Lei Maria da Penha: A Lei 11.340/06, conhecida como Lei Maria da Penha, ganhou este nome em homenagem à Maria da Penha Maia Fernandes, uma farmacêutica cearense, que por vinte anos lutou para ver seu agressor preso. Casada com o professor universitário Marco Antonio Herredia Viveros, em 1983 ela sofreu a primeira tentativa de assassinato pelo marido, quando levou um tiro nas costas enquanto dormia. Viveros foi encontrado na cozinha, gritando por socorro, alegando que tinham sido atacados por assaltantes. Desta primeira tentativa, Maria da Penha saiu paraplégica A segunda tentativa de homicídio aconteceu meses depois, quando Viveros empurrou Maria da Penha da cadeira de rodas e tentou eletrocuta-la no chuveiro. Apesar da investigação ter começado em junho do mesmo ano, a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro do ano seguinte e o primeiro julgamento só aconteceu 8 anos após os crimes. Em 1991, os advogados de Viveros conseguiram anular o julgamento. Já em 1996, Viveros foi julgado culpado e condenado há dez anos de reclusão mas conseguiu recorrer. Mesmo após 15 anos de luta e pressões internacionais, a justiça brasileira ainda não havia dado decisão ao caso, nem justificativa para a demora. Com a ajuda de Organizações Não Governamentais, Maria da Penha conseguiu enviar o caso para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA), que, pela primeira vez, acatou uma denúncia de violência doméstica. Viveiro só foi preso em 2002, para cumprir apenas dois anos de prisão. O processo da OEA também condenou o Brasil por negligência e omissão em relação à violência doméstica. Uma das punições foi a recomendações para que fosse criada uma legislação adequada a esse tipo de violência. Este foi o início da criação da lei. Em setembro de 2006 a lei 11.340/06 finalmente entra em vigor, fazendo com que a violência contra a mulher deixe de ser tratada com um crime de menor potencial ofensivo. A lei também acaba com as penas pagas em cestas básicas ou multas, além de englobar, além da violência física e sexual, também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral. (Observatório para Implementação da Lei Maria da Penha. Disponível em: www.observe.ufba.br/observatorio. Cf. 22/05/2015).
Tipos de violência contra a mulher
Violência doméstica – é uma forma de violência entre pessoas que coabitam um determinado espaço.
É, também, um abuso físico ou psicológico de um membro de um núcleo familiar em relação a outro, com
o objetivo de manter poder ou controle. Esse abuso pode acontecer por meio de ações ou de omissões. A
maioria das vítimas desse crime são mulheres.
Violência física - qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal.
Violência psicológica - entendida como qualquer conduta que lhe cause danos emocionais e
diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar
ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
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humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo
à saúde psicológica e à autodeterminação;
Violência patrimonial - entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos
ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;
Violência moral - entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.
Violência Sexual - de acordo com a Lei n° 11 340 de 7 de agosto de 2006, mais conhecida como Lei
Maria da Penha, violência sexualé qualquer ato sexual não desejado ou a tentativa de obtê-lo por meio
da intimidação psicológica ou emocional. E, de acordo com esta Lei, considera-se uma violência sexual
contra uma mulher qualquer conduta que:
- a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada;
- a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade;
- a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto
ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação;
- limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e direitos reprodutivos.
Fonte: Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em 12 de maio de 2015.
ATIVIDADE PROPOSTA 1
ATIVIDADE PROPOSTA 2
a) Por que é preciso denunciar as situações de violência contra a mulher?
b) Qual o tipo de violência mais comum praticado contra as mulheres?
c) Quais as consequências destas violências na vida das mulheres?
d) Como poderíamos repassar as informações sobre a Lei Maria da Penha para nossos/as colegas, amigos/as e familiares?
ATIVIDADE PROPOSTA 3
pós ler o texto realize a atividade abaixo. Para resolvê-la leia as orientações com atenção. Não esqueça de colocar seu nome completo na atividade. Ao terminar click em “Finish” (finalizar). Depois selecione “Enviar as minhas respostas ao professor” e mandar para o e-mail: angela.boscardin@gmail.com
Roraima é o estado onde mais mulheres são assassinadas no país, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com a pesquisa, a taxa de mortes no estado foi de 11,4 para cada grupo de 100 mil mulheres. O número é quase três vezes maior do que a média do Brasil, de 4,4, e quase cinco vezes maior do que São Paulo, o estado com a menor taxa, de 2,7 mortes para cada 100 mil.
No geral, a proporção de mulheres assassinadas tem crescido nos últimos anos. Segundo o estudo, a taxa de homicídios entre mulheres saltou 7,5% entre 2005 e 2015. Por outro lado, em alguns estados, houve melhora na variação da taxa de violência: São Paulo teve uma redução de 35% nesse período.
No outro extremo do mesmo indicador aparece Maranhão, que teve um aumento de 124,4% na taxa de assassinatos de mulheres.
O outro lado
Em nota enviada a EXAME.com, o governo de Roraima afirmou que a atual gestão estadual “vem atuando de forma incisiva com a implementação de políticas públicas de prevenção e combate à violência contra a mulher”.
Desde março de 2015, segundo o governo do estado, alguns programas foram colocados em prática, como o Ronda Maria da Penha, com viaturas da Polícia Militar e policiais que atuam exclusivamente no atendimento aos casos de violência doméstica, e o Abrigo de Maria, uma casa especial, cujo endereço é mantido sob sigilo, para atender as mulheres em situação de vulnerabilidade, vítimas de violência doméstica ameaçadas de morte e seus dependentes menores de idade.
“A atuação do governo do estado nos últimos dois anos e meio tem contribuído de forma efetiva para a redução dos homicídios de mulheres em Roraima, contudo, esses dados ficaram de fora da pesquisa citada. O governo acredita que no próximo levantamento que for realizado, o Estado terá saído dessa vergonhosa estatística da violência contra a mulher”, diz a nota.
Veja o ranking dos estados mais violentos para as mulheres.
As fábulas têm um incrível poder de fazer com que a gente reflita de forma desarmada sobre situações que passamos em nosso cotidiano. Nesta fábula podemos refletir sobre como nossas omissões e nossa falta de sensibilidade política podem nos prejudicar.
Um rato olhando pelo buraco da parede, viu o fazendeiro e a mulher abrindo um pacote.
Ao descobrir que era uma ratoeira, ficou aterrorizado. Correu ao pátio advertindo a todos:- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!
A galinha disse:- Desculpe – me, Sr. Rato. Eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até o porco e lhe disse:
– Há uma ratoeira na casa!
– Desculpe – me, Sr. Rato, disse o porco. Mas, não há nada que eu possa fazer, a não ser rezar. Fique tranqüilo. O senhor será lembrado em minhas preces.O rato dirigiu – se, então, à vaca. Ela, num muxoxo, disse:
– Uma ratoeira? Isso não me põe em perigo…
Então, o rato, cabisbaixo, voltou para a casa para encarar a ratoeira. E naquela noite, ouviu – se um barulho!
Meu Deus, era a ratoeira pegando sua vítima! A mulher do fazendeiro correu para ver o que estava lá. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher…
O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre.
E para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal.
Como a doença da mulher continuava, os amigos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo. Muita gente foi ao funeral. Para alimentar todo aquele povo, o fazendeiro, então, sacrificou a vaca.
Fábula da Ratoeira – Moral da História
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre – se que, quando há uma ratoeira em casa, toda a fazenda corre risco!
Ou seja, em uma comunidade, o problema de um é problema de todos.
ATIVIDADE PROPOSTA 1
ATIVIDADE PROPOSTA 2
Após ler o texto realize a atividade abaixo. Para resolvê-la leia as orientações com atenção. Não esqueça de colocar seu nome completo na atividade. Ao terminar click em “Finish” (finalizar). Depois selecione “Enviar as minhas respostas ao professor” e mandar para o e-mail: angela.boscardin@gmail.com
É sabido que desde os primeiros passos dessa ciência a Sociologia dedica-se ao desenvolvimento de estudos que tem como objeto as interações sociais, a organização das sociedades e inevitavelmente também os conflitos entre as classes sociais. A própria América Latina é um exemplo de como a Sociologia, especialmente no início do século XX, mostrou-se fortemente influenciada pelas teorias marxistas. Isso ocorre num momento onde os olhares voltavam-se principalmente para os problemas do subdesenvolvimento no continente, desenvolvendo importantes reflexões.
O Surgimento da Sociologia no Brasil
O surgimento da Sociologia no Brasil, também conhecida como Sociologia Brasileira, teve início a partir das décadas de 1920 e 1930, quando os estudiosos dessa área passaram a se dedicar a pesquisas que visavam construir um entendimento acerca da formação da sociedade brasileira analisando temáticas cruciais para essa compreensão. Assim, eles voltaram-se para estudos referentes a escravatura e a abolição, estudos sobre índios e negros e o êxodo dessas populações, e mesmo analises sobre o processo de colonização.
A compreensão desses assuntos mostrou-se realmente uma vez que se buscava compreender a formação da sociedade brasileira. Isso porque a formação da população brasileira, das relações de trabalho e da consciência e cidadania, passava inevitavelmente pela compreensão destas temáticas.
Os principais assuntos abordados pela Sociologia brasileira
Nas décadas que se seguiriam, no entanto, a Sociologia no Brasil passou a voltar-se para os estudos que abordassem prioritariamente temas relacionados às classes trabalhadoras, tratando assim de assuntos como salário, jornadas de trabalho, ambientes de trabalho urbano e rurais, organizações e condições dos ambientes de trabalho, relações entre empregados e empregadores, etc.
Especialmente a partir da década de 1960 se pode sentir uma crescente preocupação com o processo de industrialização que se instaurava no país. Essa nova preocupação trouxe consigo debates sociológicos que abordavam temas da reforma agrária e os novos problemas políticos e sociais que esse processo acarretava.
Desde os anos de 1960 percebemos também uma instabilidade quanto a presença da disciplina de Sociologia em escolas de Ensino Básico. Inicialmente foi banida pelo regime militar, passou por um longo período (desde os anos de 1980) como disciplina facultativa, sendo assim presente em poucas instituições, e voltou a integrar a grade obrigatória apenas em 2009.
Leiam os textos abaixo em seguida busquem outros sites para realizar as atividades propostas:
Sociólogos Brasileiros: Importantes Sociólogos Brasileiros do sec. XX ATIVIDADE PROPOSTA - Crie uma galeria sobre sociólogos brasileiros contendo a foto do sociólogo em questão; - Citar suas principais obras; - Elaborar um pequeno texto de apresentação sobre uma de suas obras ; ATIVIDADE EXTRA Acessem kahoot.it e participem do jogo. Boa diversão e um excelente aprendizado!!!
Existem diferentes tipos de desemprego, contudo, suas causas podem variar. No livro Princípios de economia (2005), Passos e Nogami apresentam 4 (quatro) tipos de desemprego.
O Desemprego Cíclico é um dos mais temidos e que tem assolado a Europa e os Estados Unidos
Em se tratando de análises econômicas que tentam compreender a capacidade produtiva de determinada sociedade, o fator desemprego é um dos mais relevantes. Grosso modo, altos índices de desemprego podem sinalizar um desaquecimento da economia, assim como indicar o agravamento de questões sociais ligadas à queda do padrão e da qualidade de vida dos indivíduos, isto é, do bem estar social das pessoas. Assim, um dos índices que ajudam aos analistas a avaliarem a economia é o PEA - População Economicamente Ativa, o qual apresenta o número de adultos empregados, desempregados e que estão à procura do primeiro emprego. Contudo, as causas do desemprego podem variar. Segundo Passos e Nogami no livroPrincípios de economia(2005), são pelo menos 4 (quatro) tipos de desemprego, obviamente causados por motivos diferentes.
Uma das formas seria o chamado Desemprego Friccicional (ou desemprego natural), o qual consiste em indivíduos desempregados, temporariamente, ou porque estão mudando de emprego, ou porque foram demitidos, ou porque ainda estão procurando emprego pela primeira vez. Recebe esta nomenclatura porque o mercado de trabalho, segundo os autores, opera com atrito, não combinando trabalhadores e postos disponíveis de trabalho, sendo que sua duração vai depender dos benefícios dados aos desempregados, como o seguro desemprego.
Já o Desemprego Estrutural é consequência das mudanças estruturais na economia, tais como mudanças nas tecnologias de produção ou nos padrões de demanda dos consumidores (uma vez que a mudança de gostos pode tornar obsoletas certas profissões). No tocante às mudanças tecnológicas, basta pensarmos como exemplo uma montadora de veículos que, ao promover a automatização de sua produção, dispensa inúmeros trabalhadores agora desnecessários diante a capacidade de robôs. Com relação à mudança no padrão da demanda dos consumidores, isso se explicaria ao se pensar na antiga profissão do técnico em consertar máquinas de escrever - equipamento absolutamente obsoleto – o qual perderia sua função na era da informática sem uma reciclagem profissional.
Um terceiro tipo seria o chamado Desemprego Sazonal. Conforme apontam Passos e Nogami (2005), este tipo de desemprego ocorre em função da sazonalidade de determinados tipos de atividades econômicas, tais como agricultura e turismo, e que acabam causando variações na demanda de trabalho em diferentes épocas do ano. Trabalhadores rurais cortadores de cana-de-açúcar seriam um bom exemplo, os quais migram de uma determinada região (como do nordeste brasileiro) para outra (como a região sudeste) no período de safra, retornando na entressafra.
O quarto e último tipo seria o Desemprego Cíclico (involuntário ou conjuntural). Um dos mais temidos, e que tem assolado a Europa e os Estados Unidos nestas últimas crises econômicas, ocorre quando se tem uma recessão da economia, o que significa retração na produção. As empresas são obrigadas a dispensar seus funcionários para cortar despesas.
Logo, estar desempregado significa encontrar-se numa situação na qual não se tem nenhum vínculo oficial com qualquer instituição empregadora, não possuindo quaisquer outras fontes de renda, mas o fator que condicionou a tal situação, como se viu, pode variar. Dessa forma, apenas a título de observação, é importante lembrar que mesmo os trabalhadores urbanos que podem sobreviver como vendedores ambulantes não são oficialmente considerados empregados, mas sim como integrantes do trabalho e da economia informal, uma vez que não possuem carteira assinada. Logo, oficialmente estariam desempregados.
2º Passo: Após assistir o vídeo, realize a leitura dos textos para que possa compreender o assunto que está sendo abordado.
3º Passo: Após a leitura dos textos realizem a divisão dos grupos para confeccionarem folders.
4º Passo: Após a confecção do fôlder realizar a distribuição para comunidade escolar e a comunidade em geral, para que possam prestigiar os trabalhos realizados pelos educandos desta instituição.
Trabalho realizado pelos alunos do 3º B ano de 2019: Keila Soares de Souza, Nataliane de Barros Herculino e Jean Henrique Thiesen.
ATIVIDADE PROPOSTA
Após ler o texto realize a atividade abaixo. Para resolvê-la leia as orientações com atenção. Não esqueça de colocar seu nome completo na atividade. Ao terminar click em “Finish” (finalizar). Depois selecione “Enviar as minhas respostas ao professor” e mandar para o e-mail: angela.boscardin@gmail.com
No Brasil, planejamento familiar é privilégio exclusivo dos bem-aventurados. Embora o tema já tenha sido abordado mais de uma vez nesta coluna, volto a ele por não me conformar com nosso silêncio diante do drama dos que não têm acesso aos métodos anticoncepcionais.
Sem mencionar números desta vez, vou resumir o atoleiro ideológico em que estamos metidos nessa área.
Até a metade do século 20, poucas famílias brasileiras deixavam de ter cinco ou seis filhos. Havia uma lógica razoável por trás de taxas de natalidade tão altas:
1) A maioria da população vivia no campo, numa época de agricultura primitiva em que as crianças pegavam no cabo da enxada já aos sete anos. Quantos mais braços disponíveis houvesse na família, maior a probabilidade de sobrevivência.
2) Convivíamos com taxas de mortalidade infantil inaceitáveis para os padrões atuais. Ter perdido dois ou três filhos era rotina na vida das mulheres com mais de 30 anos.
3) Além da cirurgia e dos preservativos de barreira, não existiam recursos médicos para evitar a concepção.
Na década de 1960, quando as pílulas anticoncepcionais surgiram no mercado e a migração do campo para a cidade tomou vulto, uma esdrúxula associação de forças se opôs terminante ao planejamento familiar no país: os militares, os comunistas e a igreja católica.
Os militares no poder eram contrários, por julgarem defender a soberania nacional: num país de dimensões continentais, quanto mais crianças nascessem, mais rapidamente seriam ocupados os espaços disponíveis no Centro-Oeste e na floresta amazônica. Os comunistas e a esquerda simpatizante, por defenderem que o aumento populacional acelerado aprofundaria as contradições do capitalismo e encurtaria caminho para a instalação da ditadura do proletariado. A igreja, por considerar antinatural -portanto, contra a vontade de Deus- o emprego de métodos contraceptivos.
O resultado dessas ideologias insensatas não poderia ter sido mais desastroso: em 1970, éramos 90 milhões; hoje, temos o dobro da população, parte expressiva da qual aglomerada em favelas e na periferia das cidades. Suécia, Noruega e Canadá conseguiriam oferecer os mesmos níveis de atendimento médico, de educação e de salários para os aposentados, caso tivessem duplicado seus habitantes nos últimos 30 anos?
O que mais assusta, entretanto, não é havermos chegado à situação dramática em que nos encontramos; é não adotarmos medidas para remediá-la. Pior, é ver não apenas os religiosos, mas setores da intelectualidade considerarem politicamente incorreta qualquer tentativa de estender às classes mais desfavorecidas o acesso aos métodos de contracepção fartamente disponíveis a quem pode pagar por eles.
Recentemente, um de nossos ministros da área social, ao assumir, afirmou que programas de planejamento familiar eram desprovidos de prioridade no atual governo, porque as taxas de natalidade estavam caindo e o país era tão grande que tecnicamente poderia dar guarida a 350 milhões de habitantes.
Não haveria por que discutir semelhante opinião, tivesse ela sido externada por alguém despreocupado em avaliar quantos miseráveis surgiriam, e se não fosse representativa de uma ala influente do pensamento político. De fato, as taxas médias de natalidade brasileiras têm caído gradativamente nos últimos 50 anos, mas não há necessidade de consultar os números do IBGE para constatarmos que a queda foi muito mais acentuada nas classes média e alta: basta ver a fila de adolescentes grávidas à espera de atendimento nos hospitais públicos ou o número de crianças pequenas nos bairros mais pobres.
Outra justificativa para a falta de políticas públicas destinadas a universalizar o direito ao planejamento familiar no país é a da má distribuição de renda: o problema não estaria no número de filhos, mas na falta de dinheiro para criá-los, argumentam.
De fato, se nossa renda per capita fosse a dos canadenses, a situação seria outra; aliás, talvez tivéssemos que organizar campanhas para estimular a natalidade. O problema é justamente porque somos um país cheio de gente pobre, e educar filhos custa caro. Como dar escola, merenda, postos de saúde, remédios, cesta básica, habitação, para esse exército de crianças desamparadas que nasce todos os dias? Quantas cadeias serão necessárias para enjaular os malcomportados?
A verdade é que, embora a sociedade possa ajudar, nessa área dependemos de políticas públicas, portanto dos políticos, e estes morrem de medo de contrariar a igreja. Agem como se o planejamento familiar fosse uma forma de eugenia para nos livrarmos dos indesejáveis, quando se trata de uma aspiração legítima de todo cidadão. As meninas mais pobres, iletradas, não engravidam aos 14 anos para viver os mistérios da maternidade; a mãe de quatro filhos, que mal consegue alimentá-los, não concebe o quinto só para vê-lo sofrer.
É justo oferecer vasectomia, DIU, laqueadura e vários tipos de pílulas aos que estão bem de vida, enquanto os mais necessitados são condenados aos caprichos da natureza na hora de planejar o tamanho de suas famílias?
ATIVIDADE PROPOSTA
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios do planejamento familiar no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Assegurado pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família.
[…]
No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007. Ela inclui oferta de oito métodos contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular.
Toda mulher em idade fértil (de 10 a 49 anos de idade) tem acesso aos anticoncepcionais nas Unidades Básicas de Saúde, mas em muitos casos precisa comparecer a uma consulta prévia com profissionais de saúde. A escolha da metodologia mais adequada deverá ser feita pela paciente, após entender os prós e contras de cada um dos métodos.
Em 2008, o Ministério da Saúde alcançou a marca histórica de distribuir esses dispositivos em todos os municípios do território nacional. No ano seguinte, a política foi ampliada e houve maior acesso a vasectomias e laqueaduras, métodos definitivos de contracepção, bem como a preservativos e outros tipos de anticoncepcionais.
Controlar a fertilidade é o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), feita em 2006, financiada pelo Ministério da Saúde, revelou que 46% das gravidezes não são planejadas.
Queiram ou não, a falta de planejamento familiar é responsável pela metade dos problemas agudos do país, inclusive grande parcela dos abortos. Se queremos definitivamente superar de uma só vez série de dificuldades históricas, precisamos introduzir uma disciplina que informe e oriente crianças e jovens sobre planejamento familiar nos três graus escolares, nas cerimônias religiosas, nos meios de comunicação, nos clubes, nos hospitais e em outros ambientes. A marginalização social que atinge milhões de pessoas é originária prioritariamente do crescimento acelerado da população durante muitos anos, sobretudo da camada mais pobre. Há, sim, problemas de outras naturezas, mas de consequências menores, como o modelo econômico e social priorizado pelos governos, má distribuição de terras e de recursos financeiros, pauperismo resultante do valor do salário mínimo, desemprego e recessão econômica, ineficácia da legislação que protege direitos da mulher e da criança. Essas e outras questões semelhantes podem ser contornadas mais rapidamente por meio de decisões e diretrizes políticas, sem no entanto exigir que sejam despendidas fortunas de que o país não dispõe.
As amizades se modernizam, tanto em profundidade, largura e altura. Tornaram-se tão importantes que não sei se meu perfil no facebook iria dar conta de tantas. A cada dia angariava mais uma meia-dúzia deles. Igualmente desfazia amizades com uns três ou quatro chatos que não escreviam ou postavam coisas legais.
Na época de meu pai as pessoas tinham apenas cinco ou seis amigos. Esses sabíamos de todos os nossos segredos, gostos e desgostos. Havia muita invasão de privacidade! Hoje as coisas se modernizaram. Devo ter mais de mil amigos, isso mesmo, mais de mil. Muitos não sei nem onde moram ou o que fazem. Alguns não os reconheceria se os encontrassem em alguma esquina da cidade. Muitos nem sei se moram na minha cidade. Sendo tantos nem é preciso se importar com eles.
Na dimensão largura, amizade tornou-se infinita, basta ter tempo para entrar nas redes sociais para ampliar um pouco mais as amizades. Antes se ampliava as amizades indo na casa dos vizinhos. Veja se pode? Bom é a amizade moderna, nem precisamos buscar assunto para conversar. Um “bom dia Faces” já é suficiente! Nem ainda precisamos ir à casa de ninguém. Eu mesmo não abria muito o bate-papo do meu face. Nada mais chato do que saber da vida pessoal dos outros. Gosto de ver fotos e frases; apenas isso.
As amizades se modernizaram em sua profundidade. Agora são mais “rasas”. Nada daquela história de saber de meus segredos, dos meus gostos ou desgostos. Quando queremos que alguém saiba de um dos nossos gostos publica-se na internet. O bom é que se descobrir, como sempre acontece, que não gostamos daquilo, troca-se a postagem e nenhum dos amigos percebem ou ligam. Assim se é livre para mudanças, para metamorfosear-se como eu bem entender; o que está em moda agora! Já mudei de time umas três vezes e ninguém implicou comigo; acho que nem notaram. Ninguém é obrigado a ter uma identidade. Eis a modernidade!
Para ser amigo não precisa se abraçar ou olhar nos olhos ao falar. Ir na casa, estudar juntos, sair juntos. Os melhores momentos entre amigos são as expressões de risos e gargalhadas no Facebook. Rir com imagens e vídeos é o nosso passatempo principal… diria que quase que exclusivo.
Eu gostava dessa modernidade. Não gosto mais. Hoje não tenho acesso à internet e perdi, de uma só vez, mil amigos… minha vida acabou. Meu computador quebrou na mudança e não tenho como comprar outro. Sinto-me solitário. Acho que meus amigos nem notaram, ou se notaram devem estar rindo e dizendo que morri. Ainda estou vivo, mas devo, em breve, tirar-me a vida, pois estou privado do contato com os amigos. Só não fiz isso ainda porque tenho que arrumar a mudança e como sou o mais velho, 19 anos, tenho que ajudar a organizar os quartos dos 48 jovens que vivem aqui na república. Mas acabando a tarefa não quero mais viver só. É insuportável a solidão.
Em quase todas as culturas tradicionais, os ritos de passagem assinalam o fim da infância e o início da idade adulta. Mas nem todos esses ritos são indolores e isentos de perigo como os nossos bailes das debutantes, a primeira comunhão dos católicos ou o bar mitzva dos judeus. Existem aqueles que se lançam literalmente no vazio amarrados a um cipó nos tornozelos, e quem se deixa picar nas mãos por dezenas de formigas tropicais.
Ritos de passagem são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade. Esses ritos podem ter caráter social, comunitário ou religioso, e marcam momentos importantes na vida dos indivíduos. Os mais comuns são os ligados a nascimentos, mortes, casamentos e formaturas. Em nossa sociedade, os ritos ligados a nascimentos, mortes e casamentos são praticamente monopolizados pelas religiões. Já as formaturas não costumam ser, em si, religiosas, mas frequentemente têm importantes momentos religiosos. O termo “rito de passagem” foi popularizado pelo antropólogo alemão Arnold van Gennep no início do século vinte.
Rito de iniciação de faquir indiano
Em todas as sociedades primitivas, determinados momentos na vida de seus membros eram marcados por cerimônias especiais, conhecidas como ritos de iniciação ou ritos de passagem. Essas cerimônias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representava igualmente a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual estava inserido, tendo, portanto, tanto cunho individual quanto coletivo.
Geralmente, a primeira dessas cerimônias era praticada dentro do próprio ambiente familiar, logo em seguida ao nascimento. Nesse rito, o recém-nascido era apresentado aos seus antecedentes diretos, e era reconhecido como sendo parte da linhagem ancestral. Seu nome , previamente escolhido, era então pronunciado para ele pela primeira vez, de forma solene. Alguns anos mais tarde, ao atingir a puberdade, o jovem passava por outra cerimônia.
Todos os anos os muçulmanos comemoram a festa do Ramadã, rito que assinala a passagem para um novo ciclo do tempo.
Para as mulheres, isso se dava geralmente no momento da primeira menstruação, marcando o fato que, entrando no seu período fértil, a garota estava apta a preparar-se para o casamento. Para os rapazes, a cerimônia geralmente se dava no momento em que ele fazia a caça e o abate do primeiro animal. Ambas ligadas, portanto, ao derramamento de sangue, tais ritos significavam a integração daquela pessoa como membro produtivo da tribo: ao derramar sangue para a preservação da comunidade (pela procriação ou pela alimentação), ela estava simbolicamente misturando o seu próprio sangue ao sangue do seu clã.
Na galeria abaixo apresentamos alguns ritos de passagem realmente incríveis – pelo menos para nos, ocidentais.
1 Picados pelas formigas. Ela é uma Paraponera clavata, que os indígenas da Amazônia chamam tocandira e os de língua inglesa bullet ant, ou formiga-projétil. É assim chamada porque a dor que provoca quando pica com suas potentes mandíbulas é comparável à de um tiro de revólver. Para entrar no mundo dos adultos, os adolescentes homens da tribo dos Sateré Mawé, que vivem na fronteira entre o Amazonas e o Pará, desafiam esse monstruoso inseto – uma das maiores formigas do mundo, chegando a 3 centímetros - enfiando as mãos no interior de um par de luvas (veja a foto) recheadas com dezenas de tocandiras. Os garotos têm que dançar com as mãos dentro da luva durante dez minutos. A dor pode durar até 24 horas e é tão intensa que o corpo sofre com convulsões. O mais inacreditável é que os homens da tribo repetem este ritual várias vezes durante a vida, para provar a sua masculinidade. E devem resistir sem gritar, sem chorar ou se lamentar durante pelo menos dez minutos!
Vídeo : National Geographic
2 Saltar no vazio. Para se tornar gente grande e demonstrar que não sentem medo, os adolescentes homens da tribo Sa, na Ilha de Pentecostes, no Arquipélago de Vanuatu, no Oceano Pacífico, devem se exibir no ritual do “naghol” (salto no vazio), um costume que inspirou o bungee jumping. Com os tornozelos atados a longos cipós, os garotos se atiram de torres de madeira com mais de 30 metros de altura. A prova é muito arriscada: se o cipó é demasiado curto eles podem bater contra as madeiras pontudas que sustentam a estrutura; se é demasiado longo batem no chão a uma velocidade superior a 50 quilômetros por hora. O ato é considerado uma prova de masculinidade para os rapazes, e o primeiro salto assinala a passagem deles à idade adulta. Este ritual serve como um rito de passagem e como um ritual de colheita dos habitantes de Vanuatu. Quando o “mergulho” é feito corretamente, o garoto deve encostar os ombros e a cabeça no chão. Entretanto, os cipós não são elásticos e um cálculo errado do comprimento da corda pode causar ferimentos sérios ou até mesmo a morte do garoto no ritual.
Vídeo: National Geographic
3 Veneno sagrado. A tribo indígena dos Matis, que vivem na floresta amazônica brasileira, realiza quatro testes com os garotos, para que eles mostrem que podem participar das caçadas com os outros homens. Primeiro, os garotos recebem veneno diretamente nos olhos, para supostamente melhorar a sua visão e aguçar os sentidos. Depois, eles são espancados e recebem chicotadas, para depois receber a inoculação do veneno de um sapo venenoso da região. A tribo acredita que o poderoso veneno do animal aumenta a força e a resistência, o que só acontece depois que o participante do ritual sofre com fortes enjoos, vômitos e diarreia. Quando os garotos passam por esta terrível sequência de testes, são considerados aptos a participar das caçadas da tribo. Foto: Paulo Whitaker
4 Iniciação para canibais. Os Aghori, uma seita indiana cujos membros se concentram na cidade santa de Varanasi (a antiga Benares), costumam comer carne humana em certos momentos do seu caminho em direção à iluminação espiritual. Sua principal fonte de abastecimento são as piras funerárias que, diariamente, queimam cadáveres nas margens do Rio Ganges. Segundo os Aghori, essa prática, ligada à purificação da alma, contribui para manter o corpo sadio e evita as doenças.
5 Sangue purificador. Para os Matausa, uma população do Arquipélago Papua Nova Guiné, o corpo da mulher não é puro e, de consequência, também os filhos que a mulher gera não são puros. Os jovens são purificados durante a adolescência (ou em alguns momentos importantes da vida, por exemplo pouco antes do casamento) com um ritual muito doloroso e violento: Eles inserem pela boca duas varetas e as fazem sair pelas narinas. O sangue e o muco que saem das feridas representam as impurezas que o menino recebeu da sua mãe, e que agora estão sendo expulsas.
6 O rito das debutantes. Pouca gente sabe disso, mas os tradicionais bailes de debutantes, quando as jovens moças são apresentadas à sociedade, são uma versão moderna de ritos iniciáticos muito antigos e comuns a várias culturas ao redor do mundo. Assinalam sempre o fim da infância e o início da idade adulta, como nesta foto em que debutantes inglesas chegam para o seu grande baile.
7 Circuncisão. Quando os meninos da tribo Xhosa, da África do Sul, chegam à adolescência, devem suportar a circuncisão feita a sangue frio, uma operação que, nos adultos, é particularmente dolorosa. Mas as penas dos jovens xhosa não são nada comparadas com as provas a que são submetidos os adolescentes de 14 a 16 anos, de ambos os sexos, da tribo Okiek, do Quênia. A iniciação começa com a circuncisão dos órgãos sexuais. Depois, os participantes ficam separados dos adultos do sexo oposto por um período de quatro a 24 semanas. Os jovens circuncisados têm que se pintar com argila branca e carvão, para ficarem com uma aparência selvagem, e na fase de isolamento recebem ensinamentos ministrados pelos anciãos da comunidade. Feita sem nenhuma anestesia ou cuidados higiênicos, essas circuncisões deixam os jovens propensos infecções. Ainda mais cruel, a circuncisão feminina consiste na remoção do clitóris, o que deixa a maioria delas incapaz de sentir prazer durante o sexo para o resto da vida. Caso as meninas se recusem a passar pelo rito são isoladas do resto da tribo.
8 A golpes de pedra. Também no noroeste da Austrália, a cultura da tribo dos Unambal considera que os rapazes, para se tornarem homens, devam passar pela circuncisão quando aparecem os primeiros sinais de pelos na face. Mas o método usado é terrivelmente primitivo: o órgão masculino é comprimido sobre uma rocha e o prepúcio é cortado a golpes, com o uso de uma pedra afiada. Graças a controles governamentais, a prática diminuiu nos últimos anos.
9 Bebês voadores. Todos os anos, na primeira semana de dezembro, no Estado de Karnataka, na Índia, acontece um ritual propiciatório particularmente terrificante. Os bebês nascidos no decorrer do ano são lançados do alto dos tetos dos templos, de alturas que superam os 30 metros. Embaixo, para acolhê-los, lençóis e colchas são segurados por parentes e amigos da criança. Segundo a tradição local, esse rito de passagem serve para trazer boa sorte e boa saúde aos recém-chegados. As autoridades indianas proibiram recentemente o rito devido à sua periculosidade, mas em muitas aldeias da região ele continua a ser praticado. O vídeo abaixo, particularmente inquietante, mostra como o rito dos “bebês voadores” acontece.
Vídeo: Bebês Voadores
10 Pelados sobre os touros. A cerimônia do salto sobre os touros é um rito de passagem da tribo Hamar, da Etiópia, ao final da qual considera-se que os jovens participantes entraram na idade adulta e podem formar um casal com a amada escolhida. Completamente nus, os meninos devem passar correndo e saltando sobre uma fila de touros colocados lado a lado. As moças, por seu lado, deixam-se açoitar por mulheres mais velhas.
11 Haja pancada. Rapazes da tribo nômade dos Fulani, na África ocidental (Mali e Níger), têm um rito de passagem muito doloroso para se tornar adultos: Eles lutam a golpes de chicotadas. Dois a dois, os rapazes se desafiam. Depois de escolher um bastão suficientemente robusto, o primeiro garoto investe contra o seu adversário e o golpeia o mais fortemente possível. A seguir, é a vez do seu adversário golpear, tomado pela mesma fúria. A multidão é quem decide quem é o vencedor, com base na força dos golpes e na resistência de quem os recebe.
12 Passeando com os mortos. Algumas populações do Madagascar, na África Oriental, costumam exumar periodicamente os corpos dos próprios mortos para mudar o sudário funerário que os envolve. Os cadáveres, antes de serem novamente sepultados, são levados em procissão durante dois dias seguidos, durante os quais os familiares dançam, bebem muito álcool e fazem a festa. Esse rito, chamado Famadihana, é repetido enquanto perdurar na tribo a memória do defunto.
13 Jantando com os mortos. Já os indígenas da tribo Toraja, uma população que vive nas montanhas da Indonésia, passam o ano inteiro com os próprios defuntos. No sentido literal da palavra. Depois de embalsamados com folmaldeído, os cadáveres permanecem na casa da família durante muitos anos. São simbolicamente nutridos, lavados e vestidos até que o processo de decomposição não esteja bem adiantado.
14 Sepultura no céu. Algumas populações do Tibete não enterram ou cremam os seus mortos. Os cadáveres são transportados para o alto de montanhas com a ajuda de bois iaques, em longas procissões capitaneadas por monges budistas. Lá no alto, os corpos são desmembrados e oferecidos aos abutres, considerados como reencarnações de anjos.
15 Creme de banana com vovó. Os Yanomamis, tribo que vive na Floresta Amazônica, não sepultam os próprios mortos. Eles os cremam e comem as suas cinzas misturadas a uma espécie de creme especial, feito à base de bananas amassadas. Na crença desses indígenas, esse ritual serve para liberar a alma do defunto e enviá-la ao mundo dos mortos. Foto: Odair Leal
16 As viúvas de dedos cortados. Não é fácil ser mulher entre os Dani, tribo que habita no interior da Papua e que ainda cultiva costumes antigos de mais de dez mil anos. Entre eles, quando as mulheres ficam viúvas ou perdem um parente próximo, devem passar por um rito impressionante: a amputação das falanges dos dedos das mãos. Isso acontece até mesmo quando elas são meninas. Hoje, a prática foi proibida pelas autoridades. Mas é comum se ver, nos povoados que ladeiam o Rio Baliem, mulheres com partes dos dedos amputados como a da foto. Os polegares, no entanto, nunca são cortados. Sem eles a mulher não conseguiria mais desempenhar nenhum trabalho, nem em casa nem no campo...
17 Ritos dos faquires. Enormes espadas trespassam as bochechas e os lábios desse jovem pertencente à comunidade chinesa de Phuket, na Tailândia. Mas ele não sangra e aparentemente não experimenta nenhuma dor: ele se encontra em estado de transe. É o momento culminante da Festa vegetariana, dedicado todos os outonos aos Nove Imperadores celestes. Com jejuns, sacrifícios, possessões e transes mediúnicos, essas divindades do panteão taoísta são invocadas durante nove dias seguidos para que tragam bênçãos e prosperidade. As pessoas, na ocasião, caminham sobre brasas ardentes ou sobre lâminas afiadas, sem demonstrar dor.
18. Drogados e enjaulados. Os garotos da tribo indígena Algonquim, no Canadá, eram levados para uma área separada do restante do povo, e eram enjaulados. Quando trancafiados, recebiam uma dose de uma substância chamada de wysoccan, altamente alucinógena e quase cem vezes mais forte que o LSD. A intenção do ritual era fazer com que os garotos esquecessem todas as suas lembranças da infância, para que pudessem se tornar homens. O problema do ritual é que a força da substância é tão grande que muitos garotos perdiam a memória da família e da própria identidade, e alguns até mesmo paravam de falar. Os garotos que mostravam que ainda lembravam coisas da sua infância eram levados para tomar o wysoccan novamente.
19. Festa da menina moça. Esta festa de iniciação é realizada pela tribo Tikuna, que vive na região norte da Amazônia. As garotas começam a participar da iniciação quando menstruam, e ficam durante 4 a 12 semanas em reclusão em um local construído na casa da família com este único propósito. Durante este período, acredita-se que a menina está no submundo, correndo perigo na presença de um demônio conhecido como Noo. Ao final do ritual, outras pessoas utilizam máscaras e se tornam reencarnações do demônio, e a garota fica durante dois dias com o corpo pintado de preto para se proteger do Noo. Na manhã do terceiro dia, ela pode sair da reclusão, e é levada por parentes para as festividades, em que dançam até o amanhecer. Neste momento, a garota recebe uma lança de fogo e deve jogá-la sobre o demônio. Depois disso, a tribo considera que a mulher pode entrar para a vida adulta com segurança. ATIVIDADE PROPOSTA:
Depois de ter acesso a tantas informações interessante chegou a hora de produzir. Para finalizar a aula faça uma pesquisa sobre Ritos Mortuários nas diferentes religiões. A turma será dividida em equipes e cada uma pesquisará sobre uma religião:
Islamismo,
Budismo,
Candomblé,
Xamanismo e
Cristianismo
Vocês deverão seguir os seguintes passos:
1) Procurar sites que falem sobre a religião indicada. 2) Indicar quais são os Ritos Mortuários utilizados pela religião escolhida. 3) Descobrir quais são os símbolos e seus significados no ritual funerário da religião pesquisada. 4) Formular slides explicativos sobre o material pesquisado para apresentar aos colegas das outras equipes.