A pernambucana Val (Regina Casé) se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino (Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, como não deveria, a situação se complica.
Após ler o texto realize a atividade abaixo. Para resolvê-la leia as orientações com atenção. Não esqueça de colocar seu nome completo na atividade. Ao terminar click em “Finish” (finalizar). Depois selecione “Enviar as minhas respostas ao professor” e mandar para o e-mail: angela.boscardin@gmail.com
Se um amigo fala para você que ele beijou, transou com outra mulher que não a namorada dele, não pareceria tão surpreendente. Se o fato de ser infiel se torna algo comum e quase ninguém sanciona este comportamento, por que parar?
– Sanções sociais
Imagina. Você tem uma namorada, mas, também gosta de outra menina. Você fica com outra e vai falar com o seu grupo de amigos que ficou com essa garota. Se eles acham legal o que você fez, por que parar? Se você não encontra indivíduos que sancionam socialmente o seu comportamento, você vai, talvez, continuar.
Ao contrario, se o seu grupo de amigos não concorda e fala para você que o seu comportamento está errado, você vai pensar mais sobre o ato.
– A infidelidade tem gênero?
Se a gente imaginar, agora, uma mulher infiel com o namorado. Agora, é a mulher que tem um amante. Você acha que este fato será aceito da mesma maneira que é aceito o fato do homem ter uma amante? A infidelidade é compreendida de maneira diferente em função do gênero?
– A infidelidade, a norma social?
Você acha que podemos falar da infidelidade como uma norma social? Lembro que uma norma social é um modelo de se comportar relativo a um grupo social numa sociedade. A sociedade concorda com um sistema de valores e normas. Os indivíduos desde a infância (socialização primaria) integram este sistema.
Sabendo a definição da norma social, não podemos falar da infidelidade como um “modelo de se comportar”. Porém, é um modelo integrado pelos indivíduos na sociedade brasileira.
– A infidelidade?
Primeiro, percebi que a infidelidade tem varias definições em função da cultura, do país e também do individuo. Qualquer individuo têm a sua própria definição da infidelidade.
Olhar e desejar, beijar, transar, namorar com outra… Em função da cultura, do país e do individuo, são formas de ser infiel.
Podemos ser infiel durante uma hora ou durante vários meses, anos.
– Exemplo. “Eu? Infiel?!”
Para dar um exemplo. Um dia, um amigo, hoje com 25 anos me falou que fazia 8 anos que está com uma namorada , ou seja, ele encontrou a namorada quando tinha 17 anos. Parecia-me estranho ficar sempre com a mesma mulher desde os 17 anos. No entanto, parecia ser uma historia bonita. E então perguntei para para ele: Você é um homem fiel? Ele me respondeu: Com certeza eu sou. Ele me mostrou a tatoo que tinha no corpo com o nome da namorada. Tentei acreditar que ele fosse realmente fiel. Porém, depois, ele adicionou: Se você encontrar minha namorada, por favor, não fala da “amiga” com quem estava ontem.
Ainda bem que todos os brasileiros não são assim!
– Existem infidelidades mais toleráveis que outras? Quais são?
Por exemplo, quando um casal acaba tendo uma criança, às vezes, um dos pais conhece uma experiência de infidelidade. O pai ou a mãe vão escapar ao único papel de serem pais. O indivíduo vai conhecer o papel de ser “amante”. Permite sair um pouco da principal função identitaria de serem pais. Geralmente, depois disso, se desenvolve um sentimento de culpabilidade.
Porém, às vezes, a infidelidade não é só uma vez. O ato de infidelidade se repete. Nesse caso, é menos tolerável na sociedade. Se um individuo é infiel uma vez, podemos pensar que ele tem remorso.
– Como aceitar esta situação?
Primeiro, para “aceitar” esta situação, a namorada ou o namorado deve se sentir o preferido entre ele ou ela e o (a) amante, mostrar que não tem comparação entre as duas situações.
Segundo varias pesquisas, podemos ver que o mais complicado para a pessoa traída é o fato de sentir uma diminuição de afeição, de desejo.
– é diferente na França?
Como não tenho estatísticas, não posso falar que no Brasil existe mais infidelidade. Porém, me parece mais tolerado no Brasil que na França. Além disso, na França, a mulher vai em menor escala mostrar nos espaços públicos que ela tem, de fato, um namorado, que o homem ao lado dela é “seu”. As francesas têm menos ciúmes que as brasileiras.
Talvez, na França exista menos infidelidade entre os casais, porque quando se está namorando alguém não temos costume de trair, e também não é aceitável entre o grupo social de amigos, dizer que traímos o namorado ou a namorada…
– O que pensa Eric Anderson, sociólogo que tratou desse assunto?
Eric Anderson é um sociólogo americano que fez uma pesquisa, com 120 indivíduos, sobre os homens infiéis.
Segundo a pesquisa dele, 78% dos homens foram infiéis e os homens teriam vontade ficar com outra depois de dois anos de relação. Segundo ele, o fato de ser infiel não apresenta relação com o sentimento amoroso. São duas coisas diferentes segundo ele. Ser infiel seria como um “lunch” provocado pela sociedade. Segundo ele, o que permite uma relação séria não é o fato de ser fiel. O que permite ter uma relação séria, sem infidelidade, seria o fato de construir uma família, se casar, etc.