quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cultura e diversidade


Agora que você já sabe o que é Cultura, é possível imaginar um ser humano sem cultura, ou seja, sem símbolos, linguagem, normas ou padrões de comportamento? Não. Isso não é possível. Muitos comportamentos e hábitos que podem ser aparentemente naturais ou instintivos, são também produtos da nossa cultura. O sociólogo Anthony Giddens afirma que movimentos, gestos e expressões são fortemente influenciados por fatores culturais, como a forma que você sorri, por exemplo. Vejamos o que diz este sociólogo:

[...] Um exemplo claro disso pode ser visto na forma como as pessoas sorriem – particularmente em contextos públicos – através de diferentes culturas. Entre os Inuti (esquimós) da Groelândia, por exemplo, não há a forte tradição de sorriso público que existe em muitas áreas da Europa Ocidental e da América do Norte. Isso não significa que os Inuti sejam frios ou não amigáveis – simplesmente não é comum a prática de sorrir ou de trocar brincadeiras com estranhos. [...]

GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. Ed. Porto Alegre: Artimed, 2005. Página 39.

Por meio deste exemplo podemos dizer que o homem é um ser culturalmente construído e que, embora a nossa biologia seja extremamente importante, é a nossa cultura que nos define, isto é, a forma como pensamos agimos e nos relacionamos é que nos define. O que um adolescente muçulmano tem de diferente de você, por exemplo? Claro que existem diferenças genéticas já que você vem de uma família e ele de outra. Porém, não é esta diferença genética que faz vocês terem comportamentos diferentes. Os valores, normas e padrões de um adolescente muçulmano são distintos das normas e padrões da sua cultura Ocidental. É esta diferença cultural que vai fazer com que os hábitos, a forma de agir, pensar, se vestir de vocês sejam diversas e não diferenças biológicas ou genéticas.

Um antropólogo chamado Roque de Barros Laraia ao estudar o conceito de cultura cita um exemplo interessante que pode nos ajudar a compreender melhor esta relação entre o que seria nossa natureza e a nossa cultura, vejamos:

Tomemos um bebê francês, nascido na França, de pais franceses, descendentes estes, através de numerosas gerações de ancestrais que falavam francês. Confiemos esse bebê, imediatamente depois de nascer, a uma pajem muda, com instruções para que não permita que ninguém fale com a criança ou mesmo veja durante a viagem que a levará pelo caminho mais direto ao interior da China. Lá chegando, entrega ela o bebê a um casal de chineses, que o adotam legalmente, e o criam como seu próprio filho. Suponhamos agora que se passem três, dez ou trinta anos. Será necessário debater sobre que língua falará o jovem ou adulto francês? Nem uma só palavra de francês, mas o puro chinês, sem um vestígio de sotaque, e com a fluência chinesa, e nada mais.

Montaigne, Ensaios. Coleção os Pensadores. São Paulo, Abril Cultural. 1972 p. 107. In: LARAIA, Roque de Barros. Cultura um conceito antropológico. 23. Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2009. p. 43.

Imagine que você quando bebê tenha se mudado para os Estados Unidos e tenha crescido com uma família americana. Mesmo que seus pais sejam brasileiros você falaria e teria comportamentos de um cidadão americano. Isso quer dizer que o que define a forma como você pensa e age, seus hábitos e comportamentos não é a sua biologia e sim a sua cultura!

Todos os seres humanos do mundo são biologicamente semelhantes. O que então nos faz diferente? A nossa cultura nos diferencia! Como diferentes povos, sociedades ou grupos têm diversas formas de se vestir, de agir, de pensar assim como diferentes valores normas, línguas e padrões de comportamento podemos afirmar que há no mundo uma Diversidade Cultural, ou seja, uma diversidade de culturas e é graças à diversidade cultural que há diferentes formas de falar, pensar, se vestir, se relacionar entre os diferentes países, sociedades ou mesmo grupos dentro da sociedade. Desta diversidade cultural podemos concluir que o comportamento do indivíduo depende de um aprendizado e do contexto cultural no qual ele vive.


O processo pelo qual aprendemos a cultura é chamado de endoculturação. Uma menina e um menino, por exemplo, têm comportamentos diferentes não pelo fato de terem hormônios distintos e sim porque tiveram uma educação diferente de acordo com os padrões de comportamento associados aos homens e às mulheres em sua cultura. 

fonte: https://cediumamadeira.wixsite.com/cediuma/autorreguladas

ATIVIDADE PROPOSTA

Após ler o texto realize a atividade abaixo. Para resolvê-la leia as orientações com atenção. Não esqueça de colocar seu nome completo na atividade. Ao terminar click em “Finish” (finalizar). Depois selecione “Enviar as minhas respostas ao professor” e mandar para o 
e-mail: angela.boscardin@gmail.com

Veja na foto abaixo como fazer: