Quando pensamos em conceitos como cultura erudita e popular, nos sentimos tentados a considerá-los radicalmente diferentes, como quem diferencia o preto do branco ou o bom do ruim. Mas, se analisarmos a questão com cuidado, veremos que ambos os conceitos têm muito em comum e que, às vezes, seus limites podem ser bastante ambíguos.
Continue lendo e entenda melhor essa relação entre culturas.
Cultura erudita e popular: diferenças e relações
Em geral, consideramos erudito o que é acessível apenas a uma classe privilegiada, e popular o que é acessível à maioria das pessoas.
Comumente, quando pensamos sobre o que é erudito, pensamos em coisas bonitas, de grande valor cultural. Mas, quando falamos sobre o que é cultura popular, o associamos a coisas vulgares ou de baixa qualidade.
No entanto, se pensarmos na música brasileira, por exemplo, descobriremos que os maiores artistas e compositores são considerados populares, em vez de eruditos.
Por outro lado, se pensarmos na ópera ou na música clássica, que são consideradas expressões da cultura erudita, encontraremos muitas grandes obras de arte, mas algumas delas foram classificadas como populares em sua época.
Alguns dos maiores símbolos da cultura erudita de hoje foram considerados até mesmo vulgares no passado.
O quadro abaixo resume as principais diferenças entre cultura popular erudita e popular:
Cultura popular
Cultura erudita
Origem
Artistas sem formação específica
Artistas com formação profissional
Elaboração
Espontânea
Pede estudo e planejamento
Transmissão
De forma oral
Através de
escolas e registro escrito
Acessibilidade
Para todos os públicos
Público específico, normalmente com formação
escolar formal
Participação da comunidade
É essencial para a realização
Participa de forma passiva, normalmente como
público
Outro ponto a se ter em mente é que vivemos em um mundo onde tudo é acessível. Temos acesso a uma grande quantidade de informações, peças de arte e até músicas com apenas um clique no mouse.
Nunca poderíamos dizer que óperas como “Carmen” ou “La traviata”, ou que uma música clássica como “The Fifth Symphony”, de Beethoven, são eruditas porque não são acessíveis à massa.
Podemos ouvir qualquer uma dessas obras no rádio ou até mesmo na internet, podemos encontrar CDs delas muito facilmente em qualquer shopping ou supermercado e até arriscamos dizer que, atualmente, elas são tão acessíveis quanto o funk carioca.
É importante lembrar que tanto a cultura erudita quanto a popular são fundamentais para a formação da identidade de uma sociedade e que a pluralidade cultural promove a igualdade entre os grupos humanos
Entenda um pouco mais sobre as diferenças entre cultura erudita e popular neste vídeo da PUC-Campinas:
Cultura popular vs. Cultura de massas
É importante não fazer confusão entre a cultura popular e a cultura de massas.
Normalmente, a cultura de massa se baseia em conteúdos e temas contidos no imaginário e no cotidiano do povo, no senso comum e nas heranças da cultura de determinada região.
Contudo, ao invés de ser produzida pela comunidade, normalmente a cultura de massa é entregue como um produto para a população, em um formato cuja aparência é mais importante que o conteúdo.
A música sertaneja é um exemplo de como a cultura popular se transformou em cultura de massa.
Antigamente, o gênero musical estava arraigado às tradições do interior de São Paulo e da Região Centro-Oeste do Brasil e consistia em uma tradição herdada das modas de viola, trazidas pelos portugueses.
Entretanto, a partir dos anos 1980 e 1990, houve um boom de duplas sertanejas, que simplificaram as letras e as melodias do gênero, transformando-o em um objeto acessível a qualquer público.
Com o acesso à informação mais livre e sem barreiras, cultura erudita e popular muitas vezes se confundem. E como expressões de arte cada uma pode ser apreciada a sua maneira, da forma e no tempo que as pessoas quiserem.
Aculturação
A aculturação refere-se ao encontro de duas culturas diferentes e, segundo afirmações mais tradicionais, a sobreposição de uma cultura sobre a outra. Historicamente, a aculturação moderna tornou-se evidente a partir da colonização nas Américas, África e Oceania.
Antes do período das grandes navegações mercantilistas e da colonização dessas regiões por nações europeias , a própria Europa sofreu aculturação, por exemplo, no período em que parte de seu continente esteve nas mãos dos povos árabes.
No conceito geral, define-se a aculturação como um processo de imposição cultural que, no Brasil colonial, ocorreu pela catequização dos índios, negros escravos e por meio de referências “civilizatórias” trazidas por portugueses, franceses e ingleses.
Nos tempos atuais, a aculturação é percebida como resultado de um processo de intercâmbio cultura em que duas culturas absorvem mutuamente suas características e costumes gerando uma nova referência. Essa nova referência ou nova cultura apresenta traços da cultura inicial e da cultura absorvida.
A cultura brasileira é formada por traços portugueses, africanos e indígenas; formação ocorrida no decorrer de nossa história pela colonização e pelo processo de imigração. A globalização e a interatividade das mídias permitem um processo de aculturação e nivelamento das culturas pela proximidade das sociedades, das trocas e da rapidez dos veículos de comunicação que distribuem diversas referências, comportamentos e signos culturais em diferentes países.
Acredita-se que a aculturação, sendo um processo moderno de expansão, não consegue destruir por completo a identidade social e local de um povo. Hoje, a aculturação é considerada proveniente de um processo não violento , mas proveniente de uma necessidade de informação e busca de aspectos culturais por parte de vários povos.
Trata-se de um processo de aquisição que ocorre por meio de vários grupos de culturas diversas, permitindo que indivíduos de uma cultura aprendam o comportamento o as tradições de indivíduos de outra cultura.
É errado pensar que uma cultura desapareça por completo após sofrer influências de outra cultura, a cultura morre junto com o seu povo e, muitas vezes, se fortalece quando mescla sua cultura com a de outros povos.
Devemos considerar que, mesmo nos tempos feudais e mercantis, nenhum povo conseguia viver constantemente isolado e que a cultura é um processo dinâmico em constante formação e expansão.
A cultura não é estática ou mórbida, seja por fatores históricos, humanos e até mesmo bélico, ela é capaz de perder , reaver ou absorver novas referências durante o processo de consolidação ou reorganização de uma sociedade. A aculturação não significa a morte dos signos e comportamentos culturais de um povo, mas um processo proveniente de causas impostas ou antropologicamente naturais.
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