Você tem crises de ansiedade com certa frequência? Caso a resposta seja sim, saiba que você não está sozinho: a ansiedade é considerada um dos grandes males do século XXI.
De acordo com a OMS, nos últimos 15 anos houve um aumento expressivo na frequência de transtornos relacionados a este sintoma em todo o mundo, com o Brasil na liderança do ranking.
É comum nos perguntarmos se o ser humano não é por natureza ansioso. Em primeiro lugar, é importante ter em mente que certa dose de ansiedade não é por si só um problema. Reagir a situações de estresse ou perigo sempre teve um caráter protetor para nós seres humanos.
No entanto, viver uma preocupação frequente e demasiada com as diversas situações do cotidiano que enfrentamos em nossa vida, acompanhada de estresse e tensões contínuas, traz consequências terríveis para o nosso bem-estar e a nossa rotina. É sobre essa tendência, cada vez mais frequente na sociedade atual, que falaremos nos tópicos a seguir.
O difícil quebra-cabeça da ansiedade
Ansiedade é, acima de tudo, um tema de grande complexidade, já que suas causas, sintomas e consequências costumam variar de acordo com as particularidades de cada indivíduo.
Ao longo da última década, novas variáveis passaram a ser objeto de investigação como possíveis exercedores de pressão sobre a mente humana: o uso de smartphones, as redes sociais, o excesso de informações, o crescimento do bullying na sociedade...
Com o objetivo de tentar desvendar esse quebra-cabeça, a MindMiners realizou um estudo com 550 pessoas espalhadas por todo o Brasil, de todas as classes sociais e faixas etárias. Vamos desbravar os principais resultados a seguir?
Ao analisarmos os resultados de acordo com o perfil dos respondentes, chegamos à seguinte conclusão: as mulheres e os mais jovens sofrem muito mais de ansiedade. E por que isso ocorre? Ao longo do report, tocaremos em diversas questões que nos levarão a possíveis respostas!
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O surto de ansiedade no século XXI tem portanto caráter global e vem suscitando diversos debates ao redor do mundo. A seguir, investigaremos alguns tópicos que atingem o ser humano no mundo atual, independentemente do local em que vivemos.
Família e relacionamentos: quando o amor é fonte de estresse
Vamos agora falar sobre um tema também muito atual que vem gerando polêmica e muitas vezes tem sido considerada uma das principais causas da crise de ansiedade no século XXI: o uso excessivo de tecnologia.Viramos marionetes da tecnologia?
Vamos agora falar sobre um tema também muito atual que vem gerando polêmica e muitas vezes tem sido considerada uma das principais causas da crise de ansiedade no século XXI: o uso excessivo de tecnologia.Viramos marionetes da tecnologia?
Segundo estudo realizado há três anos pela Dscout, uma pessoa interage, em média, 2.617 vezes ao dia com seu smartphone, divididas em 76 momentos. Entre os 10% que mais usam o aparelho, a média de toques chega a dobrar: 5.427 por dia, distribuídas em 132 sessões.
Apenas esse dado assombroso já é suficiente para chamar a atenção sobre o impacto que o uso excessivo de tecnologia causa no nosso nível de ansiedade no dia a dia. Com um número de interações desse tamanho, é de se imaginar a frequência de interrupções em outras atividades do cotidiano.
Os números a seguir mostram que uma parcela considerável das pessoas têm consciência disso. Apenas uma pequena minoria discorda, por exemplo, que passa mais tempo do que deveria no celular e nas redes sociais e que a produtividade aumentaria sem o aparelho por perto.
É importante notar que entre os jovens e entre pessoas com grau mais alto de ansiedade, as taxas de concordância disparam. No entanto, chama a atenção que mesmo entre pessoas com mais de 40 anos, que muitas vezes só aderiram à tecnologia recentemente, os percentuais também são bastante altos.
Agitação durante o dia e durante a noite
Se não bastassem os efeitos durante o dia, nosso sono também tem sido prejudicado pelo uso excessivo de tecnologia. Diversos estudos já realizados comprovaram que a exposição durante a noite à luz azul, presente em celulares e tablets, inibe a produção de melatonina, hormônio essencial para uma boa noite de sono. Adolescentes que passam mais de quatro horas por dia utilizando dispositivos eletrônicos demoram, em média, 30 minutos a mais para dormir.
Os resultados da nossa pesquisa mostram que usar o celular antes de dormir é uma prática comum para 3/4 dos respondentes. 67% dos respondentes ainda concordaram com a afirmação de que a primeira atividade ao acordar é mexer no celular. Fica difícil ter uma noite perfeita de sono diante desse cenário.
Se for muito difícil largar o celular antes de dormir, vai uma dica: prefira deixar o quarto aceso enquanto mexe no aparelho. Mexer em eletrônicos com a luz apagada aumenta em 147% a chance de uma noite mal dormida, enquanto mexer com a luz acesa amplia em "apenas" 31% o risco.
Segue, curte, compartilha, segue, curte, compartilha
Quando estamos concentrados numa atividade de trabalho e o celular apita, muitas vezes nos sentimos compelidos a abrir a notificação, seja ela do Whatsapp, Facebook ou Instagram: sentimos que temos que ler a mensagem naquele exato momento, senão podemos estar perdendo algo.
O mesmo vale para aquele restaurante incrível ou paisagem deslumbrante que algum amigo postou foto no Instagram, os memes que estão circulando por aí e com certeza serão assunto no bar da sexta-feira ou aquele convite para um evento que não tem nada a ver com nossos interesses, mas como todo mundo vai, fica chato não ir.
Estamos falando sobre o FOMO ou Fear of Missing Out, que sinaliza o medo de ficar por fora do que está acontecendo e é um dos principais fatores que nos estimula a permanecer hiperconectados. Os resultados abaixo confirmam essa tendência
2/3 dos respondentes afirmaram que as marcas contribuem para o aumento da ansiedade na sociedade. Além do estímulo ao consumo e ao bombardeio de informações já citados, o estabelecimento de padrões, sejam relacionados à beleza, a um estilo de vida ou outra questão, foram bastante apontados pelos respondentes. Também chama a atenção o alto número de pessoas que sente uma diminuição momentânea da ansiedade após comprar algo e que conhece ao menos alguém que sofre de consumo compulsivo.
Ainda de acordo com os resultados, as mulheres sofrem muito mais com os padrões sociais impostos e com o consumo excessivo. Inclusive, uma parcela considerável afirma que a propensão a consumir produtos como roupas e produtos de beleza aumenta em períodos de maior ansiedade.
Como você se olha no espelho?
Já que tocamos na questão dos padrões de beleza, é importante destacar também que a relação com o próprio corpo pode ser uma das maiores fontes de angústia de qualquer ser humano. Quase metade dos respondentes considera seu corpo pouco atraente e um grande percentual de pessoas tem grande preocupação em saber se é considerado atraente pelos outros.
É impressionante também como os percentuais disparam quando analisamos apenas as pessoas com alto grau de ansiedade. Além disso, jovens, mulheres e solteiros são os grupos que mais sofrem com essas questões.
Não é a toa que distúrbios relacionados à busca por padrões estéticos, como anorexia, bulimia e vigorexia têm crescido bastante. Felizmente, cada vez mais a mídia e as marcas têm abordado o tema sob diferentes perspectivas, procurando uma maior valorização da auto estima e da diversidade, principalmente entre mulheres.
A campanha pela Real Beleza produzida pela Dove, em 2004, foi uma das primeiras a tocar no tema e fez grande sucesso na época ao inspirar as mulheres a construir uma autoestima positiva e revelar a beleza em diferentes maneiras. Já em 2013, novo vídeo da marca sobre o assunto viralizou e se tornou um dos vídeos mais vistos da história.
E qual o impacto desse tipo de abordagem sobre a sociedade? De acordo com estudos realizados pela psicóloga de Harvard, Nancy Etcoff, campanhas do tipo tem grande poder sobre a sociedade e contribuíram, por exemplo, para que as mulheres passassem a definir a beleza em uma ampla gama de qualidades que vão muito além dos olhares.
Como as pessoas lidam com a ansiedade?
Não menos importante do que entender as causas da ansiedade é entender como as pessoas lidam com os sintomas que a acompanham. Nem sempre é fácil lidar com o tema e a falta de um tratamento adequado pode piorar os sintomas ou até mesmo trazer graves consequências colaterais em outras questões.
A tendência ao isolamento
Quando perguntados sobre o que fazem para tentar diminuir o nível de ansiedade e estresse no dia a dia, os respondentes deram uma grande variedade de respostas, com destaque para ouvir música, respirar, meditar, assistir filmes e dormir. Interessante notar que são em grande parte atividades realizadas a sós, sem a presença de uma companhia. Isso também está relacionado com a dificuldade das pessoas se abrirem sobre suas angústias: apenas 15% dos respondentes afirmou que se abre muito com alguém quando tem uma crise de ansiedade ou estresse.
Outros resultados reforçam que pessoas com elevado grau de ansiedade de fato tendem a isolar-se ainda mais. Apresentamos uma bateria de pares de atividades e cada respondente deveria assinalar aquela que preferia. A comparação entre pessoas com médio/alto grau de ansiedade e aquelas com baixo grau de ansiedade trouxe diferenças relevantes, sinalizando uma relação entre elevada ansiedade e preferência por atividades mais solitárias, como dormir e jogar games.
Tabus ainda prejudicam um tratamento adequado?
A falta de procura por ajuda profissional também é preocupante, já que o número de pessoas que frequenta um terapeuta é baixa mesmo entre aqueles respondentes de alta renda. O resultado de certa forma não surpreende, dado que fazer terapia ainda é visto como "coisa de louco" por muita gente.
Ao mesmo tempo, 1/3 das pessoas já tomou algum medicamento contra a ansiedade e dentro deste grupo, em torno de 1/5 das pessoas se automedicou. Trata-se de um dado alarmante, visto que medicamentos do tipo costumam ser extremamente fortes e eventualmente causar efeitos colaterais.
O consumo de produtos naturais, representado principalmente por diferentes tipos de chá, também se faz presente em 1/3 dos entrevistados e parece ser mais eficiente devido aos menores efeitos colaterais.
Se não bastasse, mais da metade dos respondentes diz que aumenta o consumo de alimentos quando está se sentindo ansioso. Esse aumento se reflete principalmente num maior consumo de doces e vem acompanhado de um sentimento de culpa em seguida. Mais uma vez, chama a atenção as maiores incidências desse tipo de comportamento entre as mulheres e os jovens.
Por fim, também preocupa o fato de 1/5% dos respondentes afirmarem que consomem mais bebidas alcoólicas quando têm alguma crise de ansiedade. O álcool muitas vezes serve de escape da realidade a ajuda as pessoas a se sentirem mais confortáveis em situações sociais, porém trata-se de um alívio temporário, que em nada muda o quadro clínico da pessoa e ainda traz outros efeitos danosos para a saúde.
Métodos alternativos: a tecnologia, novamente
Por fim, é interessante observar o crescimento de métodos alternativos no combate à ansiedade, como a meditação, yoga, slime, quiropraxia, entre outros. Em linhas gerais, os respondentes se mostram satisfeitos com os resultados, principalmente no caso da meditação e da respiração.
Ao mesmo tempo, muitas vezes esse tipo de prática se dá por meio de aplicativos ou vídeos disponíveis na internet. Vídeos relacionados a ASMR, slime e quiropraxia atingem milhões de visualizações no YouTube, enquanto apps de meditação batem recordes de download.
Esse cenário levanta uma questão: até que ponto isso não pode nos deixar ainda mais reféns da tecnologia? Sendo ela uma das causas de nossa ansiedade cotidiana, não seria contraditório utilizá-la como ferramenta para tentar resolver o problema?
O mesmo vale para os livros de auto-ajuda. É inegável o sucesso da categoria e que esse tipo de abordagem pode realmente funcionar para algumas pessoas. Mas ao oferecerem manuais de como devemos nos comportar e agir, não estariam também exercendo apenas mais um tipo de pressão sobre a forma com que regemos a nossa vida?
Sem dúvidas, temas para outras longas discussões!
Moral da história
Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/vida/noticia/2017/03/saiba-por-que-os-brasileiros-sao-os-mais-ansiosos-do-mundo-9750651.html
Texto 3
O problema é quando os sintomas aparecem sem motivo aparente e são constantes — medo, inquietação, irritabilidade, taquicardia, falta de ar e aumento da pressão são sinais de ansiedade patológica. O problema atinge 33% da população, segundo a Organização Mundial de Saúde, e 4 em cada dez brasileiros, de acordo com o Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente (Ipom).
Fonte:https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/ansiedade-atinge-quatro-em-dez-brasileiros-entenda-doenca-do-seculo-19442459.html
Texto 4
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/470063279842579694/ATIVIDADE EXTRAhttps://pt.quizur.com/quiz/voce-sofre-de-ansiedade-GQe
https://pt.quizur.com/quiz/qual-e-o-seu-nivel-de-ansiedade-bE
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