A palavra trabalho deriva do latim
tripalium, objeto de três paus aguçados
utilizado na agricultura e também como
instrumento de tortura. Mas ao trabalho
associamos a transformação da natureza em
produtos ou serviços, portanto em elementos
de cultura.
O trabalho é, desse modo, o esforço realizado, e também a capacidade de reflexão, criação e coordenação. Ao longo da história, o trabalho assumiu múltiplas formas. Um importante pensador sobre esse assunto foi Karl Marx. Para esse autor, o trabalho, fruto da relação do homem com a natureza, e do homem com o próprio homem, é o que nos distingue dos animais e move a História. Mas o trabalho no mundo capitalista assumiu uma forma muito específica: o emprego assalariado. Como isso acontece? Quais as conseqüências desse modelo?
O trabalho é, desse modo, o esforço realizado, e também a capacidade de reflexão, criação e coordenação. Ao longo da história, o trabalho assumiu múltiplas formas. Um importante pensador sobre esse assunto foi Karl Marx. Para esse autor, o trabalho, fruto da relação do homem com a natureza, e do homem com o próprio homem, é o que nos distingue dos animais e move a História. Mas o trabalho no mundo capitalista assumiu uma forma muito específica: o emprego assalariado. Como isso acontece? Quais as conseqüências desse modelo?
Trabalho e salário
Nas sociedades europeias, depois da
Idade Média, a ideia do trabalho regular se
impõe aos poucos. É o início do Capitalismo.
Essa nova concepção vai além da atividade
agrícola marcada pelos ciclos da natureza.
À medida que se aprofundam as relações típicas da sociedade capitalista, ocorre
a valorização do capital, com a transformação de insumos em produtos, em mercadorias
e em lucros.
Os donos do capital se apropriam dos
meios de produção, o que significa que eles
compram, com salários, a força de trabalho
daqueles que passam a viver desse trabalho.
As longas jornadas são definidas pelo
capital e perdem a relação
natural com o movimento
da Terra, com as estações do ano ou clima.
O tempo pertence ao capital, que exige trabalho. As pequenas oficinas onde se produziam os artefatos vão perdendo espaço para o surgimento das fábricas. As guildas ou as corporações de ofício, que reuniam mestres e artesãos, começam a tomar a forma dos primeiros sindicatos.
Mas o que é essa novidade chamada “fábrica”? Fábrica é o lugar onde os trabalhadores eram reunidos para executar diferentes tarefas para produzir uma mercadoria. Das oficinas às fábricas chega-se à manufatura, e logo aos sistemas de máquinas, à automação, às grandes fábricas capazes de produzir algo complexo do seu início até a operação final sob o comando do capitalista, representado pelo capataz ou feitor.
É o longo processo da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVII Ao surgimento da fábrica, corresponde o aparecimento dos sindicatos em defesa dos interesses da classe trabalhadora e em busca pela justiça na produção capitalista.
O tempo pertence ao capital, que exige trabalho. As pequenas oficinas onde se produziam os artefatos vão perdendo espaço para o surgimento das fábricas. As guildas ou as corporações de ofício, que reuniam mestres e artesãos, começam a tomar a forma dos primeiros sindicatos.
Mas o que é essa novidade chamada “fábrica”? Fábrica é o lugar onde os trabalhadores eram reunidos para executar diferentes tarefas para produzir uma mercadoria. Das oficinas às fábricas chega-se à manufatura, e logo aos sistemas de máquinas, à automação, às grandes fábricas capazes de produzir algo complexo do seu início até a operação final sob o comando do capitalista, representado pelo capataz ou feitor.
É o longo processo da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVII Ao surgimento da fábrica, corresponde o aparecimento dos sindicatos em defesa dos interesses da classe trabalhadora e em busca pela justiça na produção capitalista.
Trabalho e emprego
Para que os trabalhadores vendessem
seu trabalho em troca de salário, foi preciso
destruir formas autônomas de sobrevivência,
criar leis que obrigassem pessoas
livres a trabalhar, reprimir todos aqueles
vistos pela elite dominante como vagabundos
e indignos.
Desse modo, o trabalho no mundo capitalista ganhou cada vez mais a forma de emprego assalariado e sua ausência recebeu o nome de desemprego.
As palavras emprego e desemprego só passam a ter existência no vocabulário europeu a partir do final do século XIX.
Até então, aqueles que conseguiam prover a própria existência eram identificados como trabalhadores (no sentido genérico), ou como profissionais pertencentes a alguma “corporação” de ofício (com sua estrutura de mestres, oficiais e respectivos liceus de artes e ofícios). Já os que não alcançavam tal intento, necessitando de algum tipo de assistência ou perambulando pelas ruas em busca de alimento, eram rigorosamente identificados e tratados pelas leis da época como pobres, vagabundos, incapazes, inválidos ou vadios.
Pouco a pouco se separam dois grupos de pobres: de um lado, aqueles sem vínculos com o mundo do trabalho ou com vínculos esporádicos e intermitentes; ficavam à mercê da assistência social ou da caridade; de outro, os pobres trabalhadores regulares que podiam encontrar-se temporariamente sem trabalho. Identificados como desempregados, nesse caso, terão acesso aos direitos sociais – indenização, seguro-desemprego, assistência médica etc. – garantidos pelo Estado.
Desse modo, o trabalho no mundo capitalista ganhou cada vez mais a forma de emprego assalariado e sua ausência recebeu o nome de desemprego.
As palavras emprego e desemprego só passam a ter existência no vocabulário europeu a partir do final do século XIX.
Até então, aqueles que conseguiam prover a própria existência eram identificados como trabalhadores (no sentido genérico), ou como profissionais pertencentes a alguma “corporação” de ofício (com sua estrutura de mestres, oficiais e respectivos liceus de artes e ofícios). Já os que não alcançavam tal intento, necessitando de algum tipo de assistência ou perambulando pelas ruas em busca de alimento, eram rigorosamente identificados e tratados pelas leis da época como pobres, vagabundos, incapazes, inválidos ou vadios.
Pouco a pouco se separam dois grupos de pobres: de um lado, aqueles sem vínculos com o mundo do trabalho ou com vínculos esporádicos e intermitentes; ficavam à mercê da assistência social ou da caridade; de outro, os pobres trabalhadores regulares que podiam encontrar-se temporariamente sem trabalho. Identificados como desempregados, nesse caso, terão acesso aos direitos sociais – indenização, seguro-desemprego, assistência médica etc. – garantidos pelo Estado.
Produção e consumo
Se parte dos trabalhadores foi forçada
a entrar na relação de trabalho assalariada,
não foi sem resistência que os trabalhadores
nela permaneceram. Assim, empresas e
estados precisaram construir estratégias
para controlar os trabalhadores e assegurar
a produção e o consumo das mercadorias.
De nada adiantaria produzir se não
fosse possível vender, e nas primeiras décadas
do século XX, constrói-se um modelo
de organização do trabalho conhecido
como taylorismo-fordismo.
Em primeiro lugar emerge o taylorismo: cada movimento do trabalhador será rigorosamente controlado por uma gerência que o vigia permanentemente. O fordismo acentua essas mudanças por meio da linha de montagem: a cada trabalhador caberia apenas uma tarefa, a ser executada em seu posto de trabalho, em um tempo determinado, por exemplo, enquanto a esteira rolante passa. Não sem razão, o movimento operário vai posicionar-se fortemente contrário a essa intensa disciplina.
O fordismo está associado a uma nova dinâmica do modo capitalista: produção em quantidade, custos baixos, grandes fábricas que produzem tudo. Começam os tempos da produção e do consumo em massa. Tal dinâmica predominará no século XX, particularmente entre a Segunda Guerra Mundial e meados dos anos 1970, nos países desenvolvidos.
Grande parte desses países viverá um período marcado pelo crescimento econômico: emprego e direitos sociais garantidos aos trabalhadores, aumentando a renda e o consumo nas diversas classes sociais.
Adolescentes e jovens pobres conseguem utilizar parte de sua renda para consumo próprio, contribuindo para a construção de mercado e cultura juvenis. Alguns fatores – ampliação da escolaridade obrigatória para oito anos e novos padrões de comportamento, incluindo menor autoridade e controle paternos, além de maior disponibilidade de renda para consumo – foram fundamentais para que a categoria juventude ganhasse força, expandindo-se para além dos jovens estudantes das classes média e alta, bem como dos considerados “delinquentes”.
Vários pesquisadores chamam atenção para o aparecimento dos grupos juvenis reunidos em torno da diversão e do consumo, com estilos próprios de vestuário e comportamento, e também para manifestações juvenis contrárias à própria sociedade de consumo.
Crise no Trabalho
Parte considerável das mudanças no mundo do trabalho toma corpo a partir da segunda metade dos anos 1960. Elas estão relacionadas com a crise financeira norte-americana do período; a relativa saturação do mercado consumidor nos países centrais; a elevação dos preços do petróleo nos anos 1970; as lutas operárias contra o trabalho repetitivo das fábricas; o sucesso crescente da indústria japonesa na competição internacional.
Ao aprofundar-se a crítica ao padrão taylorista-fordista, novos modelos ganham espaço: por um lado, os grupos semiautônomos adotados principalmente por fábricas suecas como a Volvo, daí o nome “volvoísmo”, por outro, o modelo da indústria japonesa, particularmente nas fábricas da Toyota (“modelo japonês” e “toyotismo”): equipes flexíveis e polivalentes.
Para quem está inserido no mundo do trabalho, algo mudou: a rotina das fábricas não é tão rígida; a chefia por vezes deixa a opressão ostensiva; o trabalho daqueles que lidam com a produção industrial é menos mecânico; o objeto e a ferramenta distanciam-se das mãos do trabalhador, que lida agora com o monitoramento de símbolos e mensagens dos sistemas computadorizados; a disputa é mais intensa, a qualificação profissional surge como uma exigência maior e a educação formal transforma-se em critério de seleção. O Brasil revela, no entanto, que essas mudanças não são uniformes. Hoje, convivemos com um trabalho que se aproxima da escravidão, e trabalho extremamente qualificado, entre os tempos de suor e graxa e uma nova “era do conhecimento” que não chegou aos quatro cantos do planeta.
O emprego estável, o vínculo duradouro, a carreira realizada em um percurso de um ou de poucos empregos, parece inexistir para a maior parte da população. A identidade com o empregador e com a própria profissão parecem situações de uma época que já se foi. O desemprego atinge patamares elevadíssimos em todo o mundo, que parecem não ceder.
As diferentes situações convivem conjuntamente, ou seja, uma minoria com emprego estável e direitos garantidos, muitos desempregados e outros que vão em busca de alternativas. O trabalho passa a ser criação própria para alguns (auto-emprego, cooperativas), ou retoma sua condição de “fora-da-lei”, com oficinas clandestinas, profusão de produtos denominados “piratas”, ou imensa rede de atividades ilegais como opção de acesso a alguma renda. É a paradoxal economia “informal” que movimenta cifras grandiosas, ocupa milhões de trabalhadores expulsos da agricultura e da indústria.
Como é possível falar de trabalho assalariado no país em que a escravidão foi a forma de trabalho dominante até o final do século XIX? A rigor, no Brasil, a relação assalariada não se generaliza como nos países centrais. O período pós-abolição da escravidão é marcado pela política de ampla imigração de trabalhadores que fugiam da crise em seus países de origem: italianos, espanhóis, japoneses, alemães e tantos outros, para o labor das fazendas, incipientes oficinas e fábricas, ou ainda para os serviços na cidade.
Com os imigrantes surgem as primeiras sociedades de socorro mútuo de trabalhadores, os primeiros sindicatos e confederações, as primeiras greves gerais, de 1907 e 1917. A crise social que se desenrola ao longo das três primeiras décadas do século XX é decorrente de diferentes modelos econômicos pretendidos, a vocação agrícola contra o sonho industrial.
Desenvolvimento da indústria no Brasil
Em primeiro lugar emerge o taylorismo: cada movimento do trabalhador será rigorosamente controlado por uma gerência que o vigia permanentemente. O fordismo acentua essas mudanças por meio da linha de montagem: a cada trabalhador caberia apenas uma tarefa, a ser executada em seu posto de trabalho, em um tempo determinado, por exemplo, enquanto a esteira rolante passa. Não sem razão, o movimento operário vai posicionar-se fortemente contrário a essa intensa disciplina.
O fordismo está associado a uma nova dinâmica do modo capitalista: produção em quantidade, custos baixos, grandes fábricas que produzem tudo. Começam os tempos da produção e do consumo em massa. Tal dinâmica predominará no século XX, particularmente entre a Segunda Guerra Mundial e meados dos anos 1970, nos países desenvolvidos.
Grande parte desses países viverá um período marcado pelo crescimento econômico: emprego e direitos sociais garantidos aos trabalhadores, aumentando a renda e o consumo nas diversas classes sociais.
Adolescentes e jovens pobres conseguem utilizar parte de sua renda para consumo próprio, contribuindo para a construção de mercado e cultura juvenis. Alguns fatores – ampliação da escolaridade obrigatória para oito anos e novos padrões de comportamento, incluindo menor autoridade e controle paternos, além de maior disponibilidade de renda para consumo – foram fundamentais para que a categoria juventude ganhasse força, expandindo-se para além dos jovens estudantes das classes média e alta, bem como dos considerados “delinquentes”.
Vários pesquisadores chamam atenção para o aparecimento dos grupos juvenis reunidos em torno da diversão e do consumo, com estilos próprios de vestuário e comportamento, e também para manifestações juvenis contrárias à própria sociedade de consumo.
Crise no Trabalho
Parte considerável das mudanças no mundo do trabalho toma corpo a partir da segunda metade dos anos 1960. Elas estão relacionadas com a crise financeira norte-americana do período; a relativa saturação do mercado consumidor nos países centrais; a elevação dos preços do petróleo nos anos 1970; as lutas operárias contra o trabalho repetitivo das fábricas; o sucesso crescente da indústria japonesa na competição internacional.
Ao aprofundar-se a crítica ao padrão taylorista-fordista, novos modelos ganham espaço: por um lado, os grupos semiautônomos adotados principalmente por fábricas suecas como a Volvo, daí o nome “volvoísmo”, por outro, o modelo da indústria japonesa, particularmente nas fábricas da Toyota (“modelo japonês” e “toyotismo”): equipes flexíveis e polivalentes.
Para quem está inserido no mundo do trabalho, algo mudou: a rotina das fábricas não é tão rígida; a chefia por vezes deixa a opressão ostensiva; o trabalho daqueles que lidam com a produção industrial é menos mecânico; o objeto e a ferramenta distanciam-se das mãos do trabalhador, que lida agora com o monitoramento de símbolos e mensagens dos sistemas computadorizados; a disputa é mais intensa, a qualificação profissional surge como uma exigência maior e a educação formal transforma-se em critério de seleção. O Brasil revela, no entanto, que essas mudanças não são uniformes. Hoje, convivemos com um trabalho que se aproxima da escravidão, e trabalho extremamente qualificado, entre os tempos de suor e graxa e uma nova “era do conhecimento” que não chegou aos quatro cantos do planeta.
O emprego estável, o vínculo duradouro, a carreira realizada em um percurso de um ou de poucos empregos, parece inexistir para a maior parte da população. A identidade com o empregador e com a própria profissão parecem situações de uma época que já se foi. O desemprego atinge patamares elevadíssimos em todo o mundo, que parecem não ceder.
As diferentes situações convivem conjuntamente, ou seja, uma minoria com emprego estável e direitos garantidos, muitos desempregados e outros que vão em busca de alternativas. O trabalho passa a ser criação própria para alguns (auto-emprego, cooperativas), ou retoma sua condição de “fora-da-lei”, com oficinas clandestinas, profusão de produtos denominados “piratas”, ou imensa rede de atividades ilegais como opção de acesso a alguma renda. É a paradoxal economia “informal” que movimenta cifras grandiosas, ocupa milhões de trabalhadores expulsos da agricultura e da indústria.
Como é possível falar de trabalho assalariado no país em que a escravidão foi a forma de trabalho dominante até o final do século XIX? A rigor, no Brasil, a relação assalariada não se generaliza como nos países centrais. O período pós-abolição da escravidão é marcado pela política de ampla imigração de trabalhadores que fugiam da crise em seus países de origem: italianos, espanhóis, japoneses, alemães e tantos outros, para o labor das fazendas, incipientes oficinas e fábricas, ou ainda para os serviços na cidade.
Com os imigrantes surgem as primeiras sociedades de socorro mútuo de trabalhadores, os primeiros sindicatos e confederações, as primeiras greves gerais, de 1907 e 1917. A crise social que se desenrola ao longo das três primeiras décadas do século XX é decorrente de diferentes modelos econômicos pretendidos, a vocação agrícola contra o sonho industrial.
Desenvolvimento da indústria no Brasil
A chegada de Getúlio Vargas ao poder executivo significa uma ruptura com o período precedente: apesar das condições de tutela impostas à organização sindical, entre as décadas de 1930 e 1940, contraditoriamente, o país passa a contar com uma legislação trabalhista – parte dela ainda hoje em vigor na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Começava a era do emprego formal, da carteira de trabalho assinada e da previdência social, incorporando massas de trabalhadores integradas ao processo de industrialização, que ganha impulso após a Segunda Guerra Mundial. Dos anos 1940 aos anos 1980, o Brasil cresce intensamente, e as migrações, agora internas, suprem a necessidade de trabalhadores de uma indústria que não pára de se expandir.
É o momento das grandes siderúrgicas, da indústria automobilística, da petroquímica e dos mais diversos setores produtivos que substituem a incipiente base fabril do início do século XX (produtos têxteis ou bens de consumo).
Distribuição de renda e crise
O perfil e a trajetória histórica da distribuição de renda no Brasil certamente limitam a capacidade de consumo, e, por conseguinte, a aquisição de bens e serviços pelo cidadão comum. Embora apresente uma das maiores populações do planeta, a renda vergonhosamente concentrada é uma imensa barreira ao crescimento econômico, por causa da reduzida demanda familiar.
Se o trabalho caracterizado pelo emprego formal era fonte de direitos e caminho seguro de acesso à renda e, portanto, ao consumo, os “bicos” ou o não-trabalho associados ao desemprego são portas fechadas nesse caminho. No final do século XX, despreparado, o país abre as portas e é inundado pelas importações.
Somem-se a isso a crise fiscal do Estado, incapaz de sustentar investimentos com a subtração dos juros da dívida, e a reestruturação das empresas em busca de novas condições para competir. O resultado é o desaparecimento de milhões de empregos na economia brasileira, especialmente na indústria. A sensação predominante é de insegurança. A carteira de trabalho assinada passa a ser um sonho, objeto de desejo e de veneração.
Agora, é o chamado mercado informal que dá as cartas, um trabalho incerto e inseguro, literalmente temporário. Não é ainda o fim dos empregos, mas é o tempo do desemprego como epidemia social e econômica. Esse desemprego não atinge igualmente a todos os indivíduos. Ele toca, principalmente, as mulheres, os afrodescendentes, os jovens.
Ao longo dos anos 1990, os jovens passam a encontrar cada vez mais dificuldades para ingressar e permanecer no mercado de trabalho: houve diminuição do número de jovens ocupados e da sua participação na população ocupada. Para além dos números, o desemprego juvenil provoca outros debates.
Algumas pesquisas tornam evidente que o trabalho dos jovens (sobretudo das mulheres) é fundamental para a construção da autonomia e da condição juvenil; a possibilidade de consumo é um meio de construção das identidades. Mas nos tempos bicudos do desemprego começa-se a questionar se os jovens não deveriam apenas estudar. Mas muitos jovens, mesmo os mais pobres, começam a reclamar pelo direito à escolha, pelo direito à educação e também ao trabalho.
Texto original: Maria Carla Corrochano e Luis Paulo Bresciani.
ATIVIDADE PROPOSTA:
ATIVIDADE EXTRA:
O nível de desemprego em diversos países tem levado à discussão a redução da jornada de trabalho (RJT) sem alteração de salários. A mobilização sindical acredita que a medida será capaz de preservar e criar empregos. No Brasil, existe uma realidade de extremos. Enquanto muitos estão desempregados, tantos outros enfrentam exaustivas jornadas de trabalho.
A redução poderia alavancar a economia levando à melhoria do mercado de trabalho, possibilitando, além de novas vagas, diminuição do desemprego, da informalidade, aumento da massa salarial e rendimento e, consequentemente, o crescimento do consumo. Este, por sua vez, levaria ao aumento da produção, o que completaria o círculo virtuoso.
Antes da existência da legislação trabalhista os empregados eram explorados, os salários eram muito baixos e as jornadas de trabalho muito longas. No entanto, à medida que a classe trabalhadora se organizou e conquistou avanços nas condições de trabalho, os trabalhadores passaram a ter suas conquistas garantidas por leis que limitam a jornada.
A proposta de Redações é com o tema no qual exponha suas ideais e opiniões sobre "A redução da jornada de trabalho pode gerar demissões?"
O nível de desemprego em diversos países tem levado à discussão a redução da jornada de trabalho (RJT) sem alteração de salários. A mobilização sindical acredita que a medida será capaz de preservar e criar empregos. No Brasil, existe uma realidade de extremos. Enquanto muitos estão desempregados, tantos outros enfrentam exaustivas jornadas de trabalho.
A redução poderia alavancar a economia levando à melhoria do mercado de trabalho, possibilitando, além de novas vagas, diminuição do desemprego, da informalidade, aumento da massa salarial e rendimento e, consequentemente, o crescimento do consumo. Este, por sua vez, levaria ao aumento da produção, o que completaria o círculo virtuoso.
Antes da existência da legislação trabalhista os empregados eram explorados, os salários eram muito baixos e as jornadas de trabalho muito longas. No entanto, à medida que a classe trabalhadora se organizou e conquistou avanços nas condições de trabalho, os trabalhadores passaram a ter suas conquistas garantidas por leis que limitam a jornada.
fonte: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/09_cd_al.pdf