quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Qual a importância do voto?


“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam.“ (Arnold Toynbee)

A consciência do eleitor sobre o valor do seu voto é importante em uma democracia. O alerta de Toynbee, na epígrafe acima, é verdadeiro. Se os cidadãos não se importarem com quem estão colocando no poder, serão mais facilmente vítimas de abusos deste poder. Apesar de no Brasil o voto ser uma obrigação – o que é um absurdo -, ele deveria ser encarado como um direito de todos, e contribuir com o voto nas eleições deveria ser uma escolha individual, calcada no sentimento de responsabilidade, já que o resultado irá afetar a vida de todos. O preço da liberdade é a eterna vigilância.

Entretanto, há uma explicação muito racional também para a falta de interesse generalizada no voto. Várias pessoas sequer se lembram em quem votaram nas últimas eleições. Isso, apesar de condenável, não é totalmente irracional. O motivo encontra-se no peso de cada voto, do ponto de vista individual. Quando temos algo como 100 milhões de votos, cada um com o mesmo peso, um único voto isolado realmente não move moinhos. O agente racional sabe disso. Ele entende que quando vai gastar o seu dinheiro num mercado, seu “voto” tem total poder na escolha, afinal, é ele mesmo quem decide o que comprar. Mas quando sua escolha é somada às preferências de dezenas de milhões de pessoas, e o resultado final é aquele que a maioria escolhe, sua preferência particular importa pouco.

O esforço de conscientização feito pelo TSE com propagandas onde o eleitor aparece como o verdadeiro patrão escolhendo seus funcionários públicos é louvável, mas não tão verossímil assim. Não é que ele não seja de fato o patrão. Ele é. Mas é que ele divide esse poder com outros milhões e milhões de patrões, cada um com o mesmo peso. Isso pode ser um pouco frustrante pelo prisma individual.

Essa realidade da política gera uma reflexão interessante: quanto mais coisas puderem ficar fora do escopo do governo, melhor. Imagina se a escolha da cerveja preferida passasse pelo mesmo processo decisório, com milhões votando e depois a maioria decidindo qual cerveja todos deverão tomar! Seria absurdo e autoritário. O processo de escolha democrática acaba sendo uma espécie de ditadura da maioria. Parece muito razoável, então, que essa maioria tenha poder somente sobre questões bem abrangentes, deixando as demais escolhas para os próprios indivíduos.

Chegamos ao princípio da subsidiariedade, onde as decisões devem ser mantidas o mais próximo possível do cidadão. O que realmente não couber ao indivíduo escolher por si só, sobe para o critério de bairro, depois município, estado e finalmente país. O governo federal cuidaria somente dos interesses gerais da nação, não interferindo nos detalhes do cotidiano. Dessa forma, o poder de escolha dos indivíduos estaria preservado e alinhado com seus reais interesses. Isso não acontece quando o cidadão deposita um único voto entre vários milhões para escolher governantes que terão poder demasiado sobre suas decisões particulares.

Resumindo, o voto tem, sim, um papel fundamental na vida democrática. O cidadão deve ter a consciência de sua relevância no processo de escolha dos governantes. Mas precisamos levar em conta também que o poder do governo deve ser o mais descentralizado possível, e sempre reduzido ao máximo para garantir as liberdades individuais. Fora isso, é importante acabar com a obrigatoriedade do voto, pois um direito cívico não pode ser encarado como uma imposição. Juntando essas duas questões – a redução do poder estatal pelo critério da subsidiariedade e o voto livre – creio que os cidadãos terão, naturalmente, maior interesse no seu voto.

O paradoxo é que para chegarmos neste ponto, dependemos justamente do voto, ainda que hoje ele seja obrigatório e deposite poder demais em poucos governantes. Os indivíduos que prezam a liberdade devem escolher os candidatos que representam esta trajetória rumo ao menor poder estatal e maior poder da escolha individual. E, claro, repudiando a corrupção que atrapalha todo o processo democrático.

Nota: Texto publicado pelo Instituto Liberal no dia 18 de novembro de 2013. 

HORA DA REVISÃO


PESQUISA DE OPINIÃO


Proposta de Redação: O direito de votar

A partir da leitura da coletânea a seguir, e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?”

Texto base 1:

O direito de votar: tema de redação
Comício pelas Diretas Já, em São Paulo, 1984.
Texto base 2:
Para que existam hoje os direitos
políticos, o direito de votar e ser votado,
de escolher seus governantes e representantes,
a sociedade lutou muito.

Fonte: www.iarabernardi.gov.br. 01/03/02.

Texto base 3:
A política foi inventada pelos humanos como o modo pelo qual pudessem expressar suas diferenças e conflitos sem transformá-los em guerra total, em uso da força e extermínio recíproco. (…)

A política foi inventada como o modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide em comum para aprovar ou reiterar ações que dizem respeito a todos os seus membros.

Fonte: Marilena Chauí. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994.

Texto base 4:
A democracia é subversiva. É subversiva no sentido mais radical da palavra. Em relação à perspectiva política, a razão da preferência pela democracia reside no fato de ser ela o principal remédio contra o abuso do poder. Uma das formas (não a única) é o controle pelo voto popular que o método democrático permite pôr em prática. Vox populi vox dei.

Fonte: Norberto Bobbio. Qual socialismo? Discussão de uma alternativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. Texto adaptado.

Texto base 5:
Se você tem mais de 18 anos, vai ter de votar nas próximas eleições. Se você tem 16 ou 17 anos, pode votar ou não. O mundo exige dos jovens que se arrisquem. Que alucinem. Que se metam onde não são chamados. Que sejam encrenqueiros e barulhentos. Que, enfim, exijam o impossível.

Resta construir o mundo do amanhã. Parte desse trabalho é votar. Não só cumprir uma obrigação. Tem de votar com hormônios, com ambição, com sangue fervendo nas veias. Para impor aos vitoriosos suas exigências – antes e principalmente depois das eleições.

http://educacao.diadema.sp.gov.br/educacao/attachments/article/1303/CADERNO%20DE%20ATIVIDADES%204%20-%206%C2%AA%20S%C3%89RIE.pdf

domingo, 21 de junho de 2020

Coronavírus: O que você precisa saber

retranca covid19 topo

Assista aos vídeos através do link disponibilizado AQUI



ATIVIDADE AVALIATIVA

  1. Qual o nome da doença causada pelo novo coronavírus?
  2. Quais são os principais sintomas de COVID-19?
  3. Como acontece a transmissão de COVID-19?
  4. Qual o método de prevenção mais eficaz para se proteger do novo coronavírus?
  5. Quem pode se infectar com coronavírus?
  6. Qual é o grupo de risco para o novo coronavírus?
  7. Quais fraquezas – e quais pontos fortes – o coronavírus está expondo em nossa sociedade?
  8. Que lições podemos aprender dessa crise? 
  9. Como devemos aplicar essas lições?
  10. O que significa ser um “bom cidadão” no contexto deste surto?
ATIVIDADE EXTRA

DIÁRIO DE BORDO

 Nesta semana reserve um dia para observar seus sentimentos e emoções sobre a experiência de viver essa epidemia.  Ações e sentimentos das pessoas, como estão as ruas, os espaços públicos e privados, enfim, o que está acontecendo em seu entorno, em tempos do Coronavírus; Em seus registros não esqueça de  colocar a data;

Fique de olho!



ATIVIDADE PROPOSTA 

1º Momento:

Realizar a leitura do texto em seguida deve esquematizar os mapas conceituais

2º Momento

Os esquemas realizados na aula anterior deverão ser revisto e reorganizados. 
Neste segundo momento os alunos devem formalizar os mapas conceituais. Os mapas podem ser elaborados com a ajuda do programa Cmap tools
Esta abordagem dos mapas conceituais está embasada em uma teoria construtivista, entendendo que o indivíduo constrói seu conhecimento e significada a partir da sua predisposição para realizar esta construção. Servem como instrumentos para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado em conteúdo significativo para o aprendiz. 
Um mapa conceitual é uma forma gráfica de representar um conjunto de conceitos que possuem relações entre si. A montagem do mapa deve ser feito de tal forma que tais relações estejam evidentes. A montagem dos mapas pode ser feita em duplas. 

terça-feira, 2 de junho de 2020

Coronavírus: sociedade diante do espelho

Coronavírus: sociedade diante do espelho - Agência Envolverde
por Pablo Santoro, especial para a IPS – 

Este é um artigo de opinião de Pablo Santoro, professor de Sociologia. Departamento de Sociologia: Metodologia e Teoria, Universidade Complutense de Madrid.

MADRI, 16 de março de 2020 (IPS) – Em 2011, um grupo de especialistas elaborou um relatório, a pedido da Comissão Europeia, para avaliar a abordagem da emergência devido ao vírus H1N1. Foi um dos predecessores das pandemias de gripe do coronavírus atual e seu gerenciamento pelos poderes públicos foi objeto de críticas, incluindo, segundo se dizia, excesso de zelo que gerou um estado desnecessário de pânico social.

Uma das conclusões do relatório foi a falta de conselhos específicos nas ciências sociais: enquanto epidemiologistas, virologistas e especialistas em doenças infecciosas eram imediatamente utilizados, o mesmo não acontecia com outras disciplinas – comunicação, sociologia, economia, filosofia política, ética – cujo conselho teria ajudado a concentrar melhor a resposta a essa crise.

Quero pensar que, no momento, em que a pandemia de coronavírus representa uma emergência global incomparavelmente superior a ela, as autoridades internacionais estão levando em consideração a ajuda que outras formas de conhecimento podem oferecer além do conhecimento estrito. biomédica.

Mas talvez eles também possam nos oferecer algumas lições que nos permitem enfrentar melhor o que nos espera, pelo menos, a teoria sociológica e as outras ciências sociais e humanas com as quais ela dialoga, e isso é o que me preocupa.

A sociologia do coronavírus

A primeira coisa que a sociologia pode fazer é ajudar a tornar visíveis alguns aspectos da vida social que às vezes passam despercebidos, mas que o coronavírus está dolorosamente evidenciando:
A centralidade social do trabalho invisível e como ele é distribuído de maneira desigual por gênero, idade, etnia e outras categorias sociais.
O efeito da desigualdade social e das diferenças de classe e capital (econômicas, mas também sociais, educacionais etc.), que gerarão conseqüências extremamente díspares, não apenas na medida em que são determinantes sociais da saúde , mas em maneiras de lidar com medidas como o fechamento de escolas ou a promoção do teletrabalho e do e-learning .

Outras perspectivas sociológicas nos permitem focar em questões mais específicas:
A microssociologia das saudações e outras interações do dia-a-dia que normalmente tomamos como garantidas (e que, embora em alguns casos gerem proposições inteligentes , para muitos de nós estamos se tornando um assunto perturbador: apertem as mãos, beijem, fiquem um metro de distância?).
As novas formas de colaboração científica aberta, que são tão relevantes na pesquisa sobre o vírus e que, segundo a sociologia da ciência, mudam profundamente a maneira como as comunidades científicas se organizaram.
Ou as descrições que a sociologia nos oferece das novas formas familiares em sociedades avançadas, nas quais cada vez mais avós e avós assumem o papel de cuidadores diários de seus netos (e que hoje geram tantas angústias pela possibilidade de infectá-los) inadvertidamente).

O fato social total

Algumas teorias sociológicas mais complexas nos dão idéias para entender a especificidade histórica do momento em que estamos vivendo e que o coronavírus torna, se possível, mais urgente:
Conceitos como a “ sociedade de risco ” de Ulrich Beck, que aponta a ambivalência de nossas sociedades tecnocientíficas, onde a inovação tecnológica é uma fonte de ameaças (por exemplo, na rápida disseminação de rumores e notícias falsas sobre o vírus através de redes sociais) e uma ferramenta para sua solução (já que as redes digitais também são os principais meios para as autoridades informarem a população);
O papel que Anthony Giddens atribui a sistemas especialistas (estatísticas, cálculos, fontes científicas, dados …) na modernidade reflexiva , sem a qual nem estaríamos cientes da magnitude da pandemia, mas que também levanta numerosos dilemas éticos e políticos;
As abordagens da teoria ator-rede , que considera os agentes não humanos como agentes de pleno direito do COVID-19 na mudança social;
Ou, em uma reflexão que se sobrepõe à emergência climática (a outra questão planetária que agora parece injustamente colocada em segundo plano), as abordagens ecofeminista, pós-humanista e multiespécies , que nos oferecem uma visão do mundo como uma totalidade imbricada na qual Todas as entidades do planeta se co-produzem e para as quais os dualismos clássicos, como natureza / sociedade, deixaram de funcionar, se é que alguma vez o foram .

Eu poderia apontar muitas outras questões sociológicas que o coronavírus mobiliza, desde as transformações digitais do tecido produtivo aos sinais de racismo vivenciado por cidadãos de origem chinesa, da sociologia da tecnologia (com novos usos de drones e novas técnicas de diagnóstico, como controle temperatura, mas também novas formas de controle e vigilância) até o papel das imagens culturais (como podemos evitar que passamos quinze anos com uma avalanche de filmes sobre epidemias e zumbis?).

E é que o coronavírus está se mostrando um “fato social total” , um conceito cunhado pelo sociólogo e antropólogo francês Marcel Mauss para se referir a esses fenômenos que colocam em jogo a totalidade das dimensões do social. 

(Sobre) morando juntos

Antes de terminar, porém, eu queria destacar outra utilidade, neste caso cívica ou política, se você preferir, da perspectiva sociológica.

Se a história social das epidemias nos ensina, e também todos os estudos culturais sobre epidemiologia, imunologia e doenças infecciosas, é que aqui está em jogo um problema fundamental da sociologia: como (conviver). O que nos une e o que nos separa.

Um dos efeitos mais imediatos em qualquer surto é a exacerbação – material e simbólica – da diferenciação social, a multiplicação das linhas divisórias entre “nós” e “os outros” (entre saudáveis ​​e doentes, entre aqueles que estão bem e aqueles que estão bem). eles têm “patologias anteriores” ou pertencem a “grupos de risco”, entre aqueles que têm recursos e apoios e aqueles que não os têm, entre “aqueles daqui” e “aqueles de fora”, etc.).

Essas diferenças deslizam muito facilmente no discurso social em direção a uma distinção entre “inocente” e “culpado”, como mostram todos os exemplos históricos, da peste bubônica ao HIV / AIDS.

Compreendendo os apelos à responsabilidade individual e a importância do “ distanciamento social ” como forma de combater a disseminação do vírus, também estou extremamente preocupado com o seu potencial de questionar os laços que nos unem.

Talvez temporariamente, se os médicos recomendam, novas fronteiras, novas distâncias devem ser geradas, mas – e esta é, na minha opinião, a lição mais importante a ser lembrada de uma sociologia do coronavírus – também devemos estar muito atentos aos perigos tão abismal que eles podem se esconder entre eles.

Este artigo foi publicado originalmente pela The Conversation .

ATIVIDADE PROPOSTA

Você sabe o que são Fake News? 

De acordo com o site “Mundo Educação”, apesar de parecer recente, o termo fake news, ou notícia falsa, em português, é mais antigo do que aparenta. Segundo o dicionário Merriam-Webster, essa expressão é usada desde o final do século XIX. O termo é em inglês, mas se tornou popular em todo o mundo para denominar informações falsas que são publicadas, principalmente, em redes sociais.

As Fake News são muito perigosas, pois muitas pessoas não conseguem identificá-las e passam a acreditar no que leram, ouviram ou viram e tomam decisões influenciadas por essas notícias. Você sabe como identificar uma Fake News? Preocupados com a disseminação dessas notícias, muitos sites têm divulgado maneiras de identificar as Fake News. Realize uma pesquisa em diferentes sites e procure dicas de como fazer para não cair nessa cilada!



Agora que você já sabe o que são Fake News e como identificá-las, responda: 

a- Você já viu, ouviu ou leu uma Fake News? Sobre qual assunto? 
b-  Você considera que essa notícia falsa pode trazer algum tipo de problema para alguém? Por quê?
c- Você compartilha as notícias que recebe nas redes sociais?
d- Você checa se uma notícia é verdade quando recebe pelo WhatsApp?
e- Como você falaria para a pessoa que te mandou uma notícia que aquela informação está incorreta?

ATIVIDADE EXTRA

   PESQUISA DE OPINIÃO



ATIVIDADE AVALIATIVA