Você já ouviu falar em cursos por correspondência? Esse formato pode ser considerado como o pioneiro do EAD no Brasil. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada sugere que até mesmo antes de 1900 já existiam propagandas de cursos profissionalizantes por correspondência no Rio de Janeiro. Esse formato de ensino teve um grande avanço a partir dos anos 40, com a popularização do rádio. Gestores de cursos por correspondência chegavam a receber mais de dez mil cartas por mês na década de 80!
(Propaganda de curso por correspondência na década de 1940)
Com o avanço da tecnologia e, especialmente, da internet, o ensino a distância mudou – e muito – de cara. Com a facilidade da troca de informações, é claro que os cursos por correspondência perderam espaço e relevância, mas isso só deu espaço para novos formatos e novas ideias para se construir o EAD no Brasil.
Hoje, é possível afirmar com tranquilidade que o EAD no Brasil não para de crescer e a expectativa é que cresça cada vez mais. Segundo uma pesquisa realizada pelo Sagah, as projeções apontam que em 2023, mais alunos estarão matriculados em um curso EAD do que um curso presencial. Hoje, o ensino superior a distância no Brasil já chega a 26% do número total de alunos.
Já parou para pensar porque estamos vivendo esse movimento no ensino a distância brasileiro e quais são os fatores que influenciam esse crescimento tão acelerado? Pois é exatamente sobre isso que vamos falar nesse artigo. Um panorama geral do EAD no Brasil e, claro, qual será o futuro dessa modalidade de ensino. Vamos lá?
A tão falada sigla EAD vem do termo ‘ensino a distância’ e, basicamente, é exatamente o que o nome sugere. Em vez de estar presente fisicamente em uma sala de aula tradicional, o estudante do EAD tem a oportunidade de assistir às aulas remotamente, de casa, do trabalho ou em qualquer outro lugar! Basta estar na frente do computador, ou, hoje em dia, até mesmo com um smartphone ou tablet (com os acessíveis apps).
Assim, as aulas são assistidas por meio da internet e, mesmo não havendo comunicação “cara-a-cara” entre aluno e professor, existem diversas ferramentas online que facilitam e mediam a interação entre eles.
Nesse aspecto, acredita-se que o EAD é uma excelente ferramenta em busca da democratização do ensino, já que é mais flexível e, em geral, muito mais econômica que o ensino tradicional presencial.
Quem estuda na modalidade EAD?
Já pensou na rotina tão cheia que vivemos hoje? Muitas vezes as pessoas estão procurando um meio de se capacitar e melhorar seu posicionamento no mercado de trabalho, mas com o tempo tão corrido não é fácil estar presente em uma instituição de ensino. E para além do tempo, a economia também é um enorme fator. Muita gente sonha em ter um ensino superior ou fazer um curso profissionalizante mas não possuem recursos financeiros para arcar com esse ensino. Pense só, para além das mensalidades, ainda é possível incluir gastos com transporte, alimentação, materiais e muito mais. Se, em geral, o ensino a distância já é bem mais econômico que o presencial, remover esses pequenos gastos se traduz em muito mais economia ao final do mês.
Então, o público de um curso EAD é bastante diverso, mas, no geral, são pessoas que buscam se capacitar e aprender coisas novas em uma modalidade de ensino inovadora, econômica e que investe em comodidade e flexibilidade!
Segundo dados do CENSO EAD, realizado em 2016, a maior parte dos estudantes abrange as faixas etárias entre 26 e 30 anos e entre 31 e 40 anos.
Para os cursos totalmente a distância, 37% dos alunos têm entre 31 e 40 anos, para os semipresenciais, esse número é de 16%. Esses dados mostram que, em geral, alunos de EAD são um pouco mais velhos que alunos de cursos presenciais.
Quais fatores impulsionaram o EAD no Brasil?
Se voltarmos a pensar no surgimento do EAD no Brasil, fica claro que a tecnologia e o avanço das telecomunicações foram peças-chave para a mudança e adaptação do ensino a distância no país. Com cada nova tecnologia e cada nova mídia que surge, existem mais formas de alcançar um número ainda maior de pessoas. Mas isso não é tudo!
No Brasil, hoje, o ensino a distância está passando por um grande momento. Cada vez mais instituições estão investindo nessa estratégia e, não só os gigantes do ensino já entenderam o potencial do EAD, mas o pequeno produtor de conteúdo individual também descobriu que pode ganhar dinheiro criando seus próprios cursos. Hoje, o ensino superior a distância já alcança mais de 1 milhão de alunos. Para você entender a grandiosidade desse número, é só pensar que, em 2005, o número de alunos matriculados em EAD era cerca de 100 mil. Ou seja, em pouco mais de 10 anos, esse número cresceu 1000%.
Por que estamos vendo esse movimento tão claro?
Alguns fatores podem ser considerados os principais na expansão do EAD no Brasil. Expansão e facilidade do acesso a internet
Você já parou para pensar no número de pessoas que possuem acesso a internet hoje? Segundo dados do IBGE, mais da metade dos brasileiros já acessam a rede. Segundo o instituto, 116 milhões de pessoas estão conectadas, e isso representa pouco mais de 64% de toda a população do país.
Além disso, podemos também citar a facilidade de acesso em diversas plataformas. São inúmeros os aparelhos que possuem algum tipo de acesso a internet hoje em dia. Utilizar Smartphones, tablets, computadores e até mesmo os aparelhos de televisão para acessar a internet já faz parte do dia a dia de centenas de milhares de brasileiros.
Menos desconfiança
O senso comum, por muitas vezes, defendia que um diploma ou certificado de um curso a distância vale menos do que um curso presencial, mas isso não é verdade. Se você concluir um curso de graduação na modalidade a distância, o diploma, além de não vir discriminado em qual modalidade de ensino você estudou, é validado pelo MEC e, portanto, tem o mesmo valor que um curso tradicional.
Quando mais informação disponível, menos desconfiança em relação a isso. Esse tipo de confiança representa, também, um grande fator que está ajudando a expansão do EAD no Brasil.
Fator econômico
Sempre muito falado, o fator econômico é também decisivo para o crescimento do ensino a distância no Brasil. Em geral, a mensalidade de um curso de graduação a distância pode ser até 60% mais econômica que o mesmo curso presencial. E, se o diploma vale o mesmo, mas o EAD é menos da metade do preço, é claro que mais e mais pessoas estão procurando estudar a distância, certo?
Além desse enorme desconto, pense em todos os outros gastos que estão envolvidos na educação presencial. Combustível, passagens, alimentação, estacionamento, materiais escolares em geral. Tudo isso entra na conta!
É por isso que tanta gente defende que o EAD é uma peça-chave para democratizar a educação no Brasil. Afinal, são cursos de graduação, especialização, capacitação, pós graduação e até mesmo cursos livres a preços muito mais acessíveis!
Flexibilidade e comodidade
Já ouviu a expressão “tempo é dinheiro”? Se pensarmos dessa forma, então o EAD ajuda a economizar ainda mais!
A rotina é corrida para praticamente todo mundo hoje, certo? Especialmente em cidades grandes, nas quais temos que lidar não só com a distância, mas o trânsito na hora de se deslocar de uma parte para a outra. Imagine então a oportunidade de estudar diretamente de casa, no seu tempo livre. Isso é um outro fator importantíssimo que ajudou a impulsionar o EAD no Brasil. Além de poder estudar de casa ou qualquer outro lugar que o aluno preferir, ele ainda pode ditar seu próprio ritmo, da forma que contribuir melhor para o seu aprendizado. No EAD, o controle é do aluno.
Lembra dos tais cursos por correspondência que falamos sobre lá em cima? Pois é, acredita-se que eles deram início ao EAD no Brasil. Acredite, existiam propagandas de cursos profissionalizantes por correspondência antes mesmo do final do século XIX. Porém, na medida em que a telecomunicação foi avançando, esse cenário começou a mudar e se expandir.
Das mídias tradicionais, o rádio foi o primeiro a surgir e dar uma nova cara a educação a distância. As primeiras rádios do Brasil já possuíam programas de caráter educativo que eram transmitidos para o país inteiro. Depois do rádio, foi a vez da televisão impactar o EAD no Brasil. Um dos maiores e mais importantes programas educativos da televisão foi o Telecurso, da Rede Globo. Com certeza você já ouviu falar nele! O Telecurso, programa recorrente nas manhãs por anos e anos, teve sua última edição inédita há 10 anos, em 2008.
Depois da TV veio a internet revolucionar completamente a forma que se ensina e aprende a distância. E como essa tecnologia não para de se atualizar, a cada dia que passa novas ferramentas surgem para melhorar ainda mais a experiência dos alunos e, claro, democratizar a educação.
Aluno no controle!
Uma das vantagens mais expressivas do ensino a distância é o fato do aluno ser o protagonista em seu próprio aprendizado!
Na educação tradicional, existe um padrão muito rígido no qual todos os alunos são enquadrados, mesmo com suas características e necessidades bem distintas. No Ensino a Distância, porém, o aluno tem maior controle de quando, onde e como assistir às aulas, dando as pausas que quiser, buscando outras fontes de informação e, claro, com muito aporte de tecnologia constantemente.
ATIVIDADE PROPOSTA 1
ATIVIDADE PROPOSTA 2
1. Quão tranquila é a atmosfera em casa enquanto se aprende?
2. Você está satisfeito com a tecnologia e o software que você utiliza para o aprendizado online?
3. Qual a importância da comunicação presencial para você enquanto está aprendendo à distância
4. Com que frequência você conversa com seus colegas de classe?
5- Que conselho você daria aos professores para melhorar o engajamento dos alunos?
ATIVIDADE AVALIATIVA 1
HORA DA REVISÃO
ATIVIDADE AVALIATIVA 2
I- Acesse o link e realize a leitura do texto para que possa compreender o assunto e então criar a linha do tempo.
A evolução da educação a distância no Brasil
II- Acesse o site abaixo para saber como criar uma linha do tempo no power point.
https://www.youtube.com/watch?v=Oo7DOlADwPw
III- Você pode utilizar um infográfico para criar uma linha do tempo utilizando ainda o power Point.
III- Você pode utilizar um infográfico para criar uma linha do tempo utilizando ainda o power Point.
Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Perspectivas e desafios da educação à distância no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Educação a distância se consolida no Brasil
De cursos técnicos aos de formação, há opções em diversas áreas para quem deseja adquirir conhecimento.
Estudar a distância é uma alternativa mais do que viável para quem pensa em investir nos estudos ou na profissão. Tanto é que cerca de 7 milhões de brasileiros estavam matriculados em alguma modalidade EAD em 2017, segundo o último censo divulgado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Entre os fatores que levaram os alunos a optarem por essa modalidade de ensino estão a flexibilidade do tempo dedicado ao aprendizado, a não necessidade de locomoção até o ambiente escolar e os valores mais acessíveis das mensalidades. O censo ainda revelou o perfil de quem procura estudar a distância: as mulheres compõem mais da metade dos registros tanto em instituições públicas quanto privadas, com faixa etária entre 26 e 40 anos e que voltaram a estudar depois de adultas ou trabalham para poder pagar pelo ensino.
O Senac vem acompanhando a evolução da educação a distância desde os anos 40. Na época, a instituição oferecia cursos através da Universidade do Ar, uma ação pioneira que levava conhecimento profissional a locais distantes por meio de programas de rádio. Atualmente, são mais de 200 opções em cursos a distância, de técnicos a extensões universitárias, que proporcionam ao aluno uma trajetória de formação dentro da própria instituição. A coordenadora do Senac EAD SC, Soeli Wolff Martinelli, destaca que os modelos de aprendizagem utilizados têm como foco o aluno que não tem tempo a perder e geralmente estuda de maneira isolada. “Trabalhamos com tecnologias como videoaulas e outros objetos de aprendizagem, com linguagem acessível e conteúdo que atenda a necessidade do aluno”, explica.
Capacitação rápida
Além dos cursos técnicos, de graduação e pós-graduação, a rede Senac de educação à distância também disponibiliza aos interessados os chamados cursos livres, que possuem carga horária reduzida e são de capacitação rápida. O Senac SC participa da rede nacional de EAD e produz num estúdio próprio em São José esses cursos de formação inicial e continuada, disponíveis no portal da rede (ead.senac.br). O conteúdo é desenvolvido por profissionais com experiência no mercado e que levam ao aluno situações de aprendizado e vivências diárias. Dos 174 cursos oferecidos, as áreas relacionadas à gestão, idiomas e comunicação são as mais procuradas. Nos 4 primeiros meses do ano, 9 mil pessoas já se matricularam em algum curso para o aprendizado a distância.
Disciplina acima de tudo
Quem pretende iniciar os estudos a distância precisa saber que é necessário manter a organização e, acima de tudo, ser disciplinado. A assistente de vendas Cleusa Nascimento fez o seu primeiro curso a distância em 2013 e não parou mais. Ela destaca a facilidade na hora de estudar como um dos benefícios dessa formação. “A gente consegue administrar o nosso tempo. São quinze, vinte minutos para dar uma lida no material ou fazer os exercícios”, comenta. Para quem acha que a modalidade EAD é mais fácil do que a presencial, a pedagoga Daiane Candido observa que ‘o aluno a distância precisa entender que a tecnologia veio para desburocratizar o processo de aprendizagem, mas ainda assim haverá o contato com o professor, colegas e monitoria. Ele tem as suas obrigações e precisa apresentar resultados’, finaliza.
TEXTO II
Disponível em: http://www.ead.unimontes.br/nasala/tag/tirinha/
TEXTO III
Oferta e procura por faculdades à distância aumentam no país
Número de matrículas na graduação a distância chega a quase 2 milhões, o que representa 21% do total do ensino superior do país. Especialistas questionam a qualidade desse tipo de ensino.
Dos 8 milhões de alunos que estão na faculdade no Brasil, quase 20% fazem o curso à distância, modalidade de ensino que é alvo de grande procura e também de críticas. Bruna Moura gosta de administração, mas parou de ir à faculdade. Agora estuda onde der, à distância, e só aponta vantagens: “não tinha aquela loucura de pegar ônibus, de sair do trabalho e tudo mais, e o valor”. A mensalidade caiu de R$ 580 para R$ 150 reais. Mas Bruna alerta: no começo, foi difícil: “não consegui pegar aquela matéria, vou retornar tudo de novo. Vou voltar até consumir todo o conteúdo”.
No Brasil, o número de matrículas na graduação à distância, o chamado EAD, chega a quase 2 milhões, o que representa 21% do total do ensino superior do país. A estrutura é de uma emissora de TV completa. Inclusive o professor agora está gravando uma aula e os técnicos de áudio e vídeo estão acompanhando a gravação. Em um outro estúdio vai começar daqui a pouco uma aula de literatura, ao vivo, para o curso de letras. Uma transmissão como essa pode chegar a até 250 mil alunos, ao mesmo tempo, que é o número de estudantes matriculados no ensino a distância dessa universidade.
Algumas aulas e todas as provas do EAD são presenciais, em polos, que são bases avançadas espalhadas pelo Brasil. Nos últimos quatro anos, o número de polos cresceu de quase 5 mil para mais de 15 mil.
“É tanto a questão do governo incentivar as universidades para que possam abrir mais cursos online pelo Brasil todo, assim como a própria população mais alinhada com esse modelo de educação”, comenta Fernando Di Genio, diretor da Unip. Mas especialistas questionam a qualidade desse tipo de ensino, em que a interação entre aluno e professor raramente acontece. “Essas novas tecnologias estão aí, mas elas tem que ser colocadas a favor da boa formação de todos os profissionais. Não podem se transformar em fábricas de diploma” destaca César Callegari, pres. Inst. Bras. Sociologia Aplicada.
Segundo o Censo da Educação Superior, 60% dos alunos de pedagogia estão nessa modalidade. Em matemática e história, o número chega a 40%. “Estamos formando profissionais deficitários na sua formação que terão repercussão grande na qualidade do ensino quando eles se transformarem em professores”, diz César Callegari, pres. Inst. Bras. Sociologia Aplicada.
Uma das entidades que representam as faculdades particulares reconhece que o ensino à distância no Brasil cresceu muito rapidamente e que o modelo precisa ser aperfeiçoado. “Nós temos que quer que olhar, pensar num modelo e não é porque tem esse baixo custo que tem que ser de má qualidade. Nós temos que encontrar um equilíbrio e obviamente melhorar os resultados das avaliações”, comenta Fábio Reis, dir. inovação Semesp. Jeniffer também acha que o EAD tem que melhorar. Ela trabalha 12 horas por dia como esteticista e resolveu fazer educação física à distância. Quer montar uma clínica de pilates, mas tem aulas práticas apenas uma vez por mês. “Eu acredito que deveria ter mais aulas presenciais porque é muito importante, ainda mais nessa área de educação física que tem a ver com o corpo humano”, comenta Jeniffer de Souza, estudante.
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