segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Mundo do trabalho: Contexto e sentido

Resultado de imagem para crise no trabalhoA palavra trabalho deriva do latim tripalium, objeto de três paus aguçados utilizado na agricultura e também como instrumento de tortura. Mas ao trabalho associamos a transformação da natureza em produtos ou serviços, portanto em elementos de cultura.

O trabalho é, desse modo, o esforço realizado, e também a capacidade de reflexão, criação e coordenação. Ao longo da história, o trabalho assumiu múltiplas formas. Um importante pensador sobre esse assunto foi Karl Marx. Para esse autor, o trabalho, fruto da relação do homem com a natureza, e do homem com o próprio homem, é o que nos distingue dos animais e move a História. Mas o trabalho no mundo capitalista assumiu uma forma muito específica: o emprego assalariado. Como isso acontece? Quais as conseqüências desse modelo? 

Trabalho e salário 

Nas sociedades europeias, depois da Idade Média, a ideia do trabalho regular se impõe aos poucos. É o início do Capitalismo. Essa nova concepção vai além da atividade agrícola marcada pelos ciclos da natureza.

Resultado de imagem para crise no trabalhoÀ medida que se aprofundam as relações típicas da sociedade capitalista, ocorre a valorização do capital, com a transformação de insumos em produtos, em mercadorias e em lucros. Os donos do capital se apropriam dos meios de produção, o que significa que eles compram, com salários, a força de trabalho daqueles que passam a viver desse trabalho. As longas jornadas são definidas pelo capital e perdem a relação natural com o movimento da Terra, com as estações do ano ou clima.

O tempo pertence ao capital, que exige trabalho. As pequenas oficinas onde se produziam os artefatos vão perdendo espaço para o surgimento das fábricas. As guildas ou as corporações de ofício, que reuniam mestres e artesãos, começam a tomar a forma dos primeiros sindicatos.

Mas o que é essa novidade chamada “fábrica”? Fábrica é o lugar onde os trabalhadores eram reunidos para executar diferentes tarefas para produzir uma mercadoria. Das oficinas às fábricas chega-se à manufatura, e logo aos sistemas de máquinas, à automação, às grandes fábricas capazes de produzir algo complexo do seu início até a operação final sob o comando do capitalista, representado pelo capataz ou feitor.

É o longo processo da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no século XVII Ao surgimento da fábrica, corresponde o aparecimento dos sindicatos em defesa dos interesses da classe trabalhadora e em busca pela justiça na produção capitalista.

Trabalho e emprego

Para que os trabalhadores vendessem seu trabalho em troca de salário, foi preciso destruir formas autônomas de sobrevivência, criar leis que obrigassem pessoas livres a trabalhar, reprimir todos aqueles vistos pela elite dominante como vagabundos e indignos.

Resultado de imagem para crise no trabalhoDesse modo, o trabalho no mundo capitalista ganhou cada vez mais a forma de emprego assalariado e sua ausência recebeu o nome de desemprego.
As palavras emprego e desemprego só passam a ter existência no vocabulário europeu a partir do final do século XIX.

Até então, aqueles que conseguiam prover a própria existência eram identificados como trabalhadores (no sentido genérico), ou como profissionais pertencentes a alguma “corporação” de ofício (com sua estrutura de mestres, oficiais e respectivos liceus de artes e ofícios). Já os que não alcançavam tal intento, necessitando de algum tipo de assistência ou perambulando pelas ruas em busca de alimento, eram rigorosamente identificados e tratados pelas leis da época como pobres, vagabundos, incapazes, inválidos ou vadios.

Pouco a pouco se separam dois grupos de pobres: de um lado, aqueles sem vínculos com o mundo do trabalho ou com vínculos esporádicos e intermitentes; ficavam à mercê da assistência social ou da caridade; de outro, os pobres trabalhadores regulares que podiam encontrar-se temporariamente sem trabalho. Identificados como desempregados, nesse caso, terão acesso aos direitos sociais – indenização, seguro-desemprego, assistência médica etc. – garantidos pelo Estado.

Produção e consumo 

Resultado de imagem para crise no trabalhoSe parte dos trabalhadores foi forçada a entrar na relação de trabalho assalariada, não foi sem resistência que os trabalhadores nela permaneceram. Assim, empresas e estados precisaram construir estratégias para controlar os trabalhadores e assegurar a produção e o consumo das mercadorias. De nada adiantaria produzir se não fosse possível vender, e nas primeiras décadas do século XX, constrói-se um modelo de organização do trabalho conhecido como taylorismo-fordismo.

Em primeiro lugar emerge o taylorismo: cada movimento do trabalhador será rigorosamente controlado por uma gerência que o vigia permanentemente. O fordismo acentua essas mudanças por meio da linha de montagem: a cada trabalhador caberia apenas uma tarefa, a ser executada em seu posto de trabalho, em um tempo determinado, por exemplo, enquanto a esteira rolante passa. Não sem razão, o movimento operário vai posicionar-se fortemente contrário a essa intensa disciplina.

O fordismo está associado a uma nova dinâmica do modo capitalista: produção em quantidade, custos baixos, grandes fábricas que produzem tudo. Começam os tempos da produção e do consumo em massa. Tal dinâmica predominará no século XX, particularmente entre a Segunda Guerra Mundial e meados dos anos 1970, nos países desenvolvidos.

Grande parte desses países viverá um período marcado pelo crescimento econômico: emprego e direitos sociais garantidos aos trabalhadores, aumentando a renda e o consumo nas diversas classes sociais.

Adolescentes e jovens pobres conseguem utilizar parte de sua renda para consumo próprio, contribuindo para a construção de mercado e cultura juvenis. Alguns fatores – ampliação da escolaridade obrigatória para oito anos e novos padrões de comportamento, incluindo menor autoridade e controle paternos, além de maior disponibilidade de renda para consumo – foram fundamentais para que a categoria juventude ganhasse força, expandindo-se para além dos jovens estudantes das classes média e alta, bem como dos considerados “delinquentes”.

Vários pesquisadores chamam atenção para o aparecimento dos grupos juvenis reunidos em torno da diversão e do consumo, com estilos próprios de vestuário e comportamento, e também para manifestações juvenis contrárias à própria sociedade de consumo.

Crise no Trabalho

Resultado de imagem para crise no trabalhoParte considerável das mudanças no mundo do trabalho toma corpo a partir da segunda metade dos anos 1960. Elas estão relacionadas com a crise financeira norte-americana do período; a relativa saturação do mercado consumidor nos países centrais; a elevação dos preços do petróleo nos anos 1970; as lutas operárias contra o trabalho repetitivo das fábricas; o sucesso crescente da indústria japonesa na competição internacional.

Ao aprofundar-se a crítica ao padrão taylorista-fordista, novos modelos ganham espaço: por um lado, os grupos semiautônomos adotados principalmente por fábricas suecas como a Volvo, daí o nome “volvoísmo”, por outro, o modelo da indústria japonesa, particularmente nas fábricas da Toyota (“modelo japonês” e “toyotismo”): equipes flexíveis e polivalentes.

Para quem está inserido no mundo do trabalho, algo mudou: a rotina das fábricas não é tão rígida; a chefia por vezes deixa a opressão ostensiva; o trabalho daqueles que lidam com a produção industrial é menos mecânico; o objeto e a ferramenta distanciam-se das mãos do trabalhador, que lida agora com o monitoramento de símbolos e mensagens dos sistemas computadorizados; a disputa é mais intensa, a qualificação profissional surge como uma exigência maior e a educação formal transforma-se em critério de seleção. O Brasil revela, no entanto, que essas mudanças não são uniformes. Hoje, convivemos com um trabalho que se aproxima da escravidão, e trabalho extremamente qualificado, entre os tempos de suor e graxa e uma nova “era do conhecimento” que não chegou aos quatro cantos do planeta.

O emprego estável, o vínculo duradouro, a carreira realizada em um percurso de um ou de poucos empregos, parece inexistir para a maior parte da população. A identidade com o empregador e com a própria profissão parecem situações de uma época que já se foi. O desemprego atinge patamares elevadíssimos em todo o mundo, que parecem não ceder.

As diferentes situações convivem conjuntamente, ou seja, uma minoria com emprego estável e direitos garantidos, muitos desempregados e outros que vão em busca de alternativas. O trabalho passa a ser criação própria para alguns (auto-emprego, cooperativas), ou retoma sua condição de “fora-da-lei”, com oficinas clandestinas, profusão de produtos denominados “piratas”, ou imensa rede de atividades ilegais como opção de acesso a alguma renda. É a paradoxal economia “informal” que movimenta cifras grandiosas, ocupa milhões de trabalhadores expulsos da agricultura e da indústria.

Como é possível falar de trabalho assalariado no país em que a escravidão foi a forma de trabalho dominante até o final do século XIX? A rigor, no Brasil, a relação assalariada não se generaliza como nos países centrais. O período pós-abolição da escravidão é marcado pela política de ampla imigração de trabalhadores que fugiam da crise em seus países de origem: italianos, espanhóis, japoneses, alemães e tantos outros, para o labor das fazendas, incipientes oficinas e fábricas, ou ainda para os serviços na cidade.

Com os imigrantes surgem as primeiras sociedades de socorro mútuo de trabalhadores, os primeiros sindicatos e confederações, as primeiras greves gerais, de 1907 e 1917. A crise social que se desenrola ao longo das três primeiras décadas do século XX é decorrente de diferentes modelos econômicos pretendidos, a vocação agrícola contra o sonho industrial.

Desenvolvimento da indústria no Brasil


A chegada de Getúlio Vargas ao poder executivo significa uma ruptura com o período precedente: apesar das condições de tutela impostas à organização sindical, entre as décadas de 1930 e 1940, contraditoriamente, o país passa a contar com uma legislação trabalhista – parte dela ainda hoje em vigor na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Começava a era do emprego formal, da carteira de trabalho assinada e da previdência social, incorporando massas de trabalhadores integradas ao processo de industrialização, que ganha impulso após a Segunda Guerra Mundial. Dos anos 1940 aos anos 1980, o Brasil cresce intensamente, e as migrações, agora internas, suprem a necessidade de trabalhadores de uma indústria que não pára de se expandir.

É o momento das grandes siderúrgicas, da indústria automobilística, da petroquímica e dos mais diversos setores produtivos que substituem a incipiente base fabril do início do século XX (produtos têxteis ou bens de consumo).

Distribuição de renda e crise

Resultado de imagem para crise no trabalhoO perfil e a trajetória histórica da distribuição de renda no Brasil certamente limitam a capacidade de consumo, e, por conseguinte, a aquisição de bens e serviços pelo cidadão comum. Embora apresente uma das maiores populações do planeta, a renda vergonhosamente concentrada é uma imensa barreira ao crescimento econômico, por causa da reduzida demanda familiar.

Se o trabalho caracterizado pelo emprego formal era fonte de direitos e caminho seguro de acesso à renda e, portanto, ao consumo, os “bicos” ou o não-trabalho associados ao desemprego são portas fechadas nesse caminho. No final do século XX, despreparado, o país abre as portas e é inundado pelas importações.

Somem-se a isso a crise fiscal do Estado, incapaz de sustentar investimentos com a subtração dos juros da dívida, e a reestruturação das empresas em busca de novas condições para competir. O resultado é o desaparecimento de milhões de empregos na economia brasileira, especialmente na indústria. A sensação predominante é de insegurança. A carteira de trabalho assinada passa a ser um sonho, objeto de desejo e de veneração.

Agora, é o chamado mercado informal que dá as cartas, um trabalho incerto e inseguro, literalmente temporário. Não é ainda o fim dos empregos, mas é o tempo do desemprego como epidemia social e econômica. Esse desemprego não atinge igualmente a todos os indivíduos. Ele toca, principalmente, as mulheres, os afrodescendentes, os jovens.

Ao longo dos anos 1990, os jovens passam a encontrar cada vez mais dificuldades para ingressar e permanecer no mercado de trabalho: houve diminuição do número de jovens ocupados e da sua participação na população ocupada. Para além dos números, o desemprego juvenil provoca outros debates.

Algumas pesquisas tornam evidente que o trabalho dos jovens (sobretudo das mulheres) é fundamental para a construção da autonomia e da condição juvenil; a possibilidade de consumo é um meio de construção das identidades. Mas nos tempos bicudos do desemprego começa-se a questionar se os jovens não deveriam apenas estudar. Mas muitos jovens, mesmo os mais pobres, começam a reclamar pelo direito à escolha, pelo direito à educação e também ao trabalho.

Texto original: Maria Carla Corrochano e Luis Paulo Bresciani.

    ATIVIDADE PROPOSTA: 



ATIVIDADE EXTRA:

O nível de desemprego em diversos países tem levado à discussão a redução da jornada de trabalho (RJT) sem alteração de salários. A mobilização sindical acredita que a medida será capaz de preservar e criar empregos. No Brasil, existe uma realidade de extremos. Enquanto muitos estão desempregados, tantos outros enfrentam exaustivas jornadas de trabalho.

A redução poderia alavancar a economia levando à melhoria do mercado de trabalho, possibilitando, além de novas vagas, diminuição do desemprego, da informalidade, aumento da massa salarial e rendimento e, consequentemente, o crescimento do consumo. Este, por sua vez, levaria ao aumento da produção, o que completaria o círculo virtuoso.

Antes da existência da legislação trabalhista os empregados eram explorados, os salários eram muito baixos e as jornadas de trabalho muito longas. No entanto, à medida que a classe trabalhadora se organizou e conquistou avanços nas condições de trabalho, os trabalhadores passaram a ter suas conquistas garantidas por leis que limitam a jornada.

A proposta de Redações é com o tema no qual exponha suas ideais e opiniões sobre "A redução da jornada de trabalho pode gerar demissões?"

fonte: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/09_cd_al.pdf

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Para quem não tem experiência

Resultado de imagem para primeiro empregoPesquisas divulgadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE, sobre emprego e desemprego, denunciam que os jovens representam 45,5% dos desempregados, quase metade de todos os desempregados do país. Segundo o DIEESE, dos 3,2 milhões de desempregados pesquisados nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife e Distrito Federal, 1,5 milhão são jovens de até 24 anos. 

A população economicamente ativa com mais de 16 anos é minoria entre os que conquistaram um posto de trabalho. A fase mais crítica compreende o período entre os 16 e os 24 anos. Justamente porque é esta a fase da vida que coincide com a conclusão de uma formação e a busca de uma vaga no mercado de trabalho. Sabemos que a necessidade de uma colocação no mercado de trabalho, muitas vezes, atrapalha e desestimula a continuidade dos estudos, ampliando os números da evasão escolar. 

Resultado de imagem para primeiro empregoNeste sentido, a pesquisa demonstra que os jovens trabalham com uma carga horária acima do limite legal, colaborando para o afastamento dos bancos escolares. Além do que, o rendimento recebido pelos jovens varia entre um e dois salários mínimos. 

A falta de uma perspectiva profissional para os milhares de jovens brasileiros é um fator preponderante de desagregação social e de aumento da criminalidade. Baseados nestes dados, concluímos que é preciso fomentar a economia brasileira e gerar os empregos de que o país precisa. Um dos maiores especialistas em desemprego do país, Márcio Pochmann, em uma entrevista dada em 2000, já alertava sobre o assunto dizendo o seguinte: “Como há pessoas disponíveis e não há vagas para serem ocupadas, isso gera um acirramento da competição no interior do mercado de trabalho. 

Os postos de trabalho que eram tradicionalmente ocupados pelos jovens estão sendo hoje ocupados por adultos. É por isso que as empresas dizem que o jovem não tem preparação.” No mundo inteiro, hoje, temos o maior número de adolescentes de toda a história da humanidade. Por isso, precisamos investir nos jovens, promover o seu desenvolvimento, criar perspectivas favoráveis para o seu futuro e apoiar sua participação integral na sociedade.

ATIVIDADE PROPOSTA 1:

Após ler o texto realize a atividade abaixo. Para resolvê-la leia as orientações com atenção. Não esqueça de colocar seu nome completo na atividade. Ao terminar click em “Finish” (finalizar). Depois selecione “Enviar as minhas respostas ao professor” e mandar para o
e-mail: angela.boscardin@gmail.com

Veja na foto abaixo como fazer:

 ATIVIDADE PROPOSTA 2:

ATIVIDADE PROPOSTA 3:

Resultado de imagem para primeiro emprego
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema As dificuldades dos jovens de ingressarem no mercado de trabalho, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
fonte: http://blog.mundoedu.com.br/proposta-de-redacao-4-jovem-mercado-de-trabalho/
http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/lista/quais-as-condicoes-necessarias-para-se-atingir-o-sucesso-profissional.jhtm
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/06_cd_al.pdf

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Eles trabalham feito cavalos

Resultado de imagem para CATADORES DE LIXO desenhoO desemprego e a fartura de lixo nas grandes cidades fizeram surgir uma categoria de trabalhadores que não pára de crescer: a dos moradores de rua que sobrevivem catando lixo reciclável com a ajuda de uma carroça. Quase sempre é assim: quando conseguem se estruturar um pouco, pagam 40 reais por um eixo de automóvel no ferro-velho, montam uma carroça e passam a viver do que conseguem apurar na venda do material. Na cidade de São Paulo, a população de rua mais que dobrou em dez anos: em 1993, de acordo com a Secretaria de Assistência Social, era de 4.549 pessoas e em 2003 pulou para 10.300, sendo que 3.200 delas viviam de catar lixo. Grande parte trabalha com carroças. A coordenadoria do Programa de Coleta Coletiva Solidária de São Paulo calcula que existam de 6.000 a 9.000 catadores nas áreas que englobam as 31 subprefeituras da cidade. Conflitos familiares, alcoolismo e desemprego são as principais causas desse aumento.

Concorrência acirrada 

Para os catadores, comprar uma carro- ça é o primeiro passo para reorganizar a vida e recuperar dignidade. Além disso, esse trabalho gera benefícios para a cidade. “Nossa atividade deveria ser reconhecida como profissão. Evitamos a destruição da natureza com a reciclagem de materiais e ajudamos a prefeitura a economizar recursos com aterros sanitários, porque desviamos parte dos materiais que iriam para lá”, diz Nelson da Silva, morador de rua há seis anos. Eustáquio fatura de 300 a 400 reais por mês e se considera privilegiado: “Quem corre atrás de material na rua acha cada vez menos”, diz. Não faz muito tempo dava para tirar 200 reais por semana. “Todo mundo está tirando material da rua”, reclama. Todo mundo, no caso, são: os prédios que passaram a separar o próprio lixo para a reciclagem e o entregam para a prefeitura; os carroceiros cada vez em maior número; os caminhões dos depósitos e os de coleta regular.

Resultado de imagem para CATADORES DE LIXO desenhoA concorrência é forte. “Um saco de lixo na rua é mexido por muita gente”, diz Fábio. Primeiro vêm os andarilhos que não têm carroça porque não podem comprar ou porque não têm força para puxar uma. Catam com sacos, buscam principalmente latinhas de alumínio e ganham de 3 a 4 reais por dia. Dá para viver? “Não, dá só para comprar o goró”, diz Eustáquio. Depois vêm os carroceiros. Em seguida, os caminhões. Segredo do negócio: correr para pegar o lixo fresquinho. Entretanto, para catadores associados a cooperativas, o programa municipal é um meio de inclusão social. O material é recolhido pelos caminhões e processado por cooperativas, em centrais criadas e equipadas pela prefeitura. Nesses centros trabalham, diretamente, os catadores cooperados; e, indiretamente, os outros que vendem ali seus materiais. A inclusão social é apenas um dos objetivos do projeto, além da educação ambiental dos cidadãos, da preservação de recursos naturais e da redução da quantidade de lixo encaminhada aos aterros sanitários. Uma das vantagens de fazer parte da cooperativa é receber um valor maior pelo material, pois ele é vendido diretamente à indústria recicladora sem passar pelos depósitos. Em contrapartida, uma das exigências da prefeitura para entregar a gestão da central às cooperativas é que elas estabeleçam horários de trabalho para os catadores. Nem todos querem saber disso. Os catadores que não se organizarem vão continuar como Eustáquio e Fábio: disputando material com os caminhões e recebendo o que os depósitos pagam pela coleta do dia. No caso do papelão, os depósitos pagam em torno de 13 centavos o quilo, enquanto que, se venderem diretamente à indústria, eles recebem 30 centavos.

ATIVIDADES PROPOSTAS:

Acesse a webquest para realizar a atividade proposta

https://sites.google.com/site/elestrabalhamfeitocavalos/

FONTE: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/03_cd_pr.pdf
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/03_cd_al.pdf

sábado, 7 de novembro de 2015

Mulheres em Desvantagem


Resultado de imagem para MERCADO DE TRABALHO homem X mulherDentre os brasileiros que trabalham, as mulheres são quase a metade (42%).

E são responsáveis pelo sustento de aproximadamente um terço das famílias no Brasil. Mas também são as mais atingidas pelo desemprego. Entre a demissão de um homem e de uma mulher, geralmente a mulher é a demitida.

As mulheres que trabalham e têm suas carteiras assinadas ocupam cargos ou postos de trabalho mais desqualificados do que os homens e nas funções de menor prestígio social. E, pior, mesmo que ocupem as mesmas funções e com mais instrução, recebem salários menores do que os homens, enfrentam barreiras imensas na hora da contratação, ficam menos tempo num determinado cargo, têm dificuldades para serem promovidas e custam a chegar aos postos de chefia.

Segundo as últimas pesquisas do IBGE, a discriminação contra as mulheres aumenta, se levarmos em conta a raça das pessoas. Dentre todas as mulheres, 44% se consideram negras. Desse contingente, as que são chefes de família estão entre as mais pobres (muitas, inclusive, abaixo da linha da pobreza). A renda dessas famílias chefiadas por mulheres negras chega a ser 74% inferior à renda dos domicílios chefiados por homens brancos. Ou seja, enquanto a família do homem branco ganha 300 reais por mês, a família da mulher negra recebe somente 78 reais.

Na maioria dos casos, as trabalhadoras estão no setor de serviços, sem carteira assinada e, portanto, sem direitos garantidos pelas leis. As mulheres negras estão fortemente no trabalho doméstico, igualmente, não registrado.



ATIVIDADES PROPOSTAS 1:

Você já ouviu falar em nuvem de palavras? Já viu alguma?




No texto que segue você poderá obter algumas informações:

Nuvem de palavras (wordclouds.com) é um gráfico digital que mostra o grau de frequência das palavras em um texto. Quanto mais a palavra é utilizada, mais chamativa é a representação dessa palavra no gráfico. As palavras aparecem em fontes de vários tamanhos e em diferentes cores, indicando o que é mais relevante e o que é menos relevante no contexto. Como poderia ser uma nuvem de palavras que representasse o tema da aula de hoje?

1º- Visite o site, explore-o bastante para conhecer como funciona. Vamos experimentar essa ferramenta? 

2º- Agora que você explorou essa ferramenta, mãos a obra... é hora de produzir!

3º- Acesse o fórum e realize o que lhe é proposto.
4º  Após responder ao fórum selecione o texto produzido para criarmos uma nuvem de palavras totalmente inédita. Use e abuse da criatividade!

5º- Depois que sua nuvem de palavra estiver pronta salve-a e compartilhe-a no Padlet intitulado "Mulheres em desvantagens".

4º- Não esqueça de se identificar: coloque nome, número e série.

ATIVIDADES PROPOSTAS 2


ATIVIDADES PROPOSTAS 3:


fonte: http://www.opera10.com.br/2014/07/redacao-proposta-2014-48-igualdade-de.html

http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/08_cd_pr.pdf

sábado, 24 de outubro de 2015

Introdução aos estudos do Trabalho


A palavra "trabalho" tem sua origem no vocábulo latino " Tripallium " - denominação de um instrumento de tortura formado por três (tri) paus ( pallium ). Desse modo, "trabalhar" significa ser torturado no  tripallium

Quem eram os torturados? Os escravos e os que não são sãos podem pagar os impostos. Assim, quem "trabalhava", naquele tempo, era como pessoas destituídas de posses. 

A partir daí, essa ideia de trabalhar como ser torturado passou a dar entendimento não só ao fato de tortura em si, mas também, por extensão, às atividades físicas produtivas realizadas pelos trabalhadores em geral: camponeses, artesãos, agricultores, pedreiros etc. Tal sentido foi de uso comum na Antiguidade e, com esse significado, atravessou quase toda a Idade Média. 

Só no século XIV começou a ter o sentido genérico que hoje lhe atribuímos, qual seja, o de "aplicação das forças e faculdades (talentos, habilidades) humanas para alcançar um determinado fim". 

Com uma especialização de atividades humanas, a teoria da evolução cultural da humanidade, a palavra trabalho tem sido uma série de diferentes significados, de modo a fazer o discurso, no Dicionário de "Aurélio", a dedica v e várias expressões idiomáticas. (Pesquisa de Augusto Nivaldo Trinos.In Revista "Educação e Realidade").


ATIVIDADE PROPOSTA:


FONTE: http://www.cafecomsociologia.com/2013/08/introducao-aos-estudos-do-trabalho.html