A Indústria Cultural surgiu na Europa a partir da Revolução Industrial, no século XVIII. O termo foi inicialmente pronunciado pelos teóricos da Escola de Frankfurt Theodor Adorno e Max Horkheimer, sendo que anteriormente utilizava-se o termo “cultura de massa”, ou seja, cultura que surge nas massas. Para Adorno “na indústria cultural, tudo se torna negócio. Enquanto negócios, seus fins comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de bens considerados comerciais”.
Analisando a citação acima, é possível dizer que a indústria cultural é o ato de se converter a cultura em mercadoria. Não se referindo aos meios comunicacionais utilizados, como a televisão, o rádio, o computador, mas sim a prática social exercida pelas elites dominantes, através da possibilidade da lucratividade no mercado.
A Indústria Cultural é evidenciada através de empresas que se utilizam da comercialização da cultura com o intuito de lucrar. Neste sistema estão inseridos os veículos comunicacionais, que são TV, o rádio, internet, cinema, os jornais e revistas.
É sabido que a mídia, por ser o único veículo comunicacional massivo, que pode levar informação a todas as pessoas da sociedade, possui grande poder de influência em vários setores específicos da sociedade. Segundo Melo, “a mídia possui um importante papel cultural de formação social, e exerce grande influência na construção da opinião pública”(MELO, 2006, não paginado). Dessa forma, estes meios são produzidos de maneira que haja o aumento do consumo, com o objetivo de moldar hábitos, educar e informar o cidadão.
Para Adorno, na Indústria Cultural o homem é um simples instrumento de trabalho e consumo, sendo então um objeto. “O consumidor não é soberano, como a indústria cultural queria fazer crer; não é o seu sujeito, mas o seu objeto” (Adorno, 1967). Para o autor, o homem é um Ser tão manipulado que seus momentos de lazer se tornam uma expansão do trabalho. Ele cita como exemplo o cinema, que antes era considerado como arte e tinha por objetivo o entretenimento, agora se tornou um meio de manipulação.
Outro exemplo que pode ser mencionado é a festividade do “Círio de Nossa Senhora de Nazaré” que acontece em Belém, onde apesar de ser uma festa religiosa, que reúne todos os anos na capital paraense fies das mais distintas localidades, louvando a mãe de Jesus, sendo considerada por muitos como “uma das mais belas e fenomenais manifestações do culto e da glorificação”, funciona também como um fim mercadológico para outros.
Apesar da “carga” emocional e religiosa que possui, o Círio é um meio pelo qual as pessoas aproveitam para venderem seus produtos. Muitos materiais são produzidos utilizando a imagem da Santa, como chaveiros, camisas, garrafas de água mineral, adesivos, entre outros e comercializados para turistas e residentes da região, sendo assim, a festividade é um meio eficaz para aumentar o lucro. Deixando de ser somente a festa religiosa, para atender as necessidades de comerciantes e ambulantes.
“O samba enquanto gênero musical moderno foi se transformando para se propagar nos novos meios de comunicação que surgiam, como a rádio e a indústria do disco, ao mesmo tempo que também se transformava em nosso símbolo cultural.”
A partir da citação acima é possível dizer que a música, no exemplo em questão, o Samba, é um exemplo de uma mercadoria cultural.
O surgimento dos discos no Brasil deu-se em 1902, com o tcheco Frederico Figner. Assim, após o surgimento da sociedade Phonográfica a vendagem aumentou consideravelmente entre as classes populares, surgindo também revistas especializadas em música Na década de 60 houve um considerável desenvolvimento do mercado de bens culturais, mas somente a partir de 1970 é que a indústria do disco se estrutura. Neste momento, com a melhoria das gravações e com o lucro proporcionado pelo Samba, surgiram cantores de diversas classes sociais.
Dessa maneira, pode-se dizer que a música, apesar de ser uma prática cultural cujo intuito é proporcionar lazer e entretenimento para as pessoas, cada dia que passa vem sendo alvo dos empresários musicais, que aumentam o valor dos produtos, pensando na lucratividade que os produtos musicais irão proporcionar.
FONTE: http://dizoquequer.blogspot.com.br/2009/06/industria-cultural.html
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