os cristãos geralmente não têm nenhum preconceito no consumo da carne suína e associam o animal a Santo Antônio, que é por isso, venerado como padroeiro dos criadores de suínos. 
Somente os adeptos da igreja dos Adventistas do Sétimo Dia não consomem a carne de porco, seguindo os preceitos do Levítico.

Islamismo.

O Islã também manda respeitar os animais como criaturas de Deus. No Alcorão e na história da civilização islâmica existem muitos exemplos de bondade, misericórdia e compaixão pelos animais. 
No Alcorão está escrito que todos os animais da terra e as aves do céu fazem parte da mesma comunidade. 
Maomé narrou uma visão na qual uma mulher estava sendo punida depois de sua morte, por que tinha mantido preso um gato, durante a sua vida, sem dar-lhe alimento e água, pois, se o animal estivesse em liberdade ele poderia, por si mesmo, procurar o seu alimento.
No Alcorão os preceitos alimentares têm semelhança com o que está escrito no Levítico e é observado no Judaísmo.
O costume de não consumir carne suína entre os árabes é muito anterior ao advento de Maomé e foi copiado dos costumes judaicos. 
O camelo, mais utilizado no mundo islâmico como animal de trabalho do que em qualquer outro, podia e tinha a sua carne consumida. 
O ritual de abate de bovinos é similar ao ritual judaico, sendo denominado ‘Dhabiha’. Este método de abate dos animais consiste em uma rápida, profunda incisão transversal com uma faca bem afiada em volta do pescoço, cortando a traqueia, o esôfago, o nervo vago, a veia jugular e as artérias carótidas de ambos os lados, mas deixando a medula espinhal intacta. Durante o ritual a pessoa autorizada pelo imã deve fazer uma oração consagrando o animal como propriedade de Alá. Cada animal deve ser abatido por vez, não sendo permitido ser observado por outros animais. Diferentemente dos Judeus, todas as partes do animal podem ser consumidas sem nenhuma restrição. 
A propósito, o Profeta não era vegetariano, mas não consumia carne de nenhuma forma e os seus alimentos preferidos eram iogurte com manteiga, tâmaras, romãs, uvas e figos. 
Uma das normas dos seguidores da religião é a de preferencialmente usar a mão esquerda para comer.


Insetos na alimentação: 

Eles podem ser comida do futuro e ajudar a reduzir a fome no mundo?
Os insetos constituem o maior grupo animal da face da Terra -- há um milhão de espécies vivas conhecidas de um total de 30 milhões que provavelmente existam. Esses animais desempenham importante papel ecológico, atuando em diversas funções: polinizadores, herbívoros, decompositores, predadores e parasitoides. Mas eles também possuem a fama de serem nojentos, pragas de lavouras e de atrapalhar as pessoas em dias de calor.
E como alimento dos seres humanos? Sim, já estão pensando nisso. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) acredita que o futuro do combate à fome no mundo está justamente no consumo desses bichinhos.

Direto ao ponto: Ficha-resumo

Recentemente, a FAO publicou um relatório que analisa o potencial dos insetos na oferta de alimentos para a humanidade. Para a organização, os insetos podem ser utilizados como reforço na comida de boa parte da população no futuro. 
A organização calcula que quase 1 bilhão de pessoas sofram de desnutrição atualmente. No futuro, o cenário pode ser pior ainda. A população mundial está estimada em 9 bilhões para o ano de 2050. E, para alimentar esse batalhão de gente, a atual produção de alimentos precisará dobrar. 
Mas a expansão das terras cultivadas e a criação de animais não vão acompanhar esse ritmo. A solução acreditam os especialistas, estaria nas fazendas de criação de insetos. Na África, um dos continentes mais atingidos pela fome, 62% dos países têm 500 espécies de insetos comestíveis presente na região, por exemplo. 
Comparada à pecuária, a criação desses bichos causaria um impacto ambiental muito menor. Ela utiliza menos espaço e é mais barata. Além disso, os insetos se reproduzem em uma velocidade maior e emitem menos gás carbônico (causador do efeito estufa). Outra possibilidade que esse tipo de cultivo pode abrir é o aumento de renda familiar de comunidades carentes, uma aposta da FAO, já que eles poderiam ter suas próprias criações e comercializá-las.
Uma ressalva: uma criação como essa requer a mesma atenção zootécnica que qualquer outro animal.
E os artrópodes apresentam ainda uma relação eficiente entre ração e carne produzida. Estudos recentes feitos por um grupo de pesquisadores brasileiros mostram que os insetos têm mais carne a ser aproveitada e podem converter 2 kg de ração em 1 kg quilo de massa. No caso do gado, são necessários 8 kg de ração para produzir 1 kg de carne. 

Comer insetos, uma questão cultural

A rejeição aos insetos é uma questão cultural. Para muitas pessoas, esse hábito é visto como um comportamento primitivo, por isso o preconceito. Mas os números podem surpreender. Atualmente, mais de dois bilhões de pessoas usam os insetos em suas refeições diárias. A maioria em países do sul da Ásia e regiões tropicais, como América Central, que abrigam mais de 300 espécies de insetos comestíveis. 
O Camboja (sudeste asiático), por exemplo, possui aranhas como iguarias tradicionais; a China aprecia espetos de grilos e larvas de bicho-da-seda. No México é possível degustar lagartas, ovos de mosquito, gafanhotos e percevejos, e na Índia, o cupim ao molho curry é prato popular.
A prática de comer insetos é chamada de entomofagia. Durante séculos, muitos povos incluíram insetos em seus cardápios. Na Roma e Grécia Antiga eram comuns banquetes repletos de larvas de besouros e de gafanhotos. 
Segundo o último levantamento feito por cientistas, em abril de 2012, existem 1.900 espécies comestíveis de insetos. O maior grupo é o de coleópteros (besouros), com mais de 400 espécies, seguido por himenópteros (principalmente formigas), com algo em torno de 300 espécies, ortópteros (gafanhotos e grilos) e lepidópteros (lagartas de borboletas e mariposas), cada grupo com mais de 200 espécies registradas, além de cupins, cigarrinhas e moscas, dentre outros. 
Os insetos podem ser consumidos em qualquer estágio de desenvolvimento, mas a maioria dos alimentos para consumo humano envolvem insetos em forma de larva (em fase de desenvolvimento) ou pupa (estágio do inseto entre a larva e o adulto), etapas que fazem parte do ciclo dos insetos holometábolos, ou seja, aqueles que apresentam metamorfose completa durante o seu desenvolvimento.
No Brasil, o “cascudo” mais famoso é a saúva, formiga que pode ser encontrada principalmente em panelas da região Norte. O hábito é uma herança dos índios amazônicos e dizem que o gosto lembra o de camarão. Atualmente, apenas uma empresa localizada em Minas Gerais trabalha com a produção de alimentos à base de insetos no país e já apresentou um pedido para vender insetos para consumo humano ao Ministério da Agricultura. 
Para acostumar a população a esse tipo de alimento, em 2013, duas redes de supermercados da França começaram a oferecer produtos testes e rodadas de degustação. É uma forma de fazer com que as pessoas deixem de ver estranheza num prato com larvas, minhocas e besouros.

Os benefícios e as vitaminas

Comer insetos não faz mal à saúde dos humanos –nós já utilizamos remédios feitos de insetos, por exemplo. Esses animais são ricos em proteína, moléculas importantes na constituição do organismo. A proporção é vantajosa: um corpo de um inseto pode conter até 80% de proteína (o excesso de proteína deve-se ao sangue de temperatura fria desses bichinhos). Além disso, eles também são ricos em lipídeos de qualidade (gordura), fibra, vitaminas e minerais. 
O besouro, inseto mais consumido por humanos, por exemplo, possui uma concentração de ferro mais alta do que um bife de carne bovina. O mineral é um nutriente importante e sua deficiência pode causar anemia. Já o gafanhoto S. histrio, oferece vitamina D em níveis semelhantes ao do peixe arenque, ao do fígado de galinha cozido ou à gema do ovo. A formiga da espécie Atta cephalotes (tanajura ou saúva) também não fica atrás: possui mais proteínas (42,59 %) do que a carne de frango (23 %) ou bovina (20 %).
Mas cuidado: não dá para adotar essa iguaria no cardápio "caçando" no jardim de casa. Assim como os animais, os insetos podem estar contaminados ou podem ser focos de doença e pesticidas. A recomendação é que venham de criadores responsáveis. 

DIRETO AO PONTO

Um relatório recente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), avaliou que os insetos podem ser utilizados como reforço na comida de boa parte da população no futuro. A organização calcula que hoje, quase um bilhão de pessoas sofram de desnutrição. Em 2050, a estimativa é que o mundo tenha 9 bilhões de habitantes. E para alimentar esse batalhão de gente, a atual produção de alimentos precisa dobrar. 
O problema é que a expansão das terras para a agricultura e criação de animais não vai acompanhar esse ritmo. A solução estaria nas fazendas de criação de insetos, que seria mais baratas, mais fáceis no quesito estrutural e menos poluente do que as criações de gado.
Atualmente, existem cerca de 1.900 espécies comestíveis de insetos, presentes majoritariamente em regiões da Ásia e de ambiente tropical, como a América Central. Entre os comestíveis, o maior grupo é o de coleópteros (besouros), com mais de 400 espécies, seguido por himenópteros (principalmente formigas), em torno de 300 espécies, ortópteros (gafanhotos e grilos) e lepidópteros (lagartas de borboletas e mariposas), cada grupo com mais de 200 espécies registradas, além de cupins, cigarrinhas e moscas, dentre outros.


ATIVIDADES PROPOSTAS:

1º Momento:

A turma será distribuída em 3 grupos. Cada grupo ficará com um tema: 
  • Mitos e verdades sobre a alimentação;
  • Tabus alimentares;
  • Insetos na alimentação: Eles podem ser comida do futuro e ajudar a reduzir a fome no mundo?
Realizar a leitura do texto em seguida deve esquematizar os mapas conceituais

2º Momento

Os esquemas realizados na aula anterior deverão ser revisto e reorganizados. 
Neste segundo momento os alunos devem formalizar os mapas conceituais. Os mapas podem ser elaborados com a ajuda do programa Cmap tools
Esta abordagem dos mapas conceituais está embasada em uma teoria construtivista, entendendo que o indivíduo constrói seu conhecimento e significada a partir da sua predisposição para realizar esta construção. Servem como instrumentos para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado em conteúdo significativo para o aprendiz. 
Um mapa conceitual é uma forma gráfica de representar um conjunto de conceitos que possuem relações entre si. A montagem do mapa deve ser feito de tal forma que tais relações estejam evidentes. A montagem dos mapas pode ser feita em duplas. Exemplo de mapa conceitual. 
Trabalho realizado pelos alunos do 3º ano "B"/2015: Luiz, Valteir, Marizalda e Sueli
3º Momento

- Criar um grupo no whatsapp para que a turma esclareça duvidas sobre o tema e mantenha contato com o professor regente.
- Realizar levantamento de comunidades carentes nas proximidades da escola; Vocês deverão registrar as visitas com fotos ou vídeos sobre essa localidade ou família (caso queiram se identificar)

4º Momento

 - Planejar ações que possam minimizar os problemas de pobreza em nossa localidade;
- Executar as ações propostas.

AVALIAÇÃO:

- Avaliar todas as atividades feitas durante as aulas, à organização de cada grupo ao longo das atividades. Desta forma, a avaliação torna-se processual e continua.

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